quarta-feira, dezembro 12, 2012

Água-viva é capaz de reverter o envelhecimento

Cientistas acreditam que criaturas marinhas podem guardar o segredo da imortalidade humana.

(Fonte da imagem: Reprodução/The New York Times)

  A água-viva imortal foi descoberta por acaso pelo estudante alemão de biologia marinha Christian Sommer em 1988, enquanto ele passava suas férias de verão na Riviera Italiana. Sommer, que coletava espécies de hidrozoários para um estudo, acabou capturando a pequena criatura misteriosa — da espécie Turritopsis dohrnii —, ficando espantado com o que observou no laboratório.
  Após examiná-la durante alguns dias, Sommer percebeu que a água-viva simplesmente se recusava a morrer, regredindo ao seu estado inicial de desenvolvimento até reiniciar o seu ciclo de vida outra vez, sucessivamente, como se sofresse um envelhecimento reverso.
  Assim, de acordo com um artigo publicado pelo The New York Times, desde a descoberta de Sommer, a pequena água-viva imortal vem sendo estudada por cientistas, que tentam entender esse aspecto “Benjamin Button” da criatura. E compreender o funcionamento da incrível habilidade da água-viva poderia desvendar os mistérios da vida eterna.

Envelhecimento reverso
  Os pesquisadores já descobriram que a Turritopsis dohrnii inicia seu incrível rejuvenescimento quando se encontra em uma situação de estresse ou ataque, e que durante esse período o organismo passa por um processo conhecido como transdiferenciação celular, ou seja, um evento atípico no qual um tipo de célula se transforma em outro, tal como ocorre com as células-tronco humanas.
  Os cientistas também observaram que a água-viva imortal — que não é maior do que um pedacinho de unha — parece estar se espalhando extensivamente pelo mundo, no que os pesquisadores chamam de “invasão silenciosa”. Contudo, apesar do que já se sabe sobre aTurritopsis dohrnii, ninguém consegue entender como é que ela executa o envelhecimento reverso.

Imortalidade em cativeiro
(Fonte da imagem: Reprodução/Wikipedia)

Isso se deve à dificuldade de manter espécimes da água-viva em cativeiro, e existe apenas um cientista atualmente empenhado em desvendar o mistério da imortalidade. Seu nome é Shin Kubota, e ele trabalha sozinho e sem muito financiamento em um pequeno laboratório localizado em Shirahama, perto de Kyoto, no Japão.

Kubota, ao contrário de muitos outros cientistas, acredita que a chave para o segredo da imortalidade da Turritopsis dohrnii também pode revelar o segredo para a imortalidade humana, e é por essa razão que ele vem estudando essas minúsculas criaturas há 15 anos, dedicando pelo menos 3 horas por dia às pequenas imortais. Todos os dias!

Humanos e criaturas marinhas

  Segundo o The New York Times, graças ao Projeto Genoma, concluído em 2003, os cientistas descobriram que os humanos compartilham o mesmo número de genes com uma série de animais, e que, de fato, existe uma incrível similaridade genética entre os humanos e as águas-vivas.

Hidra (Fonte da imagem: Reprodução/Wikipedia)

  Além disso, a Turritopsis dohrnii não é a única criatura marinha com superpoderes. Existem outros hidrozoários, como a hidra, por exemplo, capazes de se regenerar e adotar outras formas indefinidamente, em um ciclo que também pode ser considerado imortal.

Implicações médicas

  O fato de que os humanos compartilhem tantas semelhanças com as águas-vivas pode, na verdade, ter implicações médicas importantes, especialmente relacionadas à cura do câncer e à longevidade. Assim, conforme acreditam os cientistas, a resposta para muitos dos males sofridos pela humanidade pode estar nessas criaturas.
  De qualquer forma, se algum dia o mistério sobre o envelhecimento reverso da Turritopsis dohrnii for solucionado, e realmente for possível aplicar esse conhecimento para prolongar a vida dos humanos indefinidamente, novas questões também devem surgir, como quem é que gostaria de viver eternamente e como seria um mundo povoado por criaturas imortais?

Fonte: The New York Times

domingo, julho 22, 2012

'Fertilização' de oceano pode ajudar a conter aquecimento global, diz estudo


Pesquisa descrita na 'Nature' foi realizada por cinco semanas na Antártica.
Ferro na água favorece proliferação de fitoplâncton, que armazena CO2.

  Um novo experimento busca "fertilizar" os oceanos com sulfato de ferro para favorecer a proliferação de fitoplâncton – organismos microscópicos, como algas, que vivem próximo à superfície e servem de alimento para muitos animais. O objetivo é fazer com que esses seres capturem o gás carbônico (CO2) do fundo do mar e possam se tornar uma eventual maneira de combater o aquecimento global.

  A pesquisa está descrita na revista "Nature" desta semana e foi feita durante cinco semanas na Antártica. O trabalho é considerado pelos autores uma das provas mais detalhadas da fertilização dos oceanos, prática proibida pela legislação internacional, mas liberada para fins científicos.

Fitoplânctons como estes captados por satélite da Nasa são capazes de armazenar gás carbônico e liberar oxigênio durante a fotossíntese, aponta estudo recente conduzido na Antártica (Foto: Nasa/GSFC/Modis)

  De acordo com o pesquisador Michael Steinke, da Universidade de Essex, no Reino Unido, o fitoplâncton faz fotossíntese assim como as plantas em terra firme, armazenando CO2 e liberando O2, o que ajudaria a manter a temperatura ambiente.
  Segundo os estudiosos, a proliferação de algas unicelulares chamadas diatomáceas atingiu o pico um mês após o início da experiência. Posteriormente, houve uma significativa mortalidade dessa espécie, o que formou uma massa viscosa, incluindo material fecal do zooplâncton – como peixes, crustáceos e águas vivas –, que rapidamente submergiu para o fundo do oceano.
  Os autores dizem que pelo menos metade dessa biomassa já deve ter ultrapassado 1 km de profundidade e uma porção chegou às profundezas. Depois que o fitoplâncton morre, pode ficar por vários anos preso aos sedimentos no fundo do mar.
  Apesar da descoberta, Steinke acredita que a técnica não será usada em larga escala para amenizar a mudança climática, pois encontrar o lugar adequado para esses trabalhos é difícil e custa caro.
  Em 2007, especialistas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) alertaram sobre os riscos dessa técnica, especialmente para o ambiente marinho, um aspecto ausente no estudo publicado esta semana.
  Em outra pesquisa, feita em 2004 nos mares do sul por uma equipe liderada pelo cientista Victor Smetacek, do Instituto de Investigação Marítima, em Bremerhaven, na Alemanha, não foi possível avaliar com precisão a duração dessa captura de CO2.

Fonte: Globo Natureza, com informações da AFP

sábado, julho 21, 2012

Telescópio da Nasa detecta planeta 'alienígena' a 33 anos-luz da Terra

Agência espacial americana divulgou ilustração de exoplaneta.
Cientistas buscam corpo celeste com condições de habitabilidade.

  Um novo planeta "alienígena", com apenas dois terços do tamanho da Terra, está sendo considerado pelos cientistas como um dos menores já registrados. O corpo celeste fica fora do Sistema Solar e foi detectado pelo telescópio espacial Spitzer, da Nasa. Uma ilustração dele foi divulgada na quarta-feira (18) nos EUA.

  Conhecido como UCF-1.01, o exoplaneta orbita uma estrela chamada GJ 436, localizada a 33 anos-luz de distância da Terra. A identificação de planetas pequenos e próximos à principal estrela de seus sistemas ajuda nas pesquisas para encontrar, um dia, um corpo parecido com a Terra e que seja habitável aos seres humanos.

  Atualmente, são conhecidos mais de 700 planetas fora do Sistema Solar. A contagem começou em 1995, quando o primeiro planeta a girar ao redor de uma estrela diferente do Sol foi observado.

Ilustração do candidato a exoplaneta UCF-1.01, encontrado pelo telescópio Spitzer, da Nasa. (Foto: Nasa/Reuters)

Fonte: G1, em São Paulo

sábado, abril 14, 2012

Inteligência humana evoluiu graças a preocupação, diz pesquisa

Ambas características em excesso têm mesma atividade cerebral.
Estudo testou pessoas sadias e com transtorno de ansiedade.

  A preocupação pode ter evoluído junto com a inteligência como uma característica benéfica do ser humano, segundo um estudo liderado por cientistas da Suny Downstate Medical Center, em Nova York, nos Estados Unidos.
  Jeremy Coplan, professor de psiquiatria da Suny Downstate, e seus colegas descobriram que a inteligência elevada e a preocupação excessiva têm relação com o mesmo tipo de atividade cerebral, o que sugere que a inteligência pode ter evoluído a partir da preocupação dos seres humanos.
  "Enquanto a preocupação excessiva é geralmente vista como um traço negativo e a alta inteligência como uma algo positivo, a preocupação pode ajudar a nossa espécie a evitar situações perigosas, independentemente de quão remota seja a possibilidade de isso vir a acontecer," disse Coplan.
  "Em essência, a preocupação pode fazer as pessoas não se arriscarem e terem taxas mais altas de sobrevivência. Assim, como a inteligência, a preocupação pode conferir uma vantagem à espécie", reitera o líder do estudo.
  Na pesquisa, pacientes com transtorno de ansiedade foram comparados a voluntários sadios para avaliar a relação entre quociente de inteligência (QI), preocupação e metabolismo.
  Em um grupo controle de voluntários normais, o QI elevado foi associado a um menor grau de preocupação. Mas em pessoas diagnosticadas com o transtorno, o maior QI foi associado ao maior grau de preocupação. A correlação entre QI e preocupação foi significativa em ambos os grupos.
  No entanto, no primeiro caso, a correlação foi positiva e no último, negativa. Foram avaliados 18 voluntários saudáveis (oito homens e 10 mulheres) e 26 pacientes com o transtorno (12 homens e 14 mulheres).
  Estudos anteriores indicaram que a preocupação excessiva tende a existir tanto em pessoas com inteligência superior e inferior, e pouco menos em pessoas de inteligência moderada. Foi levantada ainda a hipótese de que pessoas com menor inteligência sofrem mais ansiedade, porque alcançam menos sucesso na vida.

Fonte: G1, em São Paulo

quinta-feira, abril 12, 2012

Astrônomos descobrem fenômeno desconhecido na superfície do Sol

'Células da coroa solar' surgem como pontos brilhantes no Sol.
Estudo do fenômeno pode ajudar a entender tempestades solares.

                                                                                       

Pontos brilhantes no centro da imagem -- feita em cor falsa -- são as 'células da coroa solar'
(Foto: Nasa/Stereo/NRL)

  Um estudo publicado nesta semana pela revista científica “Astrophysical Journal” mostra um aspecto do Sol que os cientistas ainda não conheciam: as “células da coroa solar”. Elas surgem próximas aos buracos da coroa, que são regiões menos quentes e densas da superfície do Sol.
  Estas figuras foram vistas pela primeira vez no fim de 2011, por Neil Sheeley, do Laboratório de Pesquisas da Marinha dos EUA, na capital Washington. Ele identificou a formação observando um material fornecido pelo Observatório de Dinâmica Solar (SDO, na sigla em inglês) da Nasa.
  A coroa, onde o fenômeno ocorre, é a atmosfera do Sol. As “células” surgem na superfície como bolhas em uma panela com água fervente. Na imagem, elas têm o centro bem brilhante, com contorno escuro.
  “Achamos que as células têm a aparência de chamas, como velas em um bolo de aniversário”, disse Sheeley, em material divulgado pela Nasa. “Se você olha lateralmente, se parecem com chamas. Se olha de cima, são como células”, especificou.
  Segundo os autores, entender o fenômeno ajudaria a prever as mudanças nos campos magnéticos do Sol, que afeta nas tempestades solares. Essas tempestades chegam até a Terra e podem influir sobre aparelhos de comunicação por rádio ou satélite.

Fonte: G1, em São Paulo

sábado, abril 07, 2012

Bebê nasce sem intestinos e sobrevive à espera de transplante

Médicos acreditam que criança romena está viva por 'um milagre'.
Família começa a receber doações para ele ser operado nos EUA.

  Um bebê romeno nasceu praticamente sem os intestinos e sobrevive na Unidade de Terapia Intensiva em um hospital de Bucareste por um “milagre”, de acordo com a equipe médica que cuida da criança.
  Quando nasceu no Hospital da Criança Marie Curie, onde está internado, Andrei (cujo sobrenome não foi revelado) tinha expectativa de apenas alguns dias de vida. Seus pais são menores de idade e também não tiveram a identidade revelada.
  Hoje, com oito meses, a esperança sobre sua vida aumentou diante de doações recebidas para que ele seja operado nos Estados Unidos. Equipes de médicos de Harvard e Boston teriam se oferecido para operar o bebê.
  Andrei precisa fazer um transplante de intestinos que não é realizado em crianças na Europa.

Bebê Andrei nasceu sem intestinos e espera por operação. Foto foi tirada em 27 de março.
(Foto: Vadim Ghirda/AP)

Fonte: AP

Crateras achadas em Marte indicam antigos reservatórios de água

Descoberta pode ajudar na busca de vida fora da Terra.
Cavidades mostram semelhanças na geologia dos dois planetas.

  A Agência Espacial Europeia (ESA) informou nesta quinta-feira (5) que descobriu nas encostas de um dos maiores vulcões de Marte 'buracos em cadeia' que, dependendo de sua origem, podem ser 'peças interessantes' na busca de vida microscópica fora da Terra.
  As fotografias foram feitas em junho na região de Tharsis, caracterizada por três grandes vulcões, revelaram uma série de depressões circulares. Para a agência, a suposição mais interessante seria se essas cavidades tivessem sido criadas por água subterrânea, como ocorreu na península mexicana do Yucatán nos famosos 'cenotes', depósitos formados pelo desmoronamento dos tetos das cavernas e a dissolução da rocha.

Crateras em região vulcânica de Marte podem ajudar na busca por vida fora da Terra (Foto: ESA)

  Outra possibilidade é que as deformações tenham ocorrido com a queda do teto de antigos túneis formados por rios de magma que circulavam sob uma lava já solidificada na superfície, tornando os locais ocos.
  A ESA considera que na busca de vida microscópica a primeira hipótese é a mais promissora. Isso porque, no caso de haver alguma estrutura similar a uma caverna intacta associada a esses buracos, os microorganismos poderiam ter sobrevivido protegidos das duras condições da superfície.
  No entanto, a agência não descartou que se trate de simples sulcos na crosta de Marte, nas quais podem se formar as cavidades descobertas.
  De qualquer maneira, a descoberta das marcas mostra 'muitas semelhanças entre os processos geológicos da Terra e Marte', fazendo com que a descoberta se transforme em objeto de estudo para posteriores missões.

Fonte: EFE

quinta-feira, abril 05, 2012

Inglaterra proíbe regar jardins com mangueira

Seca gera a medida no sul e sudeste; infratores podem pagar até R$ 3 mil.

  O sul e o sudeste da Inglaterra imporão, a partir desta quinta-feira (4), uma multa a quem for flagrado regando seu jardim com mangueiras, medida criada para conter a seca que afeta a região.
  Sete companhias de abastecimento vão estabelecer por tempo indeterminado o chamado 'hosepipe ban' - ou 'veto à mangueira' - e outras restrições ao uso da água, já que o último inverno (verão no hemisfério sul) teve um índice de chuvas excepcionalmente baixo.
  As restrições afetarão cerca de 20 milhões de pessoas, em regiões como Londres, Kent e Sussex. As novas regras proíbem que os moradores das áreas afetadas reguem seus jardins e lavem seus veículos com mangueiras, encham suas piscinas, usem a água de mangueiras para 'recreação' e limpem pátios com jatos d'água.
  Quem for pego em alguma dessas atividades pode ser processado e multado em até mil libras, ou quase R$ 3 mil.

Regadores e baldes
  Enquanto a medida estiver em vigor, os jardins só devem ser regados com regadores e os carros lavados com baldes, dizem as autoridades.
  Os cidadãos também estão sendo orientados a tomar banhos mais rápidos, a ligar máquinas de lavar roupa e louça apenas se elas estiverem no máximo de sua capacidade, a evitar o desperdício e a 'usar a água com sabedoria'.
  Outras partes da Inglaterra também correm o risco de ficar sob o 'veto à mangueira', dependendo da quantidade de chuvas da atual primavera. A situação só melhorará se abril registrar um nível pluviométrico maior do que o normal.
  Por enquanto, é grande o temor de que a seca continue e se espalhe por diversas partes do país.
  Já outras partes da Grã-Bretanha, como País de Gales e Escócia, dizem estar com seus reservatórios de água repletos.

Fonte: BBC

Cientistas descobrem espécie de tiranossauro com penas

Espécie foi o maior animal com penas da história, diz estudo.
Penas teriam sido usadas para controlar temperatura do corpo.

  Cientistas descobriram na China uma espécie de tiranossauro que tinha o corpo coberto por penas. O Yutyrannus huali é o maior animal com penas que já viveu sobre a face da Terra, segundo os autores do estudo publicado nesta quarta-feira (4) pela revista “Nature”.
  O Tyrannosaurus rex e outros gigantes da mesma família viveram até 65 milhões de anos atrás, quando todos os dinossauros foram extintos. Porém, os parentes que deram início à linhagem eram, em sua maioria, animais pequenos.
  Os pesquisadores encontraram três esqueletos do Yutyrannus, sendo um adulto e dois jovens. De acordo com as estimativas, o maior deles pesaria mais 1,4 tonelada, enquanto os dois menores teriam por volta de 500 quilos cada.
  Com este tamanho e patas dianteiras bem curtas, este dinossauro certamente era incapaz de voar. As penas encontradas estavam apenas parcialmente preservadas, o que indica que elas não eram predominantes no corpo inteiro. Os cientistas acreditam que a função destas penas esteja ligada ao isolamento térmico.

                 

Bando de 'Yutyrannus huali', acompanhado pela fauna pré-histórica (Ilustração: Dr Brian Choo)

Fonte: G1, em São Paulo

terça-feira, abril 03, 2012

Consumo de soja pode trazer riscos a mulheres com câncer de mama

Grão contém isoflavonoides que imitam a produção de estrogênio no corpo.
Ingestão na fase adulta pode cortar efeito de tratamento com tamoxifeno.

  Mulheres que consomem soja quando adultas e sofrem de câncer de mama correm o risco de se tornar resistentes a um remédio usado no tratamento da doença, segundo estudo publicado nos Estados Unidos nesta segunda-feira (2).
  Um estudo com ratos de laboratório fêmeas mostrou que aquelas alimentadas com soja durante toda a vida responderam bem ao medicamento tamoxifeno, popularmente usado no tratamento do câncer de mama, enquanto as que começaram a comer soja quando adultas e após terem desenvolvido câncer mostraram uma resistência a ele.
  A pesquisa dá indícios das possíveis razões pelas quais o tamoxifeno para de funcionar e permite que os tumores se reproduzam novamente em algumas mulheres, explicaram os cientistas da Universidade Georgetown, que apresentaram suas conclusões em uma conferência em Chicago.
  "Os resultados sugerem que as mulheres ocidentais que consumiram soja quando adultas deveriam deixar de fazê-lo ao ser diagnosticadas com câncer de mama", disse a principal autora do estudo, Leena Hilakivi-Clarke, professora de oncologia em Georgetown.
  A soja contém isoflavonoides que imitam a produção de estrogênio no corpo, só que em níveis muito baixos, e é considerada fonte de proteína saudável, encontrada em comidas como o tofu, o misô, os grãos e o leite de soja.
  Seus benefícios potenciais contra o câncer de mama estão vinculados aos baixos níveis de receptores hormonais positivos vistos em mulheres asiáticas, que vivem em locais onde é comum o consumo de soja.
  Visto que o tamoxifeno é comumente prescrito a pacientes que sofrem de câncer de mama de receptor hormonal positivo, as conclusões do estudo indicam que a adoção de uma dieta rica em soja na fase adulta da vida poderia anular o efeito deste tratamento.
  O estudo foi apresentado no encontro anual da Associação Americana para a Pesquisa do Câncer (AACR, na sigla em inglês).

Fonte: AFP

Brasil quer emplacar o peixe pirarucu como o ‘bacalhau da Amazônia’

Espécie nativa do bioma pode pesar até 250 kg e medir cerca de 3 metros.
Projeto gera renda para famílias ribeirinhas do Amazonas.

  O “gigante” dos rios amazônicos, com mais de três metros de comprimento e até 250 kg, quer ganhar fama nas mesas brasileiras e, no futuro, competir com os "parentes" nórdicos pelo título de melhor bacalhau do mundo.
  Essa é a intenção de um projeto realizado no Amazonas que tem a pesca do peixe pirarucu (Arapaima gigas) como principal gerador de renda para ribeirinhos do Baixo Rio Solimões.
  A carne do peixe é destinada à produção de bacalhau, resultante de um processo de beneficiamento, que poderá ser utilizado em pratos tradicionais que têm o pescado como ingrediente principal.
  O gosto é parecido com o bacalhau comum, normalmente importado da Noruega, de acordo com o chef gastronômico Felipe Schaedler, que trabalha com a carne do pirarucu em um restaurante de Manaus. Ele disse ser possível substituir o pescado "estrangeiro" pelo brasileiro
  “Todas as receitas tradicionais podem ser feitas com o pirarucu”, disse Schaedler, que já criou em parceria com outro chef ao menos oito pratos com o bacalhau da Amazônia.

Pescador captura exemplar de pirarucu em lago da Amazônia. Espécie pode pesar até 250 kg e medir três metros (Foto: Divulgação/Jimmy Christian)

Consumo sustentável
  Esta realidade só foi possível devido à implantação da primeira indústria de salga de pescados no interior da floresta, em Maraã, a 635 quilômetros de Manaus (AM). A fábrica, a primeira da América do Sul, de acordo com o governo do Amazonas, vai permitir uma produção em massa do "bacalhau da Amazônia" e sua comercialização para outras regiões do país.
  Da primeira safra de pirarucus destinados à obtenção do bacalhau (60 toneladas), o Grupo Pão de Açúcar adquiriu cinco toneladas que serão vendidas a partir deste mês nas lojas dos supermercados Pão de Açúcar das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
  O preço do quilo ficará entre R$ 35 e R$ 39, um valor competitivo se comparado ao bacalhau do Porto, por exemplo, que, em período de promoção, a mesma pesagem custa R$ 34,90.
  É o primeiro passo para difundir o produto pelo resto do país, de acordo com Hugo Bethlem, vice-presidente executivo de Relações Corporativas do grupo, que também abrange as redes Extra e Assaí. Segundo ele, se o pescado “cair nas graças do consumidor", certamente haverá mais pedidos de compra.
  “Esperamos que, com o tempo e a continuidade do manejo sustentável, consigamos elevar a venda deste pescado. Pode demorar um pouco, mas já demos o primeiro passo”, disse ele.
  O grupo, segundo Bethlem, importa anualmente 5 mil toneladas de bacalhau, provenientes principalmente da Noruega e a rede é a terceira maior compradora de bacalhau do mundo.

                   O pescador Luiz Gonzaga segura embalagem com postas de bacalhau do pirarucu, o "bacalhau da Amazônia" (Foto: Eduardo Carvalho/G1)

Sem impacto ambiental
  De acordo com Eron Bezerra, secretário de Produção Rural do Amazonas, uma nova unidade da indústria de salga deve ser inaugurada ainda este ano em Fonte Boa, a 680 quilômetros da capital amazonense.
  As duas unidades vão empregar diretamente 150 pessoas e gerar outros 5 mil empregos indiretos, principalmente na pesca. Os empreendimentos tiveram investimento de R$ 4 milhões – divididos entre os governos estadual e federal, por meio da Financiadora de Projetos e Estudos (Finep), e pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
  "Queremos concorrer com o bacalhau que vem da Noruega. Apesar da pesca ser controlada, temos muitos lagos dentro da Reserva Mamirauá e fora dela onde a pesca planejada poderá ser realizada. Queremos um nicho de mercado sustentável", disse.
  Segundo recomendações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), a pesca do pirarucu pode ocorrer apenas entre outubro e novembro, e em locais onde há atividades de manejo regulamentadas.
  A primeira safra voltada para a produção de bacalhau ocorreu no ano passado e contou com 2.700 peixes que foram retirados de 37 lagos da Reserva Mamirauá.
  “Esses peixes, encaminhados para a indústria, geraram uma renda de R$ 830 mil, valor que foi dividido por 530 pescadores. Isso ajuda a melhorar nossa condição de vida. Antes, o que pescávamos era apenas para alimentar minha família, meus filhos. Agora a gente consegue investir em uma casa melhor, em um novo motor para os barcos”, disse Luiz Gonzaga Medeiros de Matos, 47 anos, líder da colônia de pescadores de Maraã.
  De acordo com Virgílio Viana, superintendente da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), é uma oportunidade de difundir o consumo consciente.

Canapé com farofa de Uarini, pirarucu desfiado e pacovan na escama do peixe. Bacalhau do pescado amazônico pode ser empregado em pratos tradicionais. (Foto: Eduardo Carvalho/G1)

Fonte: Globo Natureza, em São Paulo

domingo, abril 01, 2012

Impressora 3D cria carro de Fórmula 1 do tamanho de grão de areia

Máquina consegue criar estruturas minúsculas em até quatro minutos.
Antes impressoras demoravam meses ou dias para obter mesmo resultado.

  Uma foto retirada de um microscópio eletrônico mostra um modelo de carro de Fórmula 1 no tamanho de um grão de areia. Isso foi possível graças a uma técnica de impressão recém-desenvolvida em 3D para nano estruturas.
  Pesquisadores da Vienna University of Technology estabeleceram um novo recorde de velocidade mundial para a criação de nano objetos em 3D. Eles criaram estruturas do tamanho de um grão de areia em apenas quatro minutos, o que corresponde a uma fração do tempo de outros itens que já foram impressos.

Carro de Fórmula 1 no tamanho de um grão de areia (Foto: Reuters)

  Antes, fazer grandes estruturas complexas em 3D levaria horas ou mesmo dias, mas com a impressora a laser recentemente desenvolvida com essa tecnologia, os cientistas conseguiram acelerar o processo em 500 ou até 1.000 vezes.
  O processo chamado de litografia de dois fótons envolve o uso de um feixe de laser focado para endurecer a resina líquida, a fim de criar objetos micros de polímero sólido. Os cientistas disseram que a técnica poderia ser desenvolvida para fazer pequenas peças biomédicas para serem usadas por médicos.

Fonte: G1, em São Paulo

Imagem revela como o cérebro é organizado

Registro mostra estrutura tridimensional, como uma grade curvada.
Descoberta desvenda conexão entre todas as partes do cérebro.

  Esqueça aquela ideia de que "o lado direito do cérebro faz assim" e o "lado esquerdo do cérebro faz assado". Um estudo publicado nesta quinta-feira (29) pela revista “Science” mostra que o cérebro humano não tem "lados" nem é isolado na hora de realizar tarefas. Ele é todo interligado e não existem áreas específicas para funções específicas.
  O mesmo padrão de organização foi observado no cérebro humano e também no de macacos. Segundo os pesquisadores, os sinais que correm pelo cérebro se ordenam em uma estrutura tridimensional, como uma "grade curvada". Em resumo, o cérebro não é um emaranhado de fios separados, mas uma rede interligada.

Cérebro visto como uma grade curvada, em imagem feita por estudo publicado nesta quinta (29) (Foto: MCH-UCLA Human Connectome Project)

  “A velha imagem do cérebro como um emaranhado com milhares de fios separados e desconectados não fazia sentido do ponto de vista evolutivo”, afirmou Van Wedeen, autor do estudo, em material de divulgação do Hospital Geral de Massachusetts, nos EUA, onde ele trabalha.
  “Como a seleção natural levaria cada um destes fios a configurações mais eficientes e vantajosas? A grande simplicidade desta estrutura em grade é o motivo pelo qual ele [o cérebro] consegue acomodar as mudanças aleatórias e graduais da evolução”, concluiu o pesquisador.

Fonte: G1, em São Paulo

quinta-feira, março 29, 2012

Fóssil de pé de hominídeo pode mudar estudo da evolução humana

Estudo mostra que 'Australopithecus' conviveu com outros hominídeos.
Ossos foram encontrados na Etiópia.

                                                                                             

Ossos encontrados na Etiópia, comparados à estrutura do pé de um gorila (Foto: The Cleveland Museum of Natural History/Yohannes Haile-Selassie)

  O fóssil de um pé encontrado na Etiópia pode mudar concepção dos cientistas sobre as espécies que deram origem aos humanos modernos. Segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (28) pela revista científica “Nature”, estes ossos mostram que diferentes espécies de hominídeos evoluíram paralelamente.
  Os pesquisadores não sabem ao certo a que espécie pertencem os dedos e parte do peito do pé analisados. No entanto, eles têm certeza de que não se trata doAustralopithecus afarensis, espécie da “Lucy”, famosa ossada de hominídeo encontrada na década de 1970 -- e esta é uma descoberta importante.
  Até agora, os cientistas pensavam que oAustralopithecus era a única espécie de hominídeo que viveu na região entre três milhões e quatro milhões de anos atrás. O fóssil analisado é de um animal que viveu há 3,4 milhões de anos, o que indica que estas duas espécies coexistiram.
  Mesmo sendo uma parte pequena do corpo, o pé diz muito sobre a vida destes hominídeos. A estrutura lembra a do Ardipithecus ramidus, que viveu há 4,4 milhões de anos.
  O dedo polegar se opõe aos demais – como em uma mão humana –, o que é um sinal de que eles eram adaptados a viver em árvores. OAustralopithecus, por outro lado era bípede e tinha os dedos dos pés alinhados, como os humanos modernos.
  Além do pé, os pesquisadores encontraram apenas alguns dentes, que não serviram para nenhuma conclusão científica. Estes achados foram feitas em 2009, e os paleontólogos seguem procurando por mais vestígios que possam esclarecer que espécie é esta.

Ossos do pé encontrados na Etiópia (Foto: The Cleveland Museum of Natural History/Yohannes Haile-Selassie)

Fonte: G1, em São Paulo

Via Láctea tem bilhões de planetas teoricamente habitáveis, diz estudo

Planetas são um pouco maiores que a Terra e ficam próximos a estrelas.
Estimativa foi feita pelo Observatório Europeu do Sul.

  Um estudo publicado nesta quarta-feira (28) descobriu que a nossa galáxia, a Via Láctea, abriga dezenas de bilhões de “superterras” em zonas habitáveis. “Superterra” é o termo usado pelos astrônomos para definir planetas com a massa um pouco maior que a da Terra. Já a zona habitável é uma distância da estrela parecida com a que separa a Terra e o Sol, que permite a existência de água líquida.

Concepção artística da 'superterra' Gliese 667 Cc (Foto: ESO/L. Calçada)

  Pelas características semelhantes, estes planetas são os principais candidatos a abrigar vida fora da Terra, e por isto são um objeto de pesquisa importante na astronomia.
  O estudo foi conduzido pelo Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), um projeto que conta com participação brasileira. Os dados foram obtidos pelo espectrógrafo Harps, um aparelho colocado dentro de um telescópio, feito especialmente para procurar planetas.
  Esta pesquisa foi focada nas anãs vermelhas, um tipo de estrela brilhante e menor que o nosso Sol que constitui cerca de 80% de todas as estrelas da Via Láctea.
  Os cientistas concluíram que cerca de 40% das estrelas deste tipo têm “superterras” em seu redor. Como há cerca de 160 bilhões de anãs vermelhas na Via Láctea, o estudo estima que haja dezenas de bilhões de planetas teoricamente habitáveis na galáxia.

Fonte: G1, em São Paulo

terça-feira, março 27, 2012

Aquecimento global está perto de se tornar irreversível, dizem cientistas

Derretimento da cobertura de gelo e perda de floresta são críticos.
Reunidos em Londres, pesquisadores pediram ações urgentes.

  O mundo está perto de atingir um estado crítico que vai torná-lo irreversivelmente mais quente, tornando esta década crítica nos esforços para conter o aquecimento global, alertaram cientistas nesta segunda-feira (26).
  Reunidos em Londres, na Inglaterra, para a conferência "Planeta sob pressão", que se encerra na próxima quinta-feira (29), pesquisadores afirmaram que mesmo com diferentes estimativas, as temperaturas do mundo parecem caminhar no sentido de um aumento de 6ºC até 2100, caso a emissão de gases do efeito estufa aumente sem controle.
  Com o crescimento das emissões, especialistas dizem que o mundo está perto de atingir limites que vão tornar os efeitos do aquecimento global irreversíveis, como o derretimento da cobertura de gelo polar e perda de floresta.
  "Esta é a década crítica. Se nós não invertermos a curva nesta década nós vamos ultrapassar estes limites", disse Will Steffen, diretor executivo do instituto de mudança climática da Universidade Nacional da Austrália.
  Apesar deste senso de urgência, um novo tratado global sobre mudança climática que obrigue os maiores poluidores mundiais, como os Estados Unidos e a China, a cortar emissões só será acordado em 2015 - para entrar em vigor em 2020.

 

Cientistas afirmam que se emissão de CO2 continuar, aquecimento global será irreversível. (Foto: Hans Thoursie / stock.xchng)

Momento limite
  Para a cobertura de gelo - enormes refrigeradores que retardam o aquecimento do planeta - o ponto limite já foi ultrapassado, afirmou Steffen. A cobertura de gelo do oeste da Antártica já encolheu ao longo da última década e a cobertura da Groenlândia perdeu em torno de 200 km³ por ano, desde 1990.
  A maioria das estimativas climáticas concorda que a floresta amazônica vai se tornar mais seca conforme o planeta esquente. Mortes de grandes porções de floresta provocadas pela seca têm aumentado temores de que estamos prestes a viver um ponto limite, quando a vegetação vai parar de absorver emissões e começar a liberar gases na atmosfera.
  Nos piores cenários, entre 30 a 63 bilhões de toneladas de carbono podem ser liberadas por ano a partir de 2040, aumentando para até 380 bilhões até 2100. Como comparação, a quantidade de CO2 liberada por combustíveis fósseis anualmente é de 10 bilhões de toneladas.
  O aumento do CO2 na atmosfera também tornou os oceanos mais ácidos conforme eles absorvem os gases. Nos últimos 200 anos, a acidificação dos oceanos ocorreu em uma velocidade não vista em 60 milhões de anos, disse Carol Turley do Laboratório Marinho de Plymouth.

Fonte: Reuters

Estudo de cientistas russos afirma que aquecimento global 'é mito'

Para especialistas, camada de gelo no Ártico tem aumentado desde 2008.
Até o fim do século temperatura global vai cair, diz pesquisador.

  Cientistas da Rússia disseram nesta segunda-feira (26) que os ciclos de aumento e diminuição do gelo no Ártico demostram que o aquecimento global contínuo “é um mito” e que haverá um resfriamento global até o fim deste século.
  A informação foi divulgada pelo pesquisador Nikolái Dobretsov, presidente do Conselho Científico de Ciências Naturais da Academia de Ciências Russa.
  “O recorde mínimo da massa de gelo foi registrado em 2007. Entre 2008 e 2011, e provavelmente em 2012, o gelo voltou a crescer. Os invernos no Ártico estão mais frios e, por isso, já é óbvio que o aquecimento global contínuo é um mito”, afirmou Dobretsov.
  Os estudos feitos por especialistas do país indicam que a massa de gelo no Ártico cresce e diminui ciclicamente, de modo que após as fases de aquecimento há um resfriamento. “Até o fim do século deverá iniciar um esfriamento global e não um aquecimento”, disse o especialista russo.
  Ele ressaltou também a necessidade de se construir uma complexa rede de estações no Ártico para verificar mais detalhes sobre os fenômenos do clima.

Fonte: Globo Natureza, em São Paulo

Área com duas mil gravuras rupestres é alagada na Amazônia

Desenhos foram achados durante construção de hidrelétrica em Rondônia.
Eles já ficavam encobertos pelas águas durante parte do ano.

  Há milhares de anos, povos amazônicos criaram um enorme complexo de gravuras rupestres nos arredores do Rio Madeira, na área onde hoje está localizada a capital de Rondônia, Porto Velho. Ao longo de 200 metros, eles esculpiram em blocos de rochas pelo menos duas mil gravuras geométricas e desenhos que lembram animais, como gato, macaco e lagarto.
  As gravuras, que podem ter até 8 mil anos, segundo arqueólogos que trabalharam na área, foram encontradas durante pesquisas que antecederam a construção da usina hidrelétrica Santo Antônio. Os pesquisadores esperaram o período de seca para catalogar os desenhos, já que a área ficava submersa durante as cheias do Rio Madeira. Em janeiro deste ano, a área foi alagada permanentemente para dar origem ao reservatório da usina.
  O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acompanhou as obras e afirma que não existem irregularidades. “A existência de sítios arqueológicos não inviabiliza a implementação do investimento. Pode inviabilizar, se o sítio for considerado de grande relevância científica, dependendo da força política do Iphan e do apoio de comunidades”, afirma Rogério Dias, coordenador de pesquisa e licenciamento arqueológico do Iphan.

      

Pedral com figura geométrica em alto relevo, uma das duas mil gravuras encontradas na área do Rio Madeira alagada para construção de reservatório de usina hidrelétrica (Foto: Divulgação / Santo Antônio Energia)

Impacto
  De acordo com a Sciencia Consultoria Científica, contratada pela Santo Antônio Energia, concessionária responsável pela construção e operação da usina Santo Antônio para realizar pesquisas arqueológicas na área, não existe um estudo do impacto do alagamento permanente na preservação das gravuras.
  “Não há um estudo do impacto nas gravuras quando ficam na água por um bom tempo. Nós não sabemos qual será o impacto. Pode ser que elas ainda estejam lá”, afirmou Renato Kipnis, diretor da Sciencia.
  Segundo o Iphan, os blocos de rocha com as gravuras rupestres “não sofreriam processo de destruição, ficariam embaixo de água, preservados como estavam”. “Vamos supor que se resolva esvaziar o lago. As gravuras vão continuar lá embaixo. Também é possível fazer pesquisa subaquática”, afirma Rogério Dias, do Iphan.
  "É melhor deixar isso lá que retirá-los. O processo de retirada de lá é muito complicado e às vezes há risco de rachar o bloco, quebrar. É melhor que fique lá. Mas [antes do alagamento] fica registrada a existência [das gravuras]", explica Dias.

Características
  Ainda não existe uma cronologia exata das gravuras, mas sabe-se que alguns sítios arqueológicos na área têm cerca de 8 mil anos de ocupação, segundo Kipnis. “A ocupação da área do rio madeira começou por volta de 8 mil anos atrás. Por isso, a área pode ter entre 8 mil anos”, diz.
  Para tentar descobrir a idade das gravuras esculpidas, os arqueólogos vão compará-las com cerâmicas pintadas encontradas em outros sítios arqueológicos da região, explica Kipnis. De acordo com a semelhança dos desenhos , será possível estimar a idade. “Como conseguimos datar a cerâmica, talvez por associação possamos ter uma ideia da cronologia dessas gravuras”, diz.
  Para esculpir as gravuras nas rochas, os povos amazônicos que viveram na região utilizavam uma técnica chamada “picotamento”, explica a Sciencia. Eles batiam na rocha com alguma pedra ou outro artefato rígido até produzir a forma desejada em baixo relevo. Segundo Kipnis, provavelmente não era usada tinta nas gravuras.

 

Equipe de arqueologia faz registro em tecido de um dos painéis de sítio arqueológico do Rio Madeira (Foto: Divulgação / Santo Antônio Energia)

Registro em 3D
  “A área era pouco conhecida do ponto de vista da arqueologia. O projeto Santo Antônio possibilitou um trabalho sistemático de [estudo de] coleções arqueológicas”, defende Kipnis.
  Depois do achado das gravuras, foi iniciado um trabalho sistemático de catalogação das imagens com uso de alta tecnologia, que incluiu um registro digital para reconstituição em modelos 3D. Um dos equipamentos empregados emitia 900 mil feixes de laser por segundo, em 360°, com precisão de 2 milímetros, de acordo com a Santo Antônio Energia. Assim, será possível reconstitui os desenhos em alto relevo.
  Também foram feitos registros em 3D da topografia da área e dos pedrais onde estão localizados as gravuras, que são importantes para compreender a espacialidade das gravuras. O objetivo do registro em 3D é criar uma plataforma voltada para comunidade científica onde será possível visualizar a área, agora alagada, e dar zoom para visualizar as gravuras.
  “O nível de detalhe é tão grande que será possível reconstituir os pedrais com gravuras”, afirma Kipnis. Além da Scientia, participou da catalogação em 3D a empresa portuguesa Dryas Arqueologia. O trabalho se concentrou em cinco áreas com extensos pedrais, chamadas Ilha Dionísio, Ilha do Japó, CPRM 2, Ilha das Cobras e Teotônio.
  “Fizemos um registro que nunca foi feito no Brasil. A contrapartida [da construção da hidrelétrica] é a concentração de recursos para fazer a pesquisa, de alta qualidade”, defende Kipnis. Os gastos da Santo Antônio Energia com estudos arqueológicos na área foram de R$ 12 milhões.

 

Decalque em tecido de um dos painéis do sítio arqueológico (Foto: Divulgação / Santo Antônio Energia)

Fonte: Globo Natureza, em São Paulo

segunda-feira, março 26, 2012

Ancestral de baleia ajuda a entender espécie moderna

Baleias belugas vivem somente em águas geladas do Ártico e subártico. 
Agora, cientistas descreveram ancestral que vivia em águas temperadas

                                                                                        Ilustração mostra a espécie ancestral em primeiro plano. Ao fundo, a beluga e o nardal. (Foto: Divulgação / Carl Buell)

  As baleias belugas e os narvais vivem somente em águas geladas do Ártico e subártico. Agora, os cientistas descreveram uma espécie ancestral que vivia em águas temperadas entre 3 e 4 milhões de anos atrás. A descoberta, publicada no periódico científico "Journal of Vertebrate Paleontolog", pode indicar que as belugas sos os narvais se adaptaram a águas frias mais recentemente.
  A espécie ancestral foi descrita pelos cientistas a partir de um crânio completo encontrado em 1969 na Virgínia, nos Estados Unidos. Eles fizeram comparações anatômicas do fóssil com esqueletos de belugas e confirmaram que se tratava de uma nova espécie de baleia sem dentes -- o grupo das belugas. O animal, que recebeu o nome de Bohaskaia monodontoides, vivia no clima temperado da Virgínia.
  "As belugas e os narvais são encontradas somente no Ártico e subártico, apesar de que os registros de fósseis mais antigos terem sido encontrados em regiões tropicais e temperadas", afirmou Nicholas Pyenson, geólogo que fez parte da pesquisa, em material de divulgação. "Para obter evidências sobre quando e como as belugas e os narvais se adaptaram ao Ártico, nós precisaremos buscar respostas em tempos mais recentes".

Fonte: G1, em São Paulo 

Após 7 anos, Saúde estuda incluir fertilização in vitro no SUS em 2012

Medida havia sido aprovada em 2005, mas foi suspensa 4 meses depois.
Grupo de trabalho do Ministério da Saúde analisa impacto financeiro.

  O Ministério da Saúde montou um grupo de trabalho para discutir a inclusão da fertilização in vitro na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) ainda em 2012 -- sete anos depois da primeira portaria que determinava o atendimento para casais que precisassem do procedimento. Se a medida for aprovada, será a primeira vez que o governo federal vai bancar os custos da mais eficiente forma de engravidar para quem tem problemas de fertilidade -- um procedimento que pode custar até R$ 50 mil por tentativa em médicos particulares.
  A fertilização in vitro é uma técnica de reprodução assistida onde óvulo e espermatozoide são fecundados em laboratório. Depois, o embrião é implantado diretamente no útero na mãe. A técnica tem mais sucesso que a inseminação artificial, mas também é mais cara. Em clínicas particulares, o custo de uma tentativa gira em torno de R$ 15 mil a R$ 20 mil, mas pode ir a R$ 50 mil. A chance de engravidar na primeira tentativa é de 30%, dependendo da idade da mulher.
  O Ministério da Saúde confirmou a intenção de colocar o procedimento na tabela do SUS até o fim do ano, mas não quis dar detalhes sobre como e exatamente quando isso iria acontecer. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, preferiu não comentar a movimentação no Ministério sobre o assunto. Segundo a assessoria de imprensa da pasta, estão sendo discutidos quais seriam os impactos financeiros da medida e onde seria implantado o serviço.
                                                                                            

'Botijão' usado para armazenar embriões congelados (Foto: Divulgação/Programa Alfa Reprodução Assistida)

  No início de março, o Ministério da Saúde anunciou que estava estudando colocar técnicas de "reprodução assistida" no SUS, sem especificar exatamente qual delas. AoG1, a assessoria confirmou que uma das técnicas em estudo é a fertilização in vitro.
  Atualmente, são oferecidos pelo SUS 31 procedimentos de reprodução humana assistida -- a maioria, exames preparatórios para tratamentos mais complexos, como a própria fertilização. 
  A coordenadora do Centro de Ensino e Pesquisa em Reprodução Assistida do Hospital Regional da Asa Sul, de Brasília, Rosaly Rulli, faz parte do grupo de trabalho do Ministério. “Não está sendo discutido nada além da fertilização in vitro. O ministério já tem vários programas para o restante [das áreas da reprodução humana assistida], só a fertilização que não tem”, diz ela.
  “Tivemos a primeira reunião no final de fevereiro. Agora, há outra reunião marcada para abril. Estamos avançando”, conta. O hospital é referência em fertilização in vitro gratuita, com verbas do governo do Distrito Federal.
  A primeira vez que surgiu a possibilidade de colocar a fertilização no SUS foi em março de 2005, quando o Ministério publicou uma portaria que determinava o oferecimento da fertilização pelo SUS a pessoas com dificuldade para ter filhos. Quatro meses depois, ela foi suspensa para a avaliação dos impactos financeiros.
  “A grande dificuldade foi [a falta de] recursos. Esse é um tipo de tratamento que tem um custo elevado. Quando fomos debater a política com estados e municípios, houve um movimento muito forte que pontuou que isso não era prioridade”, lembra o senadorHumberto Costa, que era ministro da Saúde em 2005, quando o programa foi lançado.
  “Hoje há uma demanda cada vez maior da sociedade. Além disso, ao longo destes últimos anos, muitas coisas que eram consideradas prioridades já foram contempladas por recursos da área da saúde. Acredito que hoje não existiria o mesmo tipo de resistência [para a inclusão da fertilização in vitro no SUS]”, opina Costa.

Atualmente, existem pelo menos oito hospitais que realizam a fertilização in vitro de forma gratuita, custeada por secretarias estaduais de saúde e orçamentos próprios de universidades. De acordo com levantamento realizado pelo G1, cada ciclo de fertilização in vitro custa para os cofres públicos entre R$ 2,5 mil e R$ 12 mil, dependendo do hospital onde é realizado.

Hospitais
  Uma das possibilidades para atendimento via SUS é reembolsar esses centros de reprodução assistida que já oferecem fertilização in vitro de forma gratuita. Espalhados por São Paulo, Brasília, Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre, pelo menos oito hospitais realizam cerca de duas mil fertilizações por ano – enquanto a iniciativa privada realiza entre 25 e 30 mil, segundo a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida.
  “Estou confiante de que a fertilização in vitro será incluída no SUS este ano. Acredito que o Ministério da Saúde vai repassar estes recursos, para que serviços que já estão estruturados passem a dar vazão à demanda”, afirma Luiz Henrique Gebrim, diretor do Hospital Pérola Byington, em São Paulo, referência nacional na fertilização in vitro na rede pública. O hospital acaba de ampliar a infraestrutura na expectativa de realizar mais procedimentos e também poderia, segundo Gebrim, contribuir com o treinamento de médicos de outros estados.

Onde fazer
  Em alguns dos hospitais que já oferecem a fertilização in vitro na rede pública, todo o tratamento é gratuito. Na maioria, no entanto, o casal precisa custear medicamentos para estimular a ovulação e a maturação dos óvulos. Os gastos variam de R$ 3 a R$ 10 mil, segundo os centros de reprodução assistida que oferecem o serviço.
  Para ter acesso ao tratamento, os casais precisam passar por uma série de exames que verifiquem que a fertilização in vitro é a única opção para ter filhos. O tempo de espera pode ser de anos. Segundo gestores de programas de fertilização ouvidos pelo G1, a inclusão da fertilização in vitro na tabela do SUS possibilitaria a ampliação de vagas e diminuiria o tempo na fila.
  “O Hospital das Clínicas da UFMG há muitos anos se vira para oferecer o tratamento gratuitamente e temos uma fila muito grande. A única forma de aumentar [o número de ciclos de fertilização in vitro] seria com o financiamento do SUS”, diz Francisco de Assis Nunes Pereira, subcoordenador do laboratório de reprodução humana do HC da UFMG.

Veja abaixo informações sobre os hospitais que realizam fertilização in vitro na rede pública.

SÃO PAULO
Centro de Referência em Saúde da Mulher do Hospital Pérola Byington
Ciclos de fertilização realizados por ano: 300
Taxa de sucesso de gestação: 30%
Critérios para entrar na fila de espera: a mulher tem que ter produção de óvulos e o homem produção própria de espermatozóide; a mulher também tem que ter até 35 anos.
Características do atendimento: completamente gratuito.

Hospital Universitário de Ribeirão Preto
Ciclos de fertilização realizados por ano: 450
Taxa de sucesso de gestação: 30%
Critérios para entrar na fila de espera: ter avaliação básica e diagnóstico realizado na rede SUS; idades mais avançadas , pelo fato de ter menor resposta, não são priorizadas, em função da demanda.
Características do atendimento: a fertilização in vitro é gratuita, mas o paciente precisa comprar parte da medicação - o restante é fornecido pelo hospital.

Hospital Universitário da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Ciclos de fertilizações realizados por ano: 500
Taxa de sucesso de gestação: de 30 a 40%
Critérios para entrar na fila de espera: não há restrição de idade ou local de origem
Características do atendimento: a fertilização in vitro é gratuita, mas o paciente precisa comprar a medicação.

Hospital das Clínicas de São Paulo
Ciclos de fertilizações realizados por ano: 600
Taxa de sucesso de gestação: não informada.
Critérios para entrar na fila de espera: não informados.
Características do atendimento: não informados.

BRASÍLIA
Centro de Reprodução Assistida do Hospital Regional da Asa Sul (HRAS)
Ciclos de fertilização realizados por ano: 250
Taxa de sucesso de gestação: 32%
Critérios para entrar na fila de espera: encaminhamento de centros de saúde públicos que diagnosticaram necessidade de fertilização in vitro.
Características do atendimento: completamente gratuito.

RECIFE
Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP)
Ciclos de fertilização realizados por ano: 60
Taxa de sucesso de gestação: em torno de 35%
Critérios para entrar na fila de espera: não há restrição de idade ou local de origem; é analisada a reserva ovariana da paciente, ou seja, o que o ovário pode oferecer de óvulos.
Características do atendimento: completamente gratuito.

BELO HORIZONTE
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Ciclos de fertilização realizados por ano: 220
Taxa de sucesso de gestação: de 10 a 50%
Critérios para entrar na fila de espera: encaminhamento da rede de saúde municipal de saúde pública de Belo Horizonte.
Características do atendimento: a fertilização in vitro é gratuita, mas o paciente precisa comprar a medicação.

PORTO ALEGRE
Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Ciclos de fertilização realizados por ano: 250
Taxa de sucesso de gestação: 25 a 30%
Critérios para entrar na fila de espera: ter menos de 35 anos na chegada à fila de espera e não ser portador de doenças virais (hepatite B, C, HIV, HTLV I/II)
Características do atendimento: a fertilização in vitro é gratuita, mas o paciente precisa comprar a medicação.

Hospital Fêmina do Grupo Hospitalar Conceição
Ciclos de fertilização realizados por ano: primeira fertilização está prevista para maio de 2012 e a estimativa é realizar cerca de 120 ciclos por ano.
Critérios para entrar na fila de espera: serão definidos em março.
Características do atendimento: a fertilização in vitro será gratuita e o hospital está buscando formas de viabilizar a gratuidade dos medicamentos.

Fonte: G1, em São Paulo 

sexta-feira, março 23, 2012

Imagens de sonda da Nasa trazem detalhes do relevo de Mercúrio

Messenger orbita o planeta mais próximo ao sol desde março de 2011.
Estudos que analisaram os dados foram publicados pela 'Science'.

                                                                                      

Imagem da superfície de Mercúrio feita pela Messenger em 18 de março (Foto: Reuters/NASA/ Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington/ Divulgação)

  Mercúrio parece ser menos montanhoso que Marte e a Lua, e suas entranhas são muito diferentes das de outros planetas do Sistema Solar, segundo um artigo publicado nesta quarta-feira (21) pela revista "Science".
  A publicação inclui dois estudos realizados a partir das informações enviadas pela sonda espacial Messenger, que há um ano se tornou a primeira a orbitar Mercúrio. O satélite artificial vem fazendo observações da topografia e do campo gravitacional no hemisfério norte do planeta, que possui reservas profundas de sulfureto de ferro.
  A sonda, de quase meia tonelada, foi lançada ao espaço por um foguete Delta II em agosto de 2004 e, após três passagens pelas proximidades do planeta, se posicionou em março de 2011 em uma órbita elíptica, entre 200 e 15 mil quilômetros da superfície de Mercúrio.
  Os técnicos da Nasa -- agência espacial americana -- indicam que essa órbita busca proteger o aparelho do calor propagado pelas áreas mais quentes da superfície de Mercúrio.
  Um dos instrumentos na cápsula robótica é um altímetro de laser que estudou a superfície no hemisfério norte de Mercúrio, onde se verificou que a variedade de elevações é consideravelmente menor que as da Lua e de Marte.

 

Combinação de imagens de Mercúrio feitas pela Messenger em 5 de outubro de 2011 (Foto: Reuters/NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington/Divulgação)

  A equipe liderada por Maria T. Zuber, do Departamento de Ciências da Terra, Atmosfera e Planetas do Instituto Tecnológico de Massachusetts, usou o altímetro que cobre áreas de 15 a 100 metros de diâmetro, a 400 metros de distância uma da outra, ao longo das regiões sob a órbita.
  "A precisão radial das medições individuais é de mais de um metro e a precisão em relação ao centro de massa de Mercúrio é de menos de 20 metros", destaca o artigo, que teve a colaboração de cientistas dos Estados Unidos, Canadá e Alemanha.
  Segundo os pesquisadores, a característica mais proeminente na metade norte de Mercúrio é uma extensa região de terras baixas que inclui uma planície vulcânica.
  Maria e seus colegas também puderam examinar a cratera Caloris, de 1,5 mil quilômetros de diâmetro. Eles determinaram que uma parte do fundo da cratera tem uma elevação maior que sua circunferência.

Entranhas
  Já uma equipe liderada por David Smith, da qual Maria também faz parte, usou o rastreamento por rádio da cápsula Messenger para determinar o campo de gravidade do planeta. Com os dados obtidos, observou-se que a crosta de Mercúrio é mais grossa em latitudes baixas e mais espessa em direção à região polar norte.
  Essas conclusões descrevem o interior do planeta e indicam que a camada externa de Mercúrio é mais densa do que os cientistas acreditavam até agora.
  "A estrutura interna de um planeta preserva informações substanciais dos processos que influíram na evolução térmica e tectônica", ressalta o artigo. "A medição do campo de gravidade de um planeta proporciona informações fundamentais para compreender a distribuição da massa interna desse corpo".
  Durante as primeiras semanas em órbita, a sonda foi rastreada constantemente pelas estações de banda X da Rede de Espaço Profundo da Nasa. Após esse período, a cobertura foi menos frequente.
  Os pesquisadores explicam que processaram os dados coletados entre 18 de março e 23 de agosto de 2011 e mediram as anomalias causadas pela gravidade no hemisfério norte do planeta.
  Para surpresa dos cientistas, os dados apontam uma grande densidade de massa nas mantas superiores de Mercúrio, embora seja baixa a presença de ferro nas rochas da superfície.
  "Portanto, deve existir uma reserva profunda de material altamente denso que explique a grande densidade do manto sólido e o momento de inércia", acrescenta o artigo, concluindo que a composição mais provável dessa reserva seja de sulfureto de ferro.

Fonte: EFE 

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