Pré-história Brasil


  A velha história dos índios não civilizados que habitavam nosso território quando os portugueses aqui chagaram está dando lugar a outra sobre importantes civilizações. Pesquisas recentes mostram que o país tem um passado bem mais rico do que se pensava. Em vários sítios arqueológicos são estudados vestígios de antigos povos que remontam um cenário incrível. De norte a sul nossas terras abrigavam grupos organizados em classes e que ocupavam espaços planejados.
  
  Pesquisas arqueológicas feitas na Amazônia descrevem o auge de uma sociedade formada por indígenas de diversas etnias que se tornaram auto-suficiente e criaram pólos de agricultura e cerâmica 1000 e 2000 A.P- antes do presente, datação usada por arqueólogos para se referir a pré-história que, nas Américas segue divisão diferente do mundo.
  “O homem se adaptava de modo sofisticado ao ambiente: usava a terra sem destruí-la e aumentava a biodiversidade”, afirma o estudioso Michael Heckenberger, da universidade da Flórida. Segundo ele estas civilizações eram diferentes das de outras partes do mundo, mas nem por isso mais simples.
  Hoje também sabe mais sobre os Sambaquis, comuns no litoral. Muito além de amontoados de conchas e restos mortais- como são descritos-, estes monumentos eram edificados para servir de moradia.
  Cai por terra, assim, a ideia de que nossos ancestrais faziam parte de tribos distribuídas a esmo pela floresta. “Entender com eram as sociedades antigas nos da a noção de identidade e cultura e faz com que reconheçamos que nossa história é bem anterior a ocupação européia”.
  Nesse momento sentido, estudos na área de Paleontologia revelam que há 10 mil anos habitavam áreas de todo o país animais de grande porte, como a preguiça-gigante. Com eles viviam antepassados, humanos como Luzia. A mulher cuja face com traços africanos foi reconstituída há 14 anos por meio do crânio, passou a ocupar as páginas nos livros de História, mostrando que não somos descendentes apenas de asiáticos. A humanidade evoluiu sobreviveu a mudanças geológicas, criou seu espaço e gerou riquezas culturais e ecológicas, como a biodiversidade de hoje.

  Assim como a pluralidade de plantas e a fértil terra preta da Amazônia não são obras divinas, o modo de vida dos ribeirinhos amazonenses não é uma invenção atual. Ambos são heranças de uma ocupação humana milenar. Acredita-se que diferentes partes de região, de Rondônia ao Pará incluindo o baixo rio Negro, próximo a Manaus, já eram ocupadas há nove mil anos atrás. Esses povos sobreviviam da pesca, da coleta e da caça, provavelmente num contexto climático semelhante ao atual- uma vez que o reaquecimento global fez aumentar as chuvas e o nível dos rios, causando cheias a 18 mil anos.
  É possível que o processo de domesticação de algumas plantas hoje consumida, como mandioca e pupunha, tenha sido iniciado pelos primeiros índios da região. Para chegar a esta conclusão sobre as formas antigas de cultivo, os estudiosos se baseiam também nas praticas atuais. As hortas presentes nos quintais das casas, por exemplo, já existiam ao redor das aldeias há cerca de mil anos. Para formá-las os homens derrubavam apenas matas secundárias, como árvores menores, já que dispunham apenas de machados de pedra, e não de metal, para abrir clareiras. Outra importante contribuição do homem pré-histórico é a terra preta, que não existia originalmente na Amazônia. Ele surgiu graças ao acúmulo contínuo de restos orgânicos há quatro mil anos.

  Aguarde por próximas postagens sobre a ORGAIZAÇÃO SOCIAL destes povos, sua MORADIA, ENGENHARIA, SÁBIAS OCUPAÇÕES e SUAS NOÇÕES CARTOGRÁFICAS. Além de conhecer um pouco mais sobre a FAUNA DE 11 MIL ANOS ATRÁS.
  

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