Florestas

As 10 florestas mais ameaçadas do mundo

  Elas cobrem apenas 30% da área do planeta. Ainda assim, abrigam 80% da biodiversidade terrestre mundial. As florestas também são diretamente importantes para a sobrevivência dos humanos. Estima-se que 1,6 bilhão de pessoas dependem delas para garantir o seu sustento. Além disso, muitas das necessidades mais básicas para a sobrevivência do homem na Terra veem das interações entre as espécies de plantas e animais com os ecossistemas, como a polinização de safras agrícolas, os solos saudáveis, os remédios, o ar puro e a água doce.




1. REGIÕES DA INDO-BIRMÂNIA (Ásia-Pacífico) - suas planícies aluviais são ameaçadas pelo cultivo de arroz, mangues foram convertidos em reservatórios de aquicultura de camarão e a pesca excessiva e o uso de técnicas de pesca destrutiva são problemas graves para os ecossistemas costeiros e de água doce da região. Além disso, alguns rios foram represados para gerar eletricidade, o que causou o alagamento de bancos de areia e outros hábitats que normalmente seriam expostos durante a estação seca, importantes para os ninhos de aves e tartarugas. Os rios e pântanos desse hotspot também são importantes para a conservação de peixes de água doce, incluindo alguns dos maiores peixes de água doce do mundo. O Lago Tonle Sap e o Rio Mekong são hábitats para a lampreia gigante Mekong e a carpa dourada de Jullien. Apenas 5% do habitat original ainda está lá.


2. NOVA ZELÂNDIA (Oceania) - terra de paisagens variadas com grandes índices de espécies endêmicas, incluindo o kiwi, seu representante mais famoso. Neste arquipélago montanhoso dominado pelas florestas temperadas, nenhum dos mamíferos, anfíbios ou répteis é encontrado em outro lugar do mundo. As espécies invasoras, como as que chegaram no século XIX com os europeus, são uma série ameaça à flora e à fauna das ilhas. Foram levadas ao arquipélago 34 espécies exóticas de mamíferos (como gambás, coelhos, gatos, cabras e furões) e centenas de espécies de ervas daninhas. Nos últimos 200 anos, somando-se o impacto da caça e da destruição de hábitats, houve extinção de inúmeras espécies de aves, invertebrados, plantas e de um morcego e um peixe endêmicos. A drenagem de pântanos também é um problema-chave. Há apenas 5% de remanescentes do hábitat original do arquipélago.



3. SUNDA (Ásia-Pacífico) - esse hotspot cobre a metade ocidental do arquipélago Indo-Maláio, um arco de cerca de 17 mil ilhas equatoriais, dominado pelas duas maiores ilhas do mundo: Boréo e Sumatra. Suas espetaculares flora e fauna estão sucumbindo devido ao crescimento explosivo da indústria florestal e do comércio internacional de animais que consome tigres, macacos e espécies de tartarugas para alimentos e remédios em outros países. Populações endêmicas de orangotangos estão em dramático declínio. Outros fatores que levam à degradação são a produção de borracha, óleo de dendê e celulose. Em Sumatra, o corte e a extração ilegal de madeira - e outros produtos florestais - abastecem a alta demanda da China, América do Norte, Europa e Japão. Só 7% da extensão original da floresta permanece mais ou menos intactos.








4. FILIPINAS (Ásia-Pacífico) - é considerado um dos países mais ricos em biodiversidade do mundo. Diversas espécies endêmicas estão confinadas a fragmentos de florestas que cobrem apenas 7% da extensão original do hotspot, que abrange mais de 7.100 ilhas. Ocorrem só lá cerca de seis mil espécies de plantas endêmicas e diversas espécies de aves, como a águia das Filipinas (Pithecophaga jefferyi), a segunda maior águia do mundo. Outro exemplo é o sapo voador pantera (Rhacophorus pardalis), que passou por diversas adaptações para planar, como as abas extras na pele e as membranas entre os dedos. Toda a riqueza está ameaçada pela atividade madeireira. Os poucos remanescentes também são dizimados pela agricultura e para acomodar as necessidades do alto crescimento populacional. O sustento de cerca de 80 milhões de pessoas depende principalmente de recursos naturais provenientes das florestas.




5. MATA ATLÂNTICA (América do Sul) - se estende por toda a costa atlântica brasileira, e por partes do Paraguai, Argentina e Uruguai, incluindo também ilhas oceânicas e o arquipélago de Fernando de Noronha. O bioma 20 mil espécies de plantas, sendo 40% delas endêmicas. Mais de duas dúzias de espécies de vertebrados, como os leões-marinhos e seis espécies de aves de uma pequena faixa no Nordeste, estão ameaçados de extinção, listadas como “criticamente em perigo”. A região é desmatada há centenas de anos, por causa do ciclo da cana-de-açúcar, das plantações de café, e, mais recentemente, por conta da crescente urbanização e industrialização do Rio de Janeiro e de São Paulo. O suprimento de água doce desse remanescente florestal abastece mais de 100 milhões de pessoas, a indústria têxtil, agricultura, fazendas de gado e atividade madeireira da região. Sobrou apenas 10% da floresta original.




6. MONTANHAS DO CENTRO-SUL DA CHINA (Ásia) - elas abriga uma ampla gama de hábitats incluindo a flora temperada com a maior taxa de endemismo no mundo. O ameaçado panda gigante (Ailuropoda melanoleuca), quase totalmente restrito a essas pequenas florestas, é a bandeira da conservação da região. Essas montanhas também alimentam a maioria dos sistemas hídricos da Ásia, incluindo diversas ramificações do rio Yangtze. As atividades ilegais de caça, coleta de lenha e pastagem são algumas das principais ameaças à biodiversidade da região. A construção da maior barragem do mundo, a de Três Gargantas, no rio Yangtze, ameaça a biodiversidade da área. Apesar disso, a construção de barragens está sendo planejada em todos os rios principais da floresta, o que deve afetar os ecossistemas e a subsistência de milhões de pessoas. Apenas cerca de 8% da extensão original do hotspot permanece inalterado.




7. PROVÍNCIA FLORÍSTICA DA CALIFÓRNIA (América do Norte) - é uma zona de clima mediterrâneo com altos índices de plantas endêmicas. É o lar da sequoia gigante, o maior organismo vivo do planeta, e alguns dos últimos condores da Califórnia, a maior ave da América do Norte. Também é o local de maior reprodução de aves dos Estados Unidos. Diversas espécies de grandes mamíferos da região estão extintas, incluindo o urso cinzento (Ursus arctos), que aparece na bandeira da Califórnia e é símbolo do estado há mais de 150 anos. A maior ameaça vem da destruição causada pela agricultura comercial, que gera metade de todos os produtos agrícolas dos EUA. O hotspot também corre risco com a expansão de áreas urbanas, poluição e construção de estradas, fatores que tornaram a Califórnia um dos quatro estados mais degradados do país. Hoje resta cerca de 10% da vegetação original.




8. FLORESTAS COSTEIRAS DA ÁFRICA ORIENTAL (África) - apesar de pequenos e fragmentados, elas contêm altos níveis de biodiversidade. Lá são encontrados cerca de 200 mamíferos, sendo 11 endêmicos, entre eles o musaranho-elefante (Rhynchocyon chrysopygus). Os primatas são espécies-símbolo desse hotspot, incluindo três espécies de macacos endêmicos, duas delas encontradas ao longo do rio Tana, que corta o Quênia Central. Além disso, as 40 mil variedades cultivadas da violeta africana, que movimenta US$100 milhões anualmente no comércio global de folhagens, são derivadas de um punhado de espécies encontradas nas florestas costeiras da Tanzânia e do Quênia. O risco de extinção das Florestas Costeiras da África Oriental ocorre por causa da expansão agrícola e das fazendas comerciais, que consomem os recursos naturais da região. Resta 10% das florestas originais.




9. MADAGASCAR E ILHAS DO OCEANO ÍNDICO (África) - trata-se de um hotspot de exemplo da evolução de espécies em isolamento. Apesar de estarem próximas da África, as ilhas não compartilham qualquer grupo de animais do continente e contêm uma exuberante coleção única de espécies. O hotspot possui oito famílias de plantas, quatro de aves e cinco de primatas que não existem em nenhum outro lugar. As mais de 50 espécies de lêmures de Madagascar são os símbolos para a conservação da ilha, apesar de diversas delas já estarem em extinção. É uma das áreas mais prejudicadas economicamente no mundo, com um rápido crescimento populacional que pressiona o ambiente natural. Ameaças crescentes são a agricultura, a caça, a mineração e a extração não sustentável de madeira. A preservação dos 10% de hábitat original restantes é importante, uma vez que metade da população não tem acesso adequado à água doce




10. FLORESTAS DE AFROMONTANE (África Oriental) - se concentra nas montanhas distribuídas ao longo da extremidade oriental da África, desde a Arábia Saudita ao norte até o Zimbábue ao sul. Apesar de geograficamente dispersas, as montanhas têm flora extraordinariamente similar. O gênero de árvore mais frequente é o Podocarpus. Uma zona de bambu é normalmente encontrada entre as altitudes de dois e três mil metros, acima da qual existe uma zona de floresta Hagenia, até uma altitude de 3.600 metros. O Vale do Rift abriga mais mamíferos, aves e anfíbios endêmicos do que qualquer outra região da África. Devido aos grandes lagos da região, há 617 espécies endêmicas peixes de água doce. A principal ameaça a essas florestas é a expansão da agricultura, especialmente com grandes plantações de banana, feijão e chá. O crescente mercado de carne, que coincide com o aumento da população, também põe em risco a região, com apenas 10% de seu hábitat original remanescente



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