Meio ambiente

domingo, outubro 16, 2011

Albatroz-real


Diomedea epomophora Lesson, 1828

NOME POPULAR: Albatroz-real; Albatroz-real-meridional
FILO: Chordata
CLASSE: Aves
ORDEM: Procellariiformes
FAMÍLIA: Diomedeidae
STATUS DE AMEAÇA
Brasil (MMA, IN 03/03): Ameaçada
Estados Brasileiros: não consta

CATEGORIAS RECOMENDADAS
Mundial (IUCN, 2007): VU
Brasil (Biodiversitas, 2002): VU – D2

  • INFORMAÇÕES GERAIS 

  Diomedea epomophora, comparada a D. exulans e D. dabbenena, apresenta as narinas bulbosas, bico mais largo e robusto e a borda da maxila negra. Os juvenis deixam o ninho com plumagem similar à dos adultos, tendo como diferença a face superior das asas na cor negra e um número variável de penas escuras no dorso, produzindo um efeito de finas manchas. Com o tempo, a face superior das asas começa a ficar mais clara, a partir de sua borda anterior, até tornar-se quase totalmente branca em exemplares muito velhos. A cauda também se torna branca (D. exulans mantém a maioria das retrizes com pontas negras). A envergadura máxima de D. epomophora é de 3 m, sendo os machos maiores, pesando entre 8,1 e 9,45 kg, enquanto as fêmeas oscilam entre 6,5 e 9 kg. As primeiras posturas são feitas em novembro-dezembro e os ovos eclodem em fevereiro-março. Os juvenis deixam os ninhos após oito meses, em outubro novembro. Os casais nidificam minimamente a cada dois anos, quando bem-sucedidos. O sucesso reprodutivo na ilha Campbell alcançou a média de 58% ao longo de três anos. Enquanto o albatroz errante (D. exulans) forrageia no talude ou fora da plataforma continental, o albatroz-real é encontrado nas águas, sobre a plataforma. Na ilha Campbell, a dieta inclui 75% de cefalópodos (Morotheutis inges,  Kondakovia longimana,  Taonius pavo), 21% de peixes, 3% de crustáceos e 1% de salpas. Dois indivíduos encontrados no Rio Grande do Sul haviam se alimentado do peixe  Ctenosciaena gracilicirrhus e das lulas  Ommastrephes bartrami,  Lycoteuthis diadema,  Cyclotheuthis sp. e  Grimalditheuthis sp. Após a reprodução, as aves voam para o leste até a costa do Chile e Peru, sendo observadas sobre a plataforma continental. Dali, elas contornam o cabo Horn e são encontradas sobre a plataforma continental da Argentina (incluindo as Falklands/Malvinas) e Sul do Brasil, onde permanecem antes de migrar pelo Atlântico e Pacífico, retornando às áreas de nidificação.

  • DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 

  A espécie nidifica apenas nas ilhas Adams, Enderby, Campbell, Auckland e Taiaroa Head (Nova Zelândia). É possível que tenha sido extinta em outras ilhas do Pacífico. Mais de 90% da população mundial de D. epomophora utiliza a ilha Campbell. No Brasil, a espécie foi registrada no Rio Grande do Sul (espécimes no Museu de Zoologia da Universidade do Rio dos Sinos) e Rio de Janeiro (espécime no Museu Nacional). Um antigo registro de São Paulo é baseado em um exemplar capturado próximo ao arquipélago de Alcatrazes e hoje no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (F. Denes & C. J. Carlos, in litt.). Exemplares capturados no Rio Grande do Sul, um deles por um espinheleiro, tinham sido anilhados em Campbell. 

  • PRESENÇA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 

  Desconhecida. 

  • PRINCIPAIS AMEAÇAS

  A espécie é capturada incidentalmente pela frota espinheleira brasileira que atua no Sul do país. A população de Campbell é estimada em 8.200-8.600 pares reprodutivos, tendo aparentemente se estabilizado após um crescimento aparente na década de 1980. Em 1995, 55 pares estavam presentes em Enderby e cerca de 20 em Auckland e Adams. Nenhum exemplar puro de D. epomophora está presente em Taiaroa Head. 

  • ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO

  A principal estratégia para a conservação da espécie no Brasil é a adoção, pela frota espinheleira, de medidas mitigatórias que impeçam ou minimizem a captura de aves marinhas. Devem ser incluídas medidas que possam desencorajar ou impedir o acesso das aves aos anzóis iscados. Um Plano Nacional de Conservação de Albatrozes e Petréis (PLANACAP) foi aprovado pelo IBAMA/Ministério do Meio Ambiente e deve ser implementado.

  • ESPECIALISTAS/NÚCLEOS DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO 

  Tatiana Neves e Fabiano Peppes (Instituto Albatroz) e Fábio Olmos (Pesquisador autônomo e CBRO), têm trabalhado com a questão da captura incidental de aves marinhas pela frota brasileira, incluindo D. epomophora, e são autores do PLANACAP. Leandro Bugoni e Carolus M. Vooren (FURG) e Jules Soto (UNIVALI) têm estudado a ecologia e distribuição das aves oceânicas do extremo-sul brasileiro, incluindo a sua interação com a pesca. 

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