Meio ambiente

domingo, janeiro 25, 2015

Patologia de Semente


Sementes de Gergelim
  Cerca de 90% de todas as culturas de plantas alimentícias no mundo são propagadas por sementes. A maioria delas apresenta doenças ocasionadas por fungos, bactérias, vírus e nematóides, que podem ser transmitidas de uma a outra geração através da semente. Entre as culturas de maior importância econômica, o arroz, feijão, trigo, milho, soja e sorgo apresentam sérias doenças transmitidas por sementes. Entre elas destacam-se, no arroz, as doenças conhecidas como “bruzone” e “mancha parda”, ambas causadas por fungos; no feijão, a “antracnose”, também de origem fúngica, o “mosaico comum” causado por vírus e o “crestamento bacteriano”; no trigo o “carvão” e a “helmintosporiose”, doenças cujos prejuízos que provocam podem variar de 0 a 100%.
  Dentre os aspectos que devem ser considerados no estabelecimento de uma cultura, apresenta grande importância à condição de sanidade das sementes a serem utilizadas para o plantio, visto elas serem os veículos de agentes fitopatogênicos, provocando redução da germinação e/ou dando origem a focos de infecção primária de doenças.
  Além da introdução de novas doenças, a incidência das já existentes numa determinada área pode ser aumentada pela constante introdução do seu agente causal com a semente. Tratando-se de zona monocultivada a conseqüência é o aumento progressivo do inóculo com ataques cada vez mais severos à plantação, podendo com o tempo inviabilizar a cultura.
  O sistema utilizado com sucesso, em muitos países, para controlar a qualidade de sementes na multiplicação e produção é o da certificação, que envolve uma série de inspeções de laboratório e campo. Entretanto, em diversos países a certificação deixa a desejar pois eles consideram apenas a germinação, pureza e identidade genética das sementes. A certificação para sanidade, em geral, baseia-se apenas na inspeção de campo e exame visual das sementes. Estas práticas são insuficientes para que as sementes sejam consideradas certificadas para sanidade. Sendo elas portadoras de agentes fitopatogênicos que, na maioria dos casos, nelas se instalam sem provocar sintomas, para conhecer a sua condição de sanidade é necessário submete-las à análise fitopatológica. A inclusão desses testes exige o conhecimento de métodos adequados de análise sanitária de sementes, o estabelecimento de níveis de tolerância de infecção por patógenos de importância econômica e o conhecimento de produtos fungicidas eficientes para o seu tratamento.
  Embora exista metodologia para a detecção de inúmeros patógenos em sementes, para muitos ainda não foram desenvolvidos métodos ou os existentes não são satisfatórios. As pesquisas realizadas para avaliar danos ocasionados por patógenos de sementes são poucas e foram feitas principalmente com patógenos de clima temperado que apresentam importância em países desenvolvidos. O controle de fungos de sementes por meio de tratamento com fungicidas tem sido bastante estudado nas condições brasileiras. Porém, para diversas culturas, esses estudos ainda não foram realizados. Nestes casos fica prejudicada a possibilidade de registro de produtos para tratamento de sementes, ficando as culturas a descoberto.
  O Instituto Biológico vem realizando pesquisas nos assuntos acima mencionados visando dar subsídios ao controle dos fungos de sementes. Paralelamente aos trabalhos de pesquisa, a instituição mantém um serviço de rotina, no qual realiza análises de sanidade de amostras de sementes enviadas por particulares, empresas e, em maior quantidade, pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), que mantém convênio com a instituição para examinar sementes importadas e aquelas destinadas à exportação.

Fonte: Instituto Biológico

Nenhum comentário:

Postar um comentário