Meio ambiente

quinta-feira, agosto 18, 2011

Sapinho-narigudo-de-barriga-vermelha

Melanophryniscus macrogranulosus Braun, 1973 

NOME POPULAR: Sapinho-narigudo-de-barriga-vermelha (RS)
FILO: Chordata
CLASSE: Amphibia
ORDEM: Anura
FAMÍLIA: Bufonidae
STATUS DE AMEAÇA
Brasil (MMA, IN 03/03): Ameaçada
Estados Brasileiros: RS (VU)
CATEGORIAS RECOMENDADAS
Mundial (IUCN, 2007): VU
Brasil (Biodiversitas, 2002): CR – B2ab(ii)c(ii)

  • INFORMAÇÕES GERAIS 

  Melanophryniscus macrogranulosus até recentemente era conhecida apenas da série-tipo e ainda não há, até os dias atuais, informações que possam auxiliar ou orientar medidas conservacionistas para a espécie. Com o encontro de um exemplar juvenil da espécie, Escobar et al., (2004) registraram a coloração do exemplar (dorso verde-escuro com grandes manchas vermelhas no ventre) e aumentaram sua distribuição geográfica, mas não obtiveram dados biológicos para a espécie. A julgar pelos hábitos do gênero, M. macrogranulosus deve apresentar hábitos reprodutivos explosivos e localizados, que devem ocorrer em períodos de intensa chuva, com reprodução em pequenos alagados temporários de áreas abertas. A área de distribuição presumida da espécie indica que suas populações devam ocorrer na base da encosta da Serra Geral, no Estado do Rio Grande do Sul, em altitudes de 20 a 600 m, em clareiras ou nas bordas das formações florestais da Mata Atlântica. Essa distribuição, no entanto, pode estar subestimada.

  • DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 

  A espécie era conhecida apenas da série-tipo, uma área de Mata Atlântica localizada no município de Torres, Rio Grande do Sul. Com a emancipação do município Dom Pedro de Alcântara em 1997, antes pertencente a Torres, pairaram dúvidas sobre a exata localização da espécie (Garcia & Vinciprova, 2003). A localidade-tipo da espécie foi corrigida recentemente (Escobar et al., 2004) para Morro da Gruta, município de Dom Pedro de Alcântara e, com base em um exemplar juvenil, uma nova localidade foi acrescida à distribuição da espécie: Barra do Ouro, município de Maquiné, RS. Ambas as localidades estão compreendidas no bioma Mata Atlântica do Estado do Rio Grande do Sul. 

  • PRESENÇA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 

  A presença em UCs é desconhecida. No entanto, baseado na área de distribuição conhecida para a espécie, é possível que populações possam ser encontradas nas seguintes Unidades de Conservação: PE de Itapeva, REBIO da Serra Geral e REBIO Estadual Mata Paludosa (RS).

  • PRINCIPAIS AMEAÇAS

  A principal ameaça à espécie é a falta de conhecimento atual sobre as populações existentes. O fato de ser uma espécie endêmica e de sua distribuição presumida ocorrer em área de intensa pressão antrópica, principalmente agropecuária e imobiliária, coloca a espécie como o anuro mais ameaçado do Estado do Rio Grande do Sul. As principais ameaças pontuais são perda, descaracterização e fragmentação de habitats, aceleradas por criação de animais domésticos, práticas agrícolas e reflorestamentos, construção e ampliação de estradas, crescimento das cidades e especulação imobiliária. 

  • ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO

  A principal estratégia para a conservação da espécie é, sem dúvida, a pesquisa científica. É preciso urgentemente localizar as populações existentes, identificando sua real área de distribuição, sua biologia e sua estrutura populacional. Sem estas informações, qualquer proposta de conservação torna-se inócua. 

  • ESPECIALISTAS/NÚCLEOS DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO 

  Não há pesquisadores específicos ou grupos de pesquisa que tenham trabalhado ou estejam trabalhando com a espécie. É necessário o desenvolvimento de estratégias de incentivo à pesquisa da espécie.

Fonte: Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.

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