segunda-feira, setembro 26, 2011

Estrela-do-mar


Coscinasterias tenuispina  Lamarck, 1816

Provável imagem da espécie
NOME POPULAR: Estrela-do-mar
SINONÍMIAS: Coscinasterias tenuispina var. atlantic Verril, 1915,  
Tommasi, 1966; Stolasterias tenuispina Verril, 1907, Fisher, 1926
FILO: Echinodermata
CLASSE: Asteroidea
ORDEM/CLADO: Forcipulatida
FAMÍLIA: Asteriidae
STATUS DE AMEAÇA
Brasil (MMA, IN 05/04): Ameaçada
Estados Brasileiros: não consta
CATEGORIAS RECOMENDADAS
Mundial (IUCN, 2007): não consta
Brasil (Biodiversitas, 2002): VU – B2ac(iii); D2

  • INFORMAÇÕES GERAIS 

  Coscinasterias tenuispina é uma espécie de estrela-do-mar capaz de se reproduzir tanto sexualmente quanto assexuadamente, por ¿ssão do disco central. Portanto, é comum encontrar indivíduos com braços assimétricos, variando de seis a nove, e múltiplos madreporitos, de um a cinco (Clark & Downey, 1992). As placas adambulacrais possuem pedicelárias cruzadas, com um dente largo projetado no canal da série curvada (não desenvolvido em espécimes do Brasil). Os espécimes brasileiros possuem uma coloração castanho-marrom-laranja. Este asteróide é encontrado desde a região entremarés até 165 m de profundidade, estando geralmente associada a substratos rochosos. Coscinasterias tenuispina possui uma distribuição geográ¿ca ampla e descontínua, provavelmente em razão da marcante reprodução assexuada, que limita a capacidade de dispersão. Apresenta ventosas nos pés ambulacrais, que possuem forte poder de adesão. Por isso, essa espécie é capaz de viver em ambientes com forte hidrodinamismo (ação de ondas e correntes). O ciclo reprodutivo de C. tenuipina é anual (Alves et al., 2002), com um longo período de liberação de gametas, que se inicia no inverno e se prolonga até o ¿nal da primavera. Segundo Alves et al. (2002), a predominância de machos na população estudada na Praia de Itaipu, em Niterói (RJ), sugere que a reprodução assexuada por ¿ssão seja dominante e, conseqüentemente, a quantidade de clones deve ser significativa. Como outros asteróides, ocupa a posição de predador de topo, possuindo importante papel regulador nas comunidades litorâneas de invertebrados marinhos. Alimenta-se de organismos da epifauna, principalmente mexilhões. 

  • DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 

  Espécie com distribuição no Atlântico: Carolina do Norte (EUA), Bermudas, Brasil (Salvador/BA até Santos/SP), ilha dos Açores, ilhas Santa Helena, sudeste da Baía de Biscay (Portugal) até ilhas Canárias, ilhas de Cabo Verde e Guiné. Presente também no mar Mediterrâneo. Sem evidências de que a distribuição pretérita seja distinta da atual.

  • PRESENÇA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 

  Áreas onde essa espécie pode ocorrer: APA Guapimirim, EE Tamoios e ARIE Ilha das Cagarras (RJ); EE Tupinambás e ASPE CEBIMar/USP (SP); PARNA Marinho Abrolhos (BA). 

  • PRINCIPAIS AMEAÇAS

  Os principais tipos de ameaça são a constante destruição e descaracterização do hábitat, a erosão do substrato, os efeitos poluentes (derrames de óleo, esgotos de origem doméstica e industrial), o saneamento precário e o excesso de turistas e mergulhadores. 

  • ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO

  Exploração mínima do ecossistema marinho em que a espécie ocorre, visando conservar a biodiversidade como um todo. Atuação do governo e órgãos competentes no que diz respeito à ¿scalização e aplicação de penas aos infratores das leis de crimes ambientais. Realização de estudos científicos sobre a biologia da espécie. Manutenção, proteção e recuperação das Unidades de Conservação. Implantação de programas de educação ambiental.

  • ESPECIALISTAS/NÚCLEOS DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO 

Carlos Renato Rezende Ventura (MNRJ).

Fonte: Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção

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