Meio ambiente

segunda-feira, agosto 01, 2011

Tubarão-limão

Negaprion brevirostris Poey, 1868 


NOME POPULAR: Tubarão-limão; Papa-areia (RN,PE)
FILO: Chordata
CLASSE: Chondrichthyes
ORDEM: Carcharhiniformes
FAMÍLIA: Carcharhinidae
STATUS DE AMEAÇA
Brasil (MMA, IN 05/04): Ameaçada
Estados Brasileiros: não consta
CATEGORIAS RECOMENDADAS
Mundial (IUCN, 2007): PA (VU)
Brasil (Biodiversitas, 2002): VU – B1ab(i) + 2ab(i); C2a(i)

  • INFORMAÇÕES GERAIS 

  Negaprion brevirostris é uma espécie caracterizada pelo tamanho da segunda nadadeira dorsal, quase tão grande quanto a primeira, e pelo focinho curto e arredondado em vista dorsal. Apresenta coloração uniforme, variando entre cinzento e amarelado, com ventre mais claro, e os jovens possuem tons esverdeados que lhes conferem o nome de tubarão-limão. Ocorre em águas tropicais sobre a plataforma continental e insular, geralmente associado a ambientes recifais (Compagno, 1984). Habita águas rasas de baías, enseadas, regiões coralíneas e estuarinas, podendo penetrar em águas de baixa salinidade. É encontrado desde a superfície até profundidades de cerca de 120 m. Atinge tamanho máximo em torno de 
3,4 m, com machos amadurecendo com aproximadamente 2,2 m e fêmeas com cerca de 2,4 m; o tamanho no nascimento é de 60 a 65 cm (Compagno, 1984). A reprodução se dá por viviparidade placentária, com número de embriões variando entre 4 e 17, o período de gestação entre 10 e 12 meses, com fêmeas penetrando em águas rasas para o parto (Compagno, 1984). Alimenta-se essencialmente de peixes ósseos, mas também de crustáceos e moluscos (Compagno, 1984). É uma espécie considerada potencialmente perigosa, com vários casos de ataques contra humanos registrados na região das Bahamas. No Brasil, 
estudos biológicos preliminares não publicados sobre esta espécie foram recentemente conduzidos no atol das Rocas por P. G. V. Oliveira e por R. S. Rosa e colaboradores e incluem estimativas de tamanho populacional e observações sobre dieta e uso do hábitat. É uma das espécies de tubarões com a biologia melhor estudada nos últimos anos, graças aos trabalhos desenvolvidos no Atlântico Norte, sob coordenação do Dr. S. H. Gruber (Rosenstiel School of Marine Science, University of Miami, EUA), envolvendo vários aspectos da biologia, fisiologia, ecologia e comportamento. 

  • DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 

  Ocorre no oceano Atlântico, ocidental e oriental, e no Pacífico oriental. No Atlântico ocidental, é registrada de Nova Jersey (EUA) ao Brasil. No Brasil são poucos os registros na região Sudeste, onde foi encontrada por e U. L. Gomes (com. pess.). Não existem registros para o Sul do Brasil, embora Compagno (1984) assim indique na distribuição geográfica desta espécie. Na costa norte/nordeste já foi registrado na plataforma continental do Amapá, Pará, Ceará e Bahia (Bezerra et al., 1990; A. L. Castro e O. B. F. Gadig, com. pess.). Contrariamente à escassez de dados de distribuição desta espécie na plataforma continental, sua ocorrência é bem conhecida na plataforma insular do arquipélago de Fernando de Noronha e do atol das Rocas. A distribuição pretérita coincide parcialmente com a atual pelo fato de não existir registros recentes para a região Sudeste. 

  • PRESENÇA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 

  REBIO Atol das Rocas (RN); PARNA Marinho de Fernando de Noronha (PE); PARNA Marinho de Abrolhos (BA).

  • PRINCIPAIS AMEAÇAS

  A pesca artesanal costeira e a degradação de habitats recifais e estuarinos possivelmente contribuem para a redução da ocorrência da espécie junto à costa. Em áreas protegidas, como o atol das Rocas, a pesca ilegal ainda é um problema e afeta as pequenas populações locais. Em Fernando de Noronha, áreas de berçário da espécie são alvos de visitação turística. 

  • ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO

  As estratégias de conservação devem incluir a proteção efetiva de áreas de parto e berçário da espécie, como o atol das Rocas e Fernando de Noronha. A fiscalização da pesca também é essencial, visando coibir capturas ilegais. A pesquisa científica deve ser estimulada visando o mapeamento da ocorrência de populações ao longo da costa brasileira, o monitoramento populacional em áreas de berçário e o aprofundamento de estudos sobre a biologia da espécie.

  • ESPECIALISTAS/NÚCLEOS DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO 

  Bradley Wetherbee (National Oceanographic and Atmospheric Administration, EUA); Fábio H. V. Hazin (UFRPE); Paulo G. V. Oliveira (UNEB); Ricardo S. Rosa (UFPB); Samuel H. Gruber (Rosenstiel School of Marine Science, University of Miami, EUA)

Fonte:Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção

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