Meio ambiente

segunda-feira, outubro 31, 2011

Lagarto-da-cauda-verde


Cnemidophorus littoralis Rocha, Araújo, Vrcibradic & Costa, 2000 

NOME POPULAR: Lagarto-da-cauda-verde
SINONÍMIAS: Até a descrição da espécie, a mesma era referenciada 
como Cnemidophorus ocellifer
FILO: Chordata
CLASSE: Reptilia
ORDEM: Squamata
FAMÍLIA: Teiidae
STATUS DE AMEAÇA
Brasil (MMA, IN 03/03): Ameaçada
Estados Brasileiros: não consta
CATEGORIAS RECOMENDADAS
Mundial (IUCN, 2007): não consta
Brasil (Biodiversitas, 2002): VU – B1b(i)c(i) + 2b(ii)c(ii)

  • INFORMAÇÕES GERAIS 

  Cnemidophorus littoralis habita áreas de restinga caracterizadas por moitas de vegetação de tamanhos variados espalhadas por grandes extensões de areia branca. É exclusivamente diurna e permanece ativa durante os períodos mais quentes do dia. Seu período de atividade  estende-se das 8h às 15h, sendo que o pico de atividade se concentra entre 10h e 12h. Sua temperatura corpórea em atividade atinge em média 38-39 ºC, estando entre as mais altas conhecidas para lagartos brasileiros. Cnemidophorus littoralis forrageia ativamente ao longo da periferia das moitas nas restingas em que habita. Sua dieta é composta por artrópodos, com predomínio de cupins (Isoptera), que são capturados em meio à serrapilheira ou diretamente nos cupinzeiros. A biologia reprodutiva de C. littoralis ainda é praticamente desconhecida. A espécie apresenta dimorfismo sexual, com os machos atingindo maiores tamanhos do que as fêmeas. Cnemidophorus littoralis é aparentemente uma espécie de distribuição restrita a ambientes de restinga e, mais especificamente, a restingas relativamente abertas, com largas extensões de areia nua entre as moitas. Esses ambientes estão freqüentemente sujeitos a alterações causadas pela ocupação humana, por se localizarem ao longo do litoral.

  • DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 

  Cnemidophorus littoralis é uma espécie descrita apenas recentemente, em 2000, e não se sabe qual a extensão de sua distribuição original no passado. Atualmente, a espécie é conhecida de apenas três áreas de restinga no Estado do Rio de Janeiro: Barra de Maricá (município de Maricá), restinga de Jurubatiba (municípios de Macaé, Carapebus e Quissamã) e restinga de Grussaí (município de São João da Barra). 

  • PRESENÇA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 

  A única Unidade de Conservação onde a espécie ocorre é o PARNA da Restinga de Jurubatiba (RJ). 

  • PRINCIPAIS AMEAÇAS

  O principal fator de ameaça para as populações de C. littoralis é a destruição de seu hábitat. Extensos trechos de vegetação de restinga têm sido destruídos nas últimas duas décadas ao longo da distribuição da espécie. Na restinga de Jurubatiba, a implantação de um oleoduto ocorreu sobre a zona da restinga em que havia a maior densidade de C. littoralis da região. Na restinga de Grussaí, o hábitat da espécie está sendo destruído pela ocupação humana desorganizada e pela favelização. 

  • ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO

  A principal estratégia para a conservação de C. littoralis é a proteção de porções adicionais de seu hábitat a partir da criação de novas Unidades de Conservação. Também seriam importantes programas de recuperação do hábitat da espécie ao longo de toda a sua área de distribuição. Nas áreas em que a espécie está sob maior risco (restinga de Grussaí), é recomendável que, após a recuperação do hábitat, seja feito um programa de monitoramento da espécie, de forma a acompanhar a evolução do tamanho populacional. São importantes, ainda, pesquisas adicionais sobre a biologia da espécie e programas de educação ambiental, visando a conscientização sobre a importância da pereservação da espécie e de seus habitats. Ressalta-se que parte dos dados disponibilizados no presente capítulo foram obtidos de um projeto direcionado à espécie, subvencionado com recursos da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza.

  •  ESPECIALISTAS/NÚCLEOS DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO 

  Carlos Frederico Duarte Rocha, Davor Vrcibradic e Vanderlaine Amaral de Menezes (IB/UERJ). 

Fonte: Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção 

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