Presidente da GDF Suez critica Europa por optar por energias alternativas.
'Custam mais do que outras formas de eletricidade', diz Gerard Mestrallet.
A multinacional francesa GDF Suez considera que um apoio excessivo da União Europeia ao desenvolvimento de fontes de energia renováveis nos países aumentaria a conta de energia da população e penalizaria a competitividade.
De acordo com Gerard Mestrallet, presidente da empresa, quando questionado pelo periódico francês “Le Monde” sobre a escolha de recursos energéticos nos países, ele admitiu que existe o risco de “ferir a competitividade da empresa”.
"Vamos ser claros: elas custam mais do que outras formas de produção de eletricidade", disse Mestrallet, que alertou os líderes da UE contra as decisões que podem aumentar os custos de forma “excessiva”.
Ele usou o exemplo da Alemanha e sua decisão de abandonar gradualmente a energia nuclear para salientar que, com esta opção, o país "não escolheu o menor custo."
A GDF Suez também tem obras no Brasil, como a construção da usina hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, em Porto Velho (RO). A empresa tem 50,1% de participação no consórcio responsável pela construção, que faz parte do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.
Canteiro de obras da usina hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia (Foto: TV Globo)
Alemanha
A decisão do governo da Alemanha de encerrar a geração de energia proveniente de usinas nucleares e diminuir a quantidade de complexos movidos a carvão, responsáveis por altas emissões de carbono, vai aumentar o emprego das energias renováveis no país, como a solar, eólica e biomassa, que saltarão dos atuais 16% de toda a matriz energética para 80% até 2050, segundo o plano oficial. A potência instalada de fontes renováveis deverá chegar a 163,3 GW.
É como se em quatro décadas a Alemanha construísse o equivalente a mais de 14 usinas com a mesma potência da de Belo Monte, que terá capacidade para produzir 11,2 GWh de energia no Rio Xingu, no Pará.
O assunto se tornou uma das principais bandeiras do país desde o final de maio, quando o governo de Angela Merkel anunciou o encerramento gradativo das atividades de 17 usinas nucleares até 2022. O tema já era discutido há pelo menos uma década, mas a decisão a respeito foi acelerada após o acidente nuclear ocorrido em Fukushima, no Japão.
Com isso, nos próximos anos, a tecnologia nuclear deixará de produzir 23% da energia elétrica utilizada para abastecimento da indústria e das moradias dos seus 81,7 milhões de habitantes.
Plano da Alemanha é aumentar o uso de energias alternativas para 80% da matriz energética até 2050. (Foto: Eduardo Carvalho/Globo Natureza)
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Fonte: Globo Natureza, com agências internacionais
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