Desse grupo de doenças faz parte o chamado 'mal da vaca louca'.
Confirmação do caso só pode ser feita depois da morte da paciente.
Paciente está internada há cerca de dez dias no Hospital do Tricentenario (Foto: Luna Markman/G1)
Uma paciente suspeita de estar com uma variação da doença priônica, grupo do qual faz parte o chamado “mal da vaca louca”, está internada há cerca de dez dias no Hospital do Tricentenário, em Olinda. De acordo com informações da Secretaria de Saúde de Pernambuco, a doença não é transmissível e não há chance de sobrevivência para a paciente. A confirmação do caso só poderá ser feita após o óbito da senhora de 54 anos, através de exames específicos. Ainda não se sabe como a doença foi contraída pela mulher.
As doenças priônicas assim são chamadas porque afetam os príons, partículas protéicas responsáveis por atividades como o amadurecimento dos neurônios. A gerente de Agravos Agudos da Secretaria Estadual de Saúde, Nara Melo, explicou que a transmissão dessa doença pode acontecer através de quatro formas distintas: por meio de contaminação cirúrgica, através do consumo de carne bovina de animais contaminados, de forma hereditária e de maneira esporádica.
“Aqui em Pernambuco, de 2006 até 2011, foram confirmados cinco casos, todos da forma esporádica. Não é pela carne, pela forma hereditária ou por cirurgia. Pesquisas ainda não sabem como acontece essa transmissão, que também é o caso dessa paciente”, falou Nara Melo. Os primeiros exames na paciente, como a análise do sangue, já começaram a ser feitos. Segundo o médico Gil Brasileiro, diretor do Hospital do Tricentenário, uma amostra sanguínea já foi encaminhada para São Paulo, onde passará por investigação.
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) divulgou, nesta segunda-feira (19), que a Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania de Olinda, através da promotora Helena Capela Gomes, expediu recomendação ao diretor do Hospital do Tricentenário para que fossem feitos os exames específicos na paciente. Ainda de acordo com o MPPE, a família dela era contra a realização dos exames, por não aceitar o possível diagnóstico.
"Inicialmente, a família da senhora estava se recusando a permitir que a parente passasse por exames, principalmente os que são realizados após o óbito. Entretanto, um parente mais consciente procurou o hospital esta semana e autorizou a realização dos procedimentos. O hospital está disponível para realizar todas as recomendações da Justiça", falou Gil Brasileiro. Dentre as medidas que devem ser tomadas após a morte da paciente está a retirada do cérebro para o exame que pode confirmar a doença e a cremação do corpo, para que não entre em contato com a terra.
Fonte: G1 PE
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