quinta-feira, março 29, 2012

Fóssil de pé de hominídeo pode mudar estudo da evolução humana

Estudo mostra que 'Australopithecus' conviveu com outros hominídeos.
Ossos foram encontrados na Etiópia.

                                                                                             

Ossos encontrados na Etiópia, comparados à estrutura do pé de um gorila (Foto: The Cleveland Museum of Natural History/Yohannes Haile-Selassie)

  O fóssil de um pé encontrado na Etiópia pode mudar concepção dos cientistas sobre as espécies que deram origem aos humanos modernos. Segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (28) pela revista científica “Nature”, estes ossos mostram que diferentes espécies de hominídeos evoluíram paralelamente.
  Os pesquisadores não sabem ao certo a que espécie pertencem os dedos e parte do peito do pé analisados. No entanto, eles têm certeza de que não se trata doAustralopithecus afarensis, espécie da “Lucy”, famosa ossada de hominídeo encontrada na década de 1970 -- e esta é uma descoberta importante.
  Até agora, os cientistas pensavam que oAustralopithecus era a única espécie de hominídeo que viveu na região entre três milhões e quatro milhões de anos atrás. O fóssil analisado é de um animal que viveu há 3,4 milhões de anos, o que indica que estas duas espécies coexistiram.
  Mesmo sendo uma parte pequena do corpo, o pé diz muito sobre a vida destes hominídeos. A estrutura lembra a do Ardipithecus ramidus, que viveu há 4,4 milhões de anos.
  O dedo polegar se opõe aos demais – como em uma mão humana –, o que é um sinal de que eles eram adaptados a viver em árvores. OAustralopithecus, por outro lado era bípede e tinha os dedos dos pés alinhados, como os humanos modernos.
  Além do pé, os pesquisadores encontraram apenas alguns dentes, que não serviram para nenhuma conclusão científica. Estes achados foram feitas em 2009, e os paleontólogos seguem procurando por mais vestígios que possam esclarecer que espécie é esta.

Ossos do pé encontrados na Etiópia (Foto: The Cleveland Museum of Natural History/Yohannes Haile-Selassie)

Fonte: G1, em São Paulo

Via Láctea tem bilhões de planetas teoricamente habitáveis, diz estudo

Planetas são um pouco maiores que a Terra e ficam próximos a estrelas.
Estimativa foi feita pelo Observatório Europeu do Sul.

  Um estudo publicado nesta quarta-feira (28) descobriu que a nossa galáxia, a Via Láctea, abriga dezenas de bilhões de “superterras” em zonas habitáveis. “Superterra” é o termo usado pelos astrônomos para definir planetas com a massa um pouco maior que a da Terra. Já a zona habitável é uma distância da estrela parecida com a que separa a Terra e o Sol, que permite a existência de água líquida.

Concepção artística da 'superterra' Gliese 667 Cc (Foto: ESO/L. Calçada)

  Pelas características semelhantes, estes planetas são os principais candidatos a abrigar vida fora da Terra, e por isto são um objeto de pesquisa importante na astronomia.
  O estudo foi conduzido pelo Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), um projeto que conta com participação brasileira. Os dados foram obtidos pelo espectrógrafo Harps, um aparelho colocado dentro de um telescópio, feito especialmente para procurar planetas.
  Esta pesquisa foi focada nas anãs vermelhas, um tipo de estrela brilhante e menor que o nosso Sol que constitui cerca de 80% de todas as estrelas da Via Láctea.
  Os cientistas concluíram que cerca de 40% das estrelas deste tipo têm “superterras” em seu redor. Como há cerca de 160 bilhões de anãs vermelhas na Via Láctea, o estudo estima que haja dezenas de bilhões de planetas teoricamente habitáveis na galáxia.

Fonte: G1, em São Paulo

terça-feira, março 27, 2012

Aquecimento global está perto de se tornar irreversível, dizem cientistas

Derretimento da cobertura de gelo e perda de floresta são críticos.
Reunidos em Londres, pesquisadores pediram ações urgentes.

  O mundo está perto de atingir um estado crítico que vai torná-lo irreversivelmente mais quente, tornando esta década crítica nos esforços para conter o aquecimento global, alertaram cientistas nesta segunda-feira (26).
  Reunidos em Londres, na Inglaterra, para a conferência "Planeta sob pressão", que se encerra na próxima quinta-feira (29), pesquisadores afirmaram que mesmo com diferentes estimativas, as temperaturas do mundo parecem caminhar no sentido de um aumento de 6ºC até 2100, caso a emissão de gases do efeito estufa aumente sem controle.
  Com o crescimento das emissões, especialistas dizem que o mundo está perto de atingir limites que vão tornar os efeitos do aquecimento global irreversíveis, como o derretimento da cobertura de gelo polar e perda de floresta.
  "Esta é a década crítica. Se nós não invertermos a curva nesta década nós vamos ultrapassar estes limites", disse Will Steffen, diretor executivo do instituto de mudança climática da Universidade Nacional da Austrália.
  Apesar deste senso de urgência, um novo tratado global sobre mudança climática que obrigue os maiores poluidores mundiais, como os Estados Unidos e a China, a cortar emissões só será acordado em 2015 - para entrar em vigor em 2020.

 

Cientistas afirmam que se emissão de CO2 continuar, aquecimento global será irreversível. (Foto: Hans Thoursie / stock.xchng)

Momento limite
  Para a cobertura de gelo - enormes refrigeradores que retardam o aquecimento do planeta - o ponto limite já foi ultrapassado, afirmou Steffen. A cobertura de gelo do oeste da Antártica já encolheu ao longo da última década e a cobertura da Groenlândia perdeu em torno de 200 km³ por ano, desde 1990.
  A maioria das estimativas climáticas concorda que a floresta amazônica vai se tornar mais seca conforme o planeta esquente. Mortes de grandes porções de floresta provocadas pela seca têm aumentado temores de que estamos prestes a viver um ponto limite, quando a vegetação vai parar de absorver emissões e começar a liberar gases na atmosfera.
  Nos piores cenários, entre 30 a 63 bilhões de toneladas de carbono podem ser liberadas por ano a partir de 2040, aumentando para até 380 bilhões até 2100. Como comparação, a quantidade de CO2 liberada por combustíveis fósseis anualmente é de 10 bilhões de toneladas.
  O aumento do CO2 na atmosfera também tornou os oceanos mais ácidos conforme eles absorvem os gases. Nos últimos 200 anos, a acidificação dos oceanos ocorreu em uma velocidade não vista em 60 milhões de anos, disse Carol Turley do Laboratório Marinho de Plymouth.

Fonte: Reuters

Estudo de cientistas russos afirma que aquecimento global 'é mito'

Para especialistas, camada de gelo no Ártico tem aumentado desde 2008.
Até o fim do século temperatura global vai cair, diz pesquisador.

  Cientistas da Rússia disseram nesta segunda-feira (26) que os ciclos de aumento e diminuição do gelo no Ártico demostram que o aquecimento global contínuo “é um mito” e que haverá um resfriamento global até o fim deste século.
  A informação foi divulgada pelo pesquisador Nikolái Dobretsov, presidente do Conselho Científico de Ciências Naturais da Academia de Ciências Russa.
  “O recorde mínimo da massa de gelo foi registrado em 2007. Entre 2008 e 2011, e provavelmente em 2012, o gelo voltou a crescer. Os invernos no Ártico estão mais frios e, por isso, já é óbvio que o aquecimento global contínuo é um mito”, afirmou Dobretsov.
  Os estudos feitos por especialistas do país indicam que a massa de gelo no Ártico cresce e diminui ciclicamente, de modo que após as fases de aquecimento há um resfriamento. “Até o fim do século deverá iniciar um esfriamento global e não um aquecimento”, disse o especialista russo.
  Ele ressaltou também a necessidade de se construir uma complexa rede de estações no Ártico para verificar mais detalhes sobre os fenômenos do clima.

Fonte: Globo Natureza, em São Paulo

Área com duas mil gravuras rupestres é alagada na Amazônia

Desenhos foram achados durante construção de hidrelétrica em Rondônia.
Eles já ficavam encobertos pelas águas durante parte do ano.

  Há milhares de anos, povos amazônicos criaram um enorme complexo de gravuras rupestres nos arredores do Rio Madeira, na área onde hoje está localizada a capital de Rondônia, Porto Velho. Ao longo de 200 metros, eles esculpiram em blocos de rochas pelo menos duas mil gravuras geométricas e desenhos que lembram animais, como gato, macaco e lagarto.
  As gravuras, que podem ter até 8 mil anos, segundo arqueólogos que trabalharam na área, foram encontradas durante pesquisas que antecederam a construção da usina hidrelétrica Santo Antônio. Os pesquisadores esperaram o período de seca para catalogar os desenhos, já que a área ficava submersa durante as cheias do Rio Madeira. Em janeiro deste ano, a área foi alagada permanentemente para dar origem ao reservatório da usina.
  O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acompanhou as obras e afirma que não existem irregularidades. “A existência de sítios arqueológicos não inviabiliza a implementação do investimento. Pode inviabilizar, se o sítio for considerado de grande relevância científica, dependendo da força política do Iphan e do apoio de comunidades”, afirma Rogério Dias, coordenador de pesquisa e licenciamento arqueológico do Iphan.

      

Pedral com figura geométrica em alto relevo, uma das duas mil gravuras encontradas na área do Rio Madeira alagada para construção de reservatório de usina hidrelétrica (Foto: Divulgação / Santo Antônio Energia)

Impacto
  De acordo com a Sciencia Consultoria Científica, contratada pela Santo Antônio Energia, concessionária responsável pela construção e operação da usina Santo Antônio para realizar pesquisas arqueológicas na área, não existe um estudo do impacto do alagamento permanente na preservação das gravuras.
  “Não há um estudo do impacto nas gravuras quando ficam na água por um bom tempo. Nós não sabemos qual será o impacto. Pode ser que elas ainda estejam lá”, afirmou Renato Kipnis, diretor da Sciencia.
  Segundo o Iphan, os blocos de rocha com as gravuras rupestres “não sofreriam processo de destruição, ficariam embaixo de água, preservados como estavam”. “Vamos supor que se resolva esvaziar o lago. As gravuras vão continuar lá embaixo. Também é possível fazer pesquisa subaquática”, afirma Rogério Dias, do Iphan.
  "É melhor deixar isso lá que retirá-los. O processo de retirada de lá é muito complicado e às vezes há risco de rachar o bloco, quebrar. É melhor que fique lá. Mas [antes do alagamento] fica registrada a existência [das gravuras]", explica Dias.

Características
  Ainda não existe uma cronologia exata das gravuras, mas sabe-se que alguns sítios arqueológicos na área têm cerca de 8 mil anos de ocupação, segundo Kipnis. “A ocupação da área do rio madeira começou por volta de 8 mil anos atrás. Por isso, a área pode ter entre 8 mil anos”, diz.
  Para tentar descobrir a idade das gravuras esculpidas, os arqueólogos vão compará-las com cerâmicas pintadas encontradas em outros sítios arqueológicos da região, explica Kipnis. De acordo com a semelhança dos desenhos , será possível estimar a idade. “Como conseguimos datar a cerâmica, talvez por associação possamos ter uma ideia da cronologia dessas gravuras”, diz.
  Para esculpir as gravuras nas rochas, os povos amazônicos que viveram na região utilizavam uma técnica chamada “picotamento”, explica a Sciencia. Eles batiam na rocha com alguma pedra ou outro artefato rígido até produzir a forma desejada em baixo relevo. Segundo Kipnis, provavelmente não era usada tinta nas gravuras.

 

Equipe de arqueologia faz registro em tecido de um dos painéis de sítio arqueológico do Rio Madeira (Foto: Divulgação / Santo Antônio Energia)

Registro em 3D
  “A área era pouco conhecida do ponto de vista da arqueologia. O projeto Santo Antônio possibilitou um trabalho sistemático de [estudo de] coleções arqueológicas”, defende Kipnis.
  Depois do achado das gravuras, foi iniciado um trabalho sistemático de catalogação das imagens com uso de alta tecnologia, que incluiu um registro digital para reconstituição em modelos 3D. Um dos equipamentos empregados emitia 900 mil feixes de laser por segundo, em 360°, com precisão de 2 milímetros, de acordo com a Santo Antônio Energia. Assim, será possível reconstitui os desenhos em alto relevo.
  Também foram feitos registros em 3D da topografia da área e dos pedrais onde estão localizados as gravuras, que são importantes para compreender a espacialidade das gravuras. O objetivo do registro em 3D é criar uma plataforma voltada para comunidade científica onde será possível visualizar a área, agora alagada, e dar zoom para visualizar as gravuras.
  “O nível de detalhe é tão grande que será possível reconstituir os pedrais com gravuras”, afirma Kipnis. Além da Scientia, participou da catalogação em 3D a empresa portuguesa Dryas Arqueologia. O trabalho se concentrou em cinco áreas com extensos pedrais, chamadas Ilha Dionísio, Ilha do Japó, CPRM 2, Ilha das Cobras e Teotônio.
  “Fizemos um registro que nunca foi feito no Brasil. A contrapartida [da construção da hidrelétrica] é a concentração de recursos para fazer a pesquisa, de alta qualidade”, defende Kipnis. Os gastos da Santo Antônio Energia com estudos arqueológicos na área foram de R$ 12 milhões.

 

Decalque em tecido de um dos painéis do sítio arqueológico (Foto: Divulgação / Santo Antônio Energia)

Fonte: Globo Natureza, em São Paulo

segunda-feira, março 26, 2012

Ancestral de baleia ajuda a entender espécie moderna

Baleias belugas vivem somente em águas geladas do Ártico e subártico. 
Agora, cientistas descreveram ancestral que vivia em águas temperadas

                                                                                        Ilustração mostra a espécie ancestral em primeiro plano. Ao fundo, a beluga e o nardal. (Foto: Divulgação / Carl Buell)

  As baleias belugas e os narvais vivem somente em águas geladas do Ártico e subártico. Agora, os cientistas descreveram uma espécie ancestral que vivia em águas temperadas entre 3 e 4 milhões de anos atrás. A descoberta, publicada no periódico científico "Journal of Vertebrate Paleontolog", pode indicar que as belugas sos os narvais se adaptaram a águas frias mais recentemente.
  A espécie ancestral foi descrita pelos cientistas a partir de um crânio completo encontrado em 1969 na Virgínia, nos Estados Unidos. Eles fizeram comparações anatômicas do fóssil com esqueletos de belugas e confirmaram que se tratava de uma nova espécie de baleia sem dentes -- o grupo das belugas. O animal, que recebeu o nome de Bohaskaia monodontoides, vivia no clima temperado da Virgínia.
  "As belugas e os narvais são encontradas somente no Ártico e subártico, apesar de que os registros de fósseis mais antigos terem sido encontrados em regiões tropicais e temperadas", afirmou Nicholas Pyenson, geólogo que fez parte da pesquisa, em material de divulgação. "Para obter evidências sobre quando e como as belugas e os narvais se adaptaram ao Ártico, nós precisaremos buscar respostas em tempos mais recentes".

Fonte: G1, em São Paulo 

Após 7 anos, Saúde estuda incluir fertilização in vitro no SUS em 2012

Medida havia sido aprovada em 2005, mas foi suspensa 4 meses depois.
Grupo de trabalho do Ministério da Saúde analisa impacto financeiro.

  O Ministério da Saúde montou um grupo de trabalho para discutir a inclusão da fertilização in vitro na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) ainda em 2012 -- sete anos depois da primeira portaria que determinava o atendimento para casais que precisassem do procedimento. Se a medida for aprovada, será a primeira vez que o governo federal vai bancar os custos da mais eficiente forma de engravidar para quem tem problemas de fertilidade -- um procedimento que pode custar até R$ 50 mil por tentativa em médicos particulares.
  A fertilização in vitro é uma técnica de reprodução assistida onde óvulo e espermatozoide são fecundados em laboratório. Depois, o embrião é implantado diretamente no útero na mãe. A técnica tem mais sucesso que a inseminação artificial, mas também é mais cara. Em clínicas particulares, o custo de uma tentativa gira em torno de R$ 15 mil a R$ 20 mil, mas pode ir a R$ 50 mil. A chance de engravidar na primeira tentativa é de 30%, dependendo da idade da mulher.
  O Ministério da Saúde confirmou a intenção de colocar o procedimento na tabela do SUS até o fim do ano, mas não quis dar detalhes sobre como e exatamente quando isso iria acontecer. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, preferiu não comentar a movimentação no Ministério sobre o assunto. Segundo a assessoria de imprensa da pasta, estão sendo discutidos quais seriam os impactos financeiros da medida e onde seria implantado o serviço.
                                                                                            

'Botijão' usado para armazenar embriões congelados (Foto: Divulgação/Programa Alfa Reprodução Assistida)

  No início de março, o Ministério da Saúde anunciou que estava estudando colocar técnicas de "reprodução assistida" no SUS, sem especificar exatamente qual delas. AoG1, a assessoria confirmou que uma das técnicas em estudo é a fertilização in vitro.
  Atualmente, são oferecidos pelo SUS 31 procedimentos de reprodução humana assistida -- a maioria, exames preparatórios para tratamentos mais complexos, como a própria fertilização. 
  A coordenadora do Centro de Ensino e Pesquisa em Reprodução Assistida do Hospital Regional da Asa Sul, de Brasília, Rosaly Rulli, faz parte do grupo de trabalho do Ministério. “Não está sendo discutido nada além da fertilização in vitro. O ministério já tem vários programas para o restante [das áreas da reprodução humana assistida], só a fertilização que não tem”, diz ela.
  “Tivemos a primeira reunião no final de fevereiro. Agora, há outra reunião marcada para abril. Estamos avançando”, conta. O hospital é referência em fertilização in vitro gratuita, com verbas do governo do Distrito Federal.
  A primeira vez que surgiu a possibilidade de colocar a fertilização no SUS foi em março de 2005, quando o Ministério publicou uma portaria que determinava o oferecimento da fertilização pelo SUS a pessoas com dificuldade para ter filhos. Quatro meses depois, ela foi suspensa para a avaliação dos impactos financeiros.
  “A grande dificuldade foi [a falta de] recursos. Esse é um tipo de tratamento que tem um custo elevado. Quando fomos debater a política com estados e municípios, houve um movimento muito forte que pontuou que isso não era prioridade”, lembra o senadorHumberto Costa, que era ministro da Saúde em 2005, quando o programa foi lançado.
  “Hoje há uma demanda cada vez maior da sociedade. Além disso, ao longo destes últimos anos, muitas coisas que eram consideradas prioridades já foram contempladas por recursos da área da saúde. Acredito que hoje não existiria o mesmo tipo de resistência [para a inclusão da fertilização in vitro no SUS]”, opina Costa.

Atualmente, existem pelo menos oito hospitais que realizam a fertilização in vitro de forma gratuita, custeada por secretarias estaduais de saúde e orçamentos próprios de universidades. De acordo com levantamento realizado pelo G1, cada ciclo de fertilização in vitro custa para os cofres públicos entre R$ 2,5 mil e R$ 12 mil, dependendo do hospital onde é realizado.

Hospitais
  Uma das possibilidades para atendimento via SUS é reembolsar esses centros de reprodução assistida que já oferecem fertilização in vitro de forma gratuita. Espalhados por São Paulo, Brasília, Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre, pelo menos oito hospitais realizam cerca de duas mil fertilizações por ano – enquanto a iniciativa privada realiza entre 25 e 30 mil, segundo a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida.
  “Estou confiante de que a fertilização in vitro será incluída no SUS este ano. Acredito que o Ministério da Saúde vai repassar estes recursos, para que serviços que já estão estruturados passem a dar vazão à demanda”, afirma Luiz Henrique Gebrim, diretor do Hospital Pérola Byington, em São Paulo, referência nacional na fertilização in vitro na rede pública. O hospital acaba de ampliar a infraestrutura na expectativa de realizar mais procedimentos e também poderia, segundo Gebrim, contribuir com o treinamento de médicos de outros estados.

Onde fazer
  Em alguns dos hospitais que já oferecem a fertilização in vitro na rede pública, todo o tratamento é gratuito. Na maioria, no entanto, o casal precisa custear medicamentos para estimular a ovulação e a maturação dos óvulos. Os gastos variam de R$ 3 a R$ 10 mil, segundo os centros de reprodução assistida que oferecem o serviço.
  Para ter acesso ao tratamento, os casais precisam passar por uma série de exames que verifiquem que a fertilização in vitro é a única opção para ter filhos. O tempo de espera pode ser de anos. Segundo gestores de programas de fertilização ouvidos pelo G1, a inclusão da fertilização in vitro na tabela do SUS possibilitaria a ampliação de vagas e diminuiria o tempo na fila.
  “O Hospital das Clínicas da UFMG há muitos anos se vira para oferecer o tratamento gratuitamente e temos uma fila muito grande. A única forma de aumentar [o número de ciclos de fertilização in vitro] seria com o financiamento do SUS”, diz Francisco de Assis Nunes Pereira, subcoordenador do laboratório de reprodução humana do HC da UFMG.

Veja abaixo informações sobre os hospitais que realizam fertilização in vitro na rede pública.

SÃO PAULO
Centro de Referência em Saúde da Mulher do Hospital Pérola Byington
Ciclos de fertilização realizados por ano: 300
Taxa de sucesso de gestação: 30%
Critérios para entrar na fila de espera: a mulher tem que ter produção de óvulos e o homem produção própria de espermatozóide; a mulher também tem que ter até 35 anos.
Características do atendimento: completamente gratuito.

Hospital Universitário de Ribeirão Preto
Ciclos de fertilização realizados por ano: 450
Taxa de sucesso de gestação: 30%
Critérios para entrar na fila de espera: ter avaliação básica e diagnóstico realizado na rede SUS; idades mais avançadas , pelo fato de ter menor resposta, não são priorizadas, em função da demanda.
Características do atendimento: a fertilização in vitro é gratuita, mas o paciente precisa comprar parte da medicação - o restante é fornecido pelo hospital.

Hospital Universitário da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Ciclos de fertilizações realizados por ano: 500
Taxa de sucesso de gestação: de 30 a 40%
Critérios para entrar na fila de espera: não há restrição de idade ou local de origem
Características do atendimento: a fertilização in vitro é gratuita, mas o paciente precisa comprar a medicação.

Hospital das Clínicas de São Paulo
Ciclos de fertilizações realizados por ano: 600
Taxa de sucesso de gestação: não informada.
Critérios para entrar na fila de espera: não informados.
Características do atendimento: não informados.

BRASÍLIA
Centro de Reprodução Assistida do Hospital Regional da Asa Sul (HRAS)
Ciclos de fertilização realizados por ano: 250
Taxa de sucesso de gestação: 32%
Critérios para entrar na fila de espera: encaminhamento de centros de saúde públicos que diagnosticaram necessidade de fertilização in vitro.
Características do atendimento: completamente gratuito.

RECIFE
Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP)
Ciclos de fertilização realizados por ano: 60
Taxa de sucesso de gestação: em torno de 35%
Critérios para entrar na fila de espera: não há restrição de idade ou local de origem; é analisada a reserva ovariana da paciente, ou seja, o que o ovário pode oferecer de óvulos.
Características do atendimento: completamente gratuito.

BELO HORIZONTE
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Ciclos de fertilização realizados por ano: 220
Taxa de sucesso de gestação: de 10 a 50%
Critérios para entrar na fila de espera: encaminhamento da rede de saúde municipal de saúde pública de Belo Horizonte.
Características do atendimento: a fertilização in vitro é gratuita, mas o paciente precisa comprar a medicação.

PORTO ALEGRE
Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Ciclos de fertilização realizados por ano: 250
Taxa de sucesso de gestação: 25 a 30%
Critérios para entrar na fila de espera: ter menos de 35 anos na chegada à fila de espera e não ser portador de doenças virais (hepatite B, C, HIV, HTLV I/II)
Características do atendimento: a fertilização in vitro é gratuita, mas o paciente precisa comprar a medicação.

Hospital Fêmina do Grupo Hospitalar Conceição
Ciclos de fertilização realizados por ano: primeira fertilização está prevista para maio de 2012 e a estimativa é realizar cerca de 120 ciclos por ano.
Critérios para entrar na fila de espera: serão definidos em março.
Características do atendimento: a fertilização in vitro será gratuita e o hospital está buscando formas de viabilizar a gratuidade dos medicamentos.

Fonte: G1, em São Paulo 

sexta-feira, março 23, 2012

Imagens de sonda da Nasa trazem detalhes do relevo de Mercúrio

Messenger orbita o planeta mais próximo ao sol desde março de 2011.
Estudos que analisaram os dados foram publicados pela 'Science'.

                                                                                      

Imagem da superfície de Mercúrio feita pela Messenger em 18 de março (Foto: Reuters/NASA/ Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington/ Divulgação)

  Mercúrio parece ser menos montanhoso que Marte e a Lua, e suas entranhas são muito diferentes das de outros planetas do Sistema Solar, segundo um artigo publicado nesta quarta-feira (21) pela revista "Science".
  A publicação inclui dois estudos realizados a partir das informações enviadas pela sonda espacial Messenger, que há um ano se tornou a primeira a orbitar Mercúrio. O satélite artificial vem fazendo observações da topografia e do campo gravitacional no hemisfério norte do planeta, que possui reservas profundas de sulfureto de ferro.
  A sonda, de quase meia tonelada, foi lançada ao espaço por um foguete Delta II em agosto de 2004 e, após três passagens pelas proximidades do planeta, se posicionou em março de 2011 em uma órbita elíptica, entre 200 e 15 mil quilômetros da superfície de Mercúrio.
  Os técnicos da Nasa -- agência espacial americana -- indicam que essa órbita busca proteger o aparelho do calor propagado pelas áreas mais quentes da superfície de Mercúrio.
  Um dos instrumentos na cápsula robótica é um altímetro de laser que estudou a superfície no hemisfério norte de Mercúrio, onde se verificou que a variedade de elevações é consideravelmente menor que as da Lua e de Marte.

 

Combinação de imagens de Mercúrio feitas pela Messenger em 5 de outubro de 2011 (Foto: Reuters/NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington/Divulgação)

  A equipe liderada por Maria T. Zuber, do Departamento de Ciências da Terra, Atmosfera e Planetas do Instituto Tecnológico de Massachusetts, usou o altímetro que cobre áreas de 15 a 100 metros de diâmetro, a 400 metros de distância uma da outra, ao longo das regiões sob a órbita.
  "A precisão radial das medições individuais é de mais de um metro e a precisão em relação ao centro de massa de Mercúrio é de menos de 20 metros", destaca o artigo, que teve a colaboração de cientistas dos Estados Unidos, Canadá e Alemanha.
  Segundo os pesquisadores, a característica mais proeminente na metade norte de Mercúrio é uma extensa região de terras baixas que inclui uma planície vulcânica.
  Maria e seus colegas também puderam examinar a cratera Caloris, de 1,5 mil quilômetros de diâmetro. Eles determinaram que uma parte do fundo da cratera tem uma elevação maior que sua circunferência.

Entranhas
  Já uma equipe liderada por David Smith, da qual Maria também faz parte, usou o rastreamento por rádio da cápsula Messenger para determinar o campo de gravidade do planeta. Com os dados obtidos, observou-se que a crosta de Mercúrio é mais grossa em latitudes baixas e mais espessa em direção à região polar norte.
  Essas conclusões descrevem o interior do planeta e indicam que a camada externa de Mercúrio é mais densa do que os cientistas acreditavam até agora.
  "A estrutura interna de um planeta preserva informações substanciais dos processos que influíram na evolução térmica e tectônica", ressalta o artigo. "A medição do campo de gravidade de um planeta proporciona informações fundamentais para compreender a distribuição da massa interna desse corpo".
  Durante as primeiras semanas em órbita, a sonda foi rastreada constantemente pelas estações de banda X da Rede de Espaço Profundo da Nasa. Após esse período, a cobertura foi menos frequente.
  Os pesquisadores explicam que processaram os dados coletados entre 18 de março e 23 de agosto de 2011 e mediram as anomalias causadas pela gravidade no hemisfério norte do planeta.
  Para surpresa dos cientistas, os dados apontam uma grande densidade de massa nas mantas superiores de Mercúrio, embora seja baixa a presença de ferro nas rochas da superfície.
  "Portanto, deve existir uma reserva profunda de material altamente denso que explique a grande densidade do manto sólido e o momento de inércia", acrescenta o artigo, concluindo que a composição mais provável dessa reserva seja de sulfureto de ferro.

Fonte: EFE 

quinta-feira, março 22, 2012

Telescópio faz visão infravermelha mais 'profunda' do Universo

Nova imagem do ESO captou a luz por um total de 55 horas.
Mais de 200 mil galáxias aparecem como pequenos pontos.

  O Observatório Europeu do Sul (ESO), projeto que conta com participação brasileira, publicou nesta quarta-feira (21) a imagem mais “profunda” já obtida do céu. O telescópio Vista, que observa o céu no infravermelho, foi apontado várias vezes para a mesma região, acumulando a radiação emitida pelas galáxias mais distantes, que chega fraca até a Terra.
  A imagem que vemos é a combinação de mais de seis mil exposições do telescópio, que captou a luz por um total de 55 horas. Essas exposições foram feitas com cinco filtros de cores diferentes.
  O resultado é uma imagem que inclui mais de 200 mil galáxias. Os pontos brilhantes não são estrelas, como o que vemos no céu, mas sim galáxias inteiras, com bilhões de estrelas cada. Daqui a alguns anos, o ESO espera obter imagens bem mais profundas que esta, pois novas observações estão sendo feitas.


Imagem obtida pelo ESO é a mais 'profunda' já feita do céu (Foto: ESO/UltraVISTA team)

Fonte: G1, em São Paulo 

terça-feira, março 20, 2012

Paciente com suspeita de doença priônica está internada em Olinda

Desse grupo de doenças faz parte o chamado 'mal da vaca louca'.
Confirmação do caso só pode ser feita depois da morte da paciente.

                                                                                        

Paciente está internada há cerca de dez dias no Hospital do Tricentenario (Foto: Luna Markman/G1)

  Uma paciente suspeita de estar com uma variação da doença priônica, grupo do qual faz parte o chamado “mal da vaca louca”, está internada há cerca de dez dias no Hospital do Tricentenário, em Olinda. De acordo com informações da Secretaria de Saúde de Pernambuco, a doença não é transmissível e não há chance de sobrevivência para a paciente. A confirmação do caso só poderá ser feita após o óbito da senhora de 54 anos, através de exames específicos. Ainda não se sabe como a doença foi contraída pela mulher.
  As doenças priônicas assim são chamadas porque afetam os príons, partículas protéicas responsáveis por atividades como o amadurecimento dos neurônios. A gerente de Agravos Agudos da Secretaria Estadual de Saúde, Nara Melo, explicou que a transmissão dessa doença pode acontecer através de quatro formas distintas: por meio de contaminação cirúrgica, através do consumo de carne bovina de animais contaminados, de forma hereditária e de maneira esporádica.
  “Aqui em Pernambuco, de 2006 até 2011, foram confirmados cinco casos, todos da forma esporádica. Não é pela carne, pela forma hereditária ou por cirurgia. Pesquisas ainda não sabem como acontece essa transmissão, que também é o caso dessa paciente”, falou Nara Melo. Os primeiros exames na paciente, como a análise do sangue, já começaram a ser feitos. Segundo o médico Gil Brasileiro, diretor do Hospital do Tricentenário, uma amostra sanguínea já foi encaminhada para São Paulo, onde passará por investigação.
  O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) divulgou, nesta segunda-feira (19), que a Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania de Olinda, através da promotora Helena Capela Gomes, expediu recomendação ao diretor do Hospital do Tricentenário para que fossem feitos os exames específicos na paciente. Ainda de acordo com o MPPE, a família dela era contra a realização dos exames, por não aceitar o possível diagnóstico.
  "Inicialmente, a família da senhora estava se recusando a permitir que a parente passasse por exames, principalmente os que são realizados após o óbito. Entretanto, um parente mais consciente procurou o hospital esta semana e autorizou a realização dos procedimentos. O hospital está disponível para realizar todas as recomendações da Justiça", falou Gil Brasileiro. Dentre as medidas que devem ser tomadas após a morte da paciente está a retirada do cérebro para o exame que pode confirmar a doença e a cremação do corpo, para que não entre em contato com a terra.

Fonte: G1 PE 

SUS começa a fazer cirurgia com ajuda de robôs

Procedimento é realizado em pacientes oncológicos no Inca, em São Paulo.
Tipo de operação antes era restrita aos hospitais particulares da capital.

  Por três meses, a promotora de vendas Mônica dos Santos Lima, de 39 anos, sentiu que tinha algo preso na garganta, que a fazia engasgar. Era um tumor nas amígdalas. As opções de tratamento incluíam radioterapia e seus efeitos colaterais ou uma cirurgia radical.
  Mônica não precisou de nada disso. Sentado no canto da sala, o cirurgião Fernando Dias, chefe do Serviço de Cabeça e Pescoço do Inca (Instituto Nacional de Câncer), retirou completamente o tumor sem tocar na paciente. Ele controlou o Da Vinci SI, robô de cirurgia minimamente invasiva. Mônica se tornou a primeira paciente a passar por cirurgia robótica no SUS (Sistema Único de Saúde).
  Esse tipo de operação é realidade no Brasil há quatro anos, mas estava restrita a hospitais particulares de São Paulo (Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Albert Einstein, e Sírio-Libanês). O equipamento, desenvolvido nos Estados Unidos, chegou ao Inca em fevereiro, ao custo de R$ 5 milhões, pagos com recursos de investimento do Ministério da Saúde.
  "A missão do Inca não é apenas adotar novas tecnologias, mas desenvolver conhecimento para que a técnica possa ser ampliada aos pacientes do SUS", afirma o diretor-geral do Inca, Luiz Antonio Santini.
  O médico controla o robô a distância, numa cabine. Ele manipula uma espécie de joystick e guia os quatro braços do robô.
  No Inca, o aparelho será usado nas cirurgias de urologia, aparelho digestivo, ginecologia e cabeça e pescoço. No futuro, serão feitas cirurgias cardíacas. Santini ressalta que nem todos os pacientes podem se beneficiar da técnica - os médicos prepararão protocolos. Os pacientes operados são tratados com os mesmos cuidados daqueles que entram em protocolo de pesquisa - são informados da nova tecnologia e podem se recusar a passar por cirurgia com a ferramenta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo .

Fonte: Agência Estado 

Foto feita no espaço mostra águas azuis do Rio Paraná, entre SP e MS

Imagem foi tirada por um astronauta e divulgada pela Nasa. 
Rio Verde, de águas marrons, também aparece na fotografia.

  Visto do espaço, o Rio Paraná, na divisa entre Mato Grosso do Sul e São Paulo, é uma longa extensão azul. Em foto tirada por um astronauta da Estação Espacial Internacional e divulgada nesta segunda-feira (19) pela Nasa, as águas do Paraná chamam a atenção pelas cores e pela longa área alagável nas suas margens.
  A planície afetada pelas cheias do rio atinge uma extensão de até 11 km e aparece em verde escuro. Nela, é possível ver listras que acompanham o curso do Rio Paraná. Também são registradas na imagem propriedade rurais e uma rodovia, vista como uma estreita e longa reta no lado esquerdo da foto.

 

Imagem mostra o Rio Paraná, em tons azuis, e o Rio Verde, de cor marrom, na divisa de Mato Grosso do Sul com São Paulo (Foto: M. Justin Wilkinson, Jacobs/ESCG at NASA-JSC)

  Outro curso de água aparece na fotografia: o Rio Verde, de cor marrom, que deságua no Paraná. O turvo do Verde é comum em rios que drenam terras áraveis, segundo a Nasa.
  Os dois rios não se misturam por muitos quilômetos. Na imagem, é possível ver a separação ao longo do curso do Paraná, cujas águas azuis são acompanhadas por uma listra marrom. Isto ajuda a decifrar o sentido do fluxo da água: da direita para a esquerda, no caso do Paraná, e do alto para o centro da imagem, no Rio Verde.
  A imagem foi tirada em 5 de fevereiro por um astronauta da Expedição 30 da Estação Espacial Internacional, que reúne cosmonautas russos, membros da Nasa e da Agência Espacial Europeia. Adquirida pela Nasa, a fotografia foi modificada para acentuar os contrastes e facilitar a visualização e foi publicada na seção "Imagem do Dia" desta segunda-feira (19).

Fonte: Globo Natureza, em São Paulo 

segunda-feira, março 19, 2012

Flor-cadáver dos EUA desabrocha e atrai visitantes em universidade

Fenômeno raro foi acompanhado por biólogos e transmitido pela internet.
Florescimento ocorre após um cultivo mínimo de dez anos.

  Floresceu no fim da tarde deste domingo (18) o exemplar de flor-cadáver (Amorphophallus titanum) mantido por biólogos em uma estufa da Universidade Cornell, dos Estados Unidos.
  Visitantes e pesquisadores acompanharam o fenômeno raro, que foi gravado e transmitido ao vivo pela internet desde o último dia 13, quando a planta começou a desabrochar.

Visitantes na estufa da Universidade Cornell, nos EUA, na noite deste domingo interessados em conhecer o mais novo exemplar de flor-cadáver. (Foto: Reprodução)

  Nativa da Indonésia, a espécie recebeu este nome devido ao forte odor que emite após a abertura de suas pétalas. Seu florescimento demora dias e é considerado um fenômeno raro. Isto porque um exemplar de flor-cadáver só passa por esse processo após um período mínimo de dez anos de cultivo.
  Na transmissão é possível ver a movimentação de pessoas curiosas com o vegetal, que pode chegar a pesar até 200 kg. Antes, apenas biólogos ficavam no local realizando anotações e regando a planta.

                     

A mesma flor-cadáver no sábado (17), ainda em processo de florescimento. (Foto: Reprodução)

Fonte: Globo Natureza, em São Paulo 

sábado, março 17, 2012

Resistência a antibióticos é desafio para medicina, diz OMS

Especialistas alertam que mundo caminha para era 'pós-antibióticos', na qual até um arranhão pode ser fatal.

  A crescente resistência humana a antibióticos poderá fazer com que esses medicamentos não sejam mais eficazes em um futuro próximo, levando o mundo a uma era 'pós-antibióticos', na qual uma simples infecção na garganta ou um arranhão podem ser fatais, diz a OMS (Organização Mundial da Saúde).
  'Uma era pós-antibióticos significa, de fato, o fim da medicina moderna como a conhecemos', diz a diretora-geral da OMS, Margaret Chan.
  Ao falar em um encontro de especialistas em doenças infecciosas realizado nesta semana na Dinamarca, Chan alertou para o desafio que esta nova realidade representa, especialmente para os países em desenvolvimento, que são os principais afetados por essas enfermidades.
  'Muitos países estão incapacitados pela falta de infra-estrutura, incluindo laboratórios, diagnósticos, confirmação de qualidade, capacidade de regulação, monitoramento e controle sobre a obtenção e a utilização de antibióticos', diz Chan.
  'Por exemplo, comprimidos contra malária são vendidos individualmente em mercados locais. Também há abundância de antibióticos falsos ou de baixa qualidade', afirma.

Uso excessivo
  As declarações da diretora da OMS foram feitas em um momento em que diversos grupos americanos de especialistas em doenças infecciosas publicaram um relatório no qual pedem que autoridades de saúde e políticos em todo o mundo aumentem os esforços para melhorar o uso dos antibióticos existentes e promover a investigação de novos medicamentos.
  Especialistas afirmam que a atual resistência das bactérias a antibióticos é causada principalmente pelo mau uso desses remédios e que, muitas vezes, são os próprios médicos que receitam os medicamentos excessivamente.
 Segundo os autores do estudo, entre as medidas para evitar a resistência está o estabelecimento de programas que ajudem os médicos a decidir quando é necessário receitar um antibiótico e qual a melhor opção de tratamento.

Fonte: BBC 

ONU vê aumento no uso de energia nuclear apesar de desastre no Japão

Relatório aponta que uso da matriz pode aumentar em 100% em 20 anos.
Crescimento na Ásia é um dos principais fatores, diz documento da AIEA.

  O uso mundial de energia nuclear poderá aumentar em até 100% nas próximas duas décadas em meio ao crescimento na Ásia, apesar de as inovações para novos reatores terem diminuído no ano passado após o desastre de Fukushima, ocorrido em 2011 no Japão, apontou um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU).
  O relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que ainda não foi divulgado mas foi visto pela Reuters, informa que uma expansão da capacidade um pouco mais lenta do que o anteriormente previsto é provável depois do pior acidente nuclear do mundo em um quarto de século.
  Mas, segundo o documento, "o crescimento significativo no uso da energia nuclear em todo o mundo ainda está previsto -- entre 35% e 100% até 2030 -- embora as projeções da agência para 2030 sejam de 7% a 8% menores do que as projeções feitas em 2010."

 

Manifestantes com faixa com dizeres 'Fechem a usina nuclear' soltam balões em frente à usina próxima à cidade de Gundremmingen, Alemanha (Foto: AFP)

Preocupação mundial
  Os colapsos dos reatores da usina nuclear de Fukushima, no Japão, causados por um terremoto e tsunami em 11 de março do ano passado, abalaram o mundo nuclear e levantaram dúvidas sobre se a energia atômica é segura.
  Alemanha, Suíça e Bélgica decidiram se afastar da energia nuclear para aumentar a dependência em energia renovável.
  O documento da AIEA informa que o início de construção de novos reatores caiu para apenas três no ano passado -- dois no Paquistão e um na Índia -- de 16 em 2010.
  Também no ano passado, 13 reatores foram oficialmente declarados como permanentemente fechados, incluindo as quatro unidades de Fukushima e oito na Alemanha.
  "Isso representa o maior número de fechamentos desde 1990, quando o acidente de Chernobyl teve um efeito semelhante", afirmou a agência da ONU com sede em Viena no relatório anual Revisão da Tecnologia Nuclear. "A título de comparação, 2010 teve apenas um desligamento e 2009, três."

Acidentes
  Em 1986, um reator explodiu e pegou fogo em Chernobyl, na então União Soviética, enviando uma onda de radiação por toda a Europa. Em Fukushima, há um ano, incêndios e explosões causaram um colapso completo em três reatores, enquanto um quarto também foi danificado.
  Hoje, os quatro reatores estão em um estado estável e frio de desligamento e a limpeza do local continua, mas a fase final de desativação não vai acontecer nos próximos 30 ou 40 anos. Quase todos os 54 reatores do Japão estão ociosos, aguardando aprovações para reiniciar.

Fonte: Reuters 

sexta-feira, março 16, 2012

Hubble faz imagem de estrelas mais antigas da galáxia

Aglomerado estelar Messier 9 está a 25 mil anos-luz da Terra.
Imagem do telescópio espacial foi divulgada nesta sexta (16).

 

Imagem do telescópio espacial Hubble mostra o aglomerado estelar Messier 9, que fica perto do centro da nossa galáxia. Os cientistas acreditam que as estrelas ali estão entre as mais antigas da Via Láctea, cerca de duas vezes mais velhas que nosso Sol. (Foto: NASA/ESA)

Fonte: G1, em São Paulo 

Dias após ser descoberto, cometa deve colidir com Sol

Cometa Swan foi observado pela primeira vez no dia 8.
Expectativa é que ele colida com a estrela até a próxima quarta.

  Menos de duas semanas depois de ser descoberto, o cometa Swan deve chegar ao seu fim, em uma grande explosão após colidir com nosso Sol, informa o site especializado “Space.com”. O astro foi descoberto na última quinta-feira (8) e não deve sobreviver além da próxima quarta (21).
  A rota do Swan é parecida com a do Lovejoy, que passou pela Terra em 21 de dezembro. Mas quando o Lovejoy passou perto do Sol, em 16 de dezembro, ele não colidiu – como os astrônomos esperavam. O Swan pode ter a mesma sorte, mas os cientistas acreditam que é improvável.

Imagem do cometa Swan feita pela Nasa e divulgada pelo Space.com (Foto: Reprodução)

Fonte: G1, em São Paulo 

Mundo entra em colapso se ritmo de crescimento continuar, afirma OCDE

Relatório prevê efeitos da mudança climática e saúde da população em 2050.
Biodiversidade das espécies terrestres deve cair 10%, diz estudo.

  As pressões sobre o ecossistema da Terra são agora tão grandes que as gerações futuras podem ser condenadas a sofrer perdas em seu padrão de vida, alerta nesta quinta-feira (15) a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), em relatório que lança um olhar para como estará o mundo em meados deste século.
  Intitulado "Previsões Ambientais da OCDE para 2050", o relatório destaca que abastecer dois bilhões de pessoas a mais em 2050 e melhorar os padrões de vida para todos desafiarão a habilidade humana para gerenciar e restaurar os recursos naturais dos quais toda forma de vida depende.
  "O fracasso em fazê-lo terá sérias consequências, especialmente para os pobres, e acabará minando o crescimento e o desenvolvimento humano das gerações futuras", continuou.
  O estudo se baseia em previsões anteriores feitas até 2030, concentradas nas mudanças climáticas, na biodiversidade e nos impactos da poluição para a saúde. "As previsões são mais alarmantes do que a situação descrita na edição anterior", afirmou, falando de "mudanças irreversíveis que poderiam ameaçar dois séculos de melhoria do padrão de vida".

Mudança climática
  Segundo o relatório, as emissões de carbono derivadas da geração de energia devem aumentar 70% até 2050, "encerrando" uma potência de mudança climática mais intensa.
  No ritmo das tendências atuais, a temperatura média da Terra será de 3ºC a 6ºC Celsius mais alta do que em épocas pré-industriais, em comparação com a meta de 2ºC, estabelecida pelas Nações Unidas.
  Respeitar a meta de 2ºC custaria, em média, apenas 0,2% em termos de crescimento econômico ao ano, se o processo for iniciado hoje.
  "Isso perde a importância diante do custo potencial da inação, que pode ser de 14%, em média, do consumo mundial, segundo algumas estimativas", alertou a OCDE.
  De fato, as estimativas anteriores do custo de agir contra as mudanças climáticas podem estar superestimadas, uma vez que desconsideram benefícios na geração de empregos e nas novas tecnologias, destacou o estudo.

                   

A perda das espécies deve continuar, principalmente na Ásia, Europa e África, afirma relatório da OCDE. (Foto: Alex Mustard/Bite-Back )

Biodiversidade
  Sobre o assunto, o documento afirma que a perda de espécies deve continuar, especialmente na Ásia, Europa e África austral.
  Segundo um estudo científico de referência, a diversidade das espécies terrestres deve cair 10% até 2050, em comparação com os níveis atuais. Cerca de um terço da diversidade de espécies de água doce já foi perdida.
  "A tendência atual de declínio da biodiversidade representa uma ameaça ao bem-estar humano e custará muito caro", alertou o relatório.
  "A perda agregada de biodiversidade e dos benefícios associados aos serviços ambientais com a perda global das florestas, por exemplo, é calculada entre US$ 2 trilhões e US$ 5 trilhões ao ano", continuou.

Saúde
  Nenhum país está livre de uma intensificação dos problemas de contaminação do ar, segundo os cenários da OCDE. Os níveis em algumas cidades, particularmente na Ásia, já superam, de longe, os limites de segurança da Organização Mundial da Saúde (OMS).
  "Com as emissões crescentes do transporte e das indústrias, o número total de mortes prematuras relacionadas com a questão dos particulados transportados por via aérea deverá dobrar para 3,6 milhões ao ano, com o maior número de mortes ocorrendo na China e na Índia", destacou.
  Mas os países ricos também serão afetados. O ozônio troposférico - que irrita o sistema respiratório, resultante da reação química da fumaça com a luz do sol - será um risco para suas populações urbanas e em processo de envelhecimento.
  O relatório retomou os apelos por uma mudança de política. Poluir deveria se tornar mais caro e os subsídios aos combustíveis fósseis, danosos ao meio ambiente, deveriam ser reduzidos. Ao contrário, as riquezas naturais deveriam ser valoradas monetariamente de forma que seu real valor seja apreciado. "Avanços com base em implementações ou reformas feitas ao cenário atual nas próximas décadas não serão suficientes", acrescentou.

Fonte: France Presse 

quarta-feira, março 14, 2012

Astronauta fotografa aurora entre a Austrália e a Antártica

Andre Kuipers registrou a cena a bordo da ISS no último sábado (10).
Fenômeno é causado por tempestades solares.

               

A foto feita a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) mostra uma aurora austral sobre o mar, entre a Austrália e a Antártica. A imagem foi registrada pelo astronauta holandês Andre Kuipers no último sábado (10). Na última semana, a Terra recebeu grande volume de radiação solar, originado de erupções de plasma da estrela. Em contato com a atmosfera, na região dos polos, essa radiação provoca reações que levam à aparição das auroras. O fenômeno também interfere com o funcionamento de rádios de comunicação e de alguns satélites (Foto: Reuters/Andre Kuipers/ESA/Nasa/Divulgação)

Fonte: Reuters 

Remédio contra a Aids voltado para crianças será testado no Brasil

Doses e sabores foram adaptados para os pacientes infantis.
Se aprovado, medicamento pode estar disponível em três anos.

  A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) começará a testar em seres humanos um remédio desenvolvido especialmente para tratar a Aids em crianças.
  O medicamento desenvolvido pela Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fiocruz (Farmanguinhos) é um antirretroviral, que tem como objetivos suprimir a carga viral, restaurar o sistema imune e, assim, retardar a progressão da doença.
  Os testes terão início ainda no segundo semestre de 2012, em seis centros de pesquisa em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Se eles tiverem sucesso, o remédio estará disponível no mercado em três anos, de acordo com os cientistas dessa instituição pública.
  Os pesquisadores reuniram em um único comprimido os princípios ativos lamivudina, zidovudina e nevirapina, usados normalmente no combate contra a Aids. Ao todo, há 16 substâncias que são usadas nesse tratamento, mas a maioria delas não pode ser aplicada em crianças.
  Esse comprimido contém doses adequadas para crianças e foi adoçado com outros componentes com o objetivo de tornar o sabor mais agradável. Com as mudanças, os cientistas esperam melhorar a adesão dos mais jovens ao tratamento.
  Pelos dados oficiais, entre 1980 e 2010 foram registrados no Brasil 14 mil casos de Aids em crianças menores de 13 anos, que em sua maioria herdaram a doença de suas mães durante a gravidez ou contraíram no momento do parto.

Fonte: G1, com informações da EFE 

Droga contra câncer ativa memória de ratos com Alzheimer, diz pesquisa

Roedores mais velhos receberam droga por apenas três meses.
Descoberta poderia ajudar no tratamento da doença em estágio inicial.

                                                                                             

Setas indicam anomalias em nervos de um rato com Alzheimer, que diminuíram com o uso do remédio contra câncer. (Foto: Divulgação / Zhang, et al. The Journal of Neuroscience 2012.)

  Cientistas americanos afirmaram nesta terça-feira (13) que um remédio contra o câncer melhorou a memória de ratos mais velhos que sofrem de Alzheimer. A descoberta, publicada no periódico "Journal of Neuroscience", representaria um avanço na busca de tratamento a doença.
  Segundo a pesquisa, a droga epotilona, ou EpoD, parece estabilizar microtúbulos que transportam nutrientes nas células nervosas. O rompimento destes túbulos provoca "emaranhados" nas células nervosas.
  Estudo anterior realizado pelos mesmos cientistas havia mostrado que o EpoD pode para evitar o declínio cognitivo em roedores jovens, criados para apresentar sintomas como os do Alzheimer.
  "A EpoD entra rapidamente no cérebro, onde parece persistir por muito mais tempo do que no sangue. Isso pode explicar porque pequenas doses se mostraram eficazes e seguras no modelo do mal de Alzheimer em ratos", explicou o autor que chefiou as pesquisas, Kurt Brunden.

Humanos
  Os ratos foram tratados por apenas três meses. Provavelmente, os humanos teriam que ser tratados por muito mais tempo porque o Alzheimer é uma doença degenerativa crônica. Portanto, mais pesquisas precisam ser feitas para verificar se um tratamento mais longo seria nocivo.
  No mês passado, cientistas também reportaram que outro medicamento contra o câncer, o bexaroteno, conseguiu reverter o Alzheimer em ratos. Roedores tratados com essa droga ficaram rapidamente mais espertos. A placa em seus cérebros que provocava o Alzheimer começou a sumir em questão de horas, destacou a pesquisa, publicada na revista científica americana "Science".
  Mas especialistas alertam que os modelos em ratos nem sempre são traduzidos com sucesso nos testes com pessoas.

Fonte: France Presse 

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