terça-feira, novembro 29, 2011

Árvore de natal de garrafa PET- Passo a passo


  Veja o passo a passo da árvore de natal com garrafas PET. Bem genial, fácil e barato, além de ecologicamente correto. 












  1º PASSO: Pegue uma garrafa pet lavada e bem limpa de preferência na cor verde (tipo guaraná antártica de 2 litros). Em seguida, com a tesoura corte o fundo da garrafa seguindo a marquinha que existe na própria garrafa para facilitar um corte perfeito.




 



2º PASSO: Corte a garrafa em tiras com aproximadamente 1,5cm de largura até o fim do gargalho da garrafa. Depois arrendonde as pontas com o auxílio da tesoura cada tirinha cortada.

veja foto abaixo:



3º PASSO: Com cuidado utilize um vela. O segredo da árvore está no efeito que ela vai produzir passando cada tirinha na vela. ATENÇÃO: Segure bem, a medida que vai passando na vela para ela não enrugar muito (senão ela vai encolher, além do necessário). Dê um espaço aproximadamente de 2,00cm a cada passada de vela (fazendo um movimento pra cima e pra baixo com movimentos rápidos, como se fosse um vai e vem) até dá um tom escuro nas tirinhas cortadas da garrafa PET.




  Depois de feito esse processo, o tamanho da sua Árvore de Natal vai depender da quantidade de garrafas utilizadas, consequentemente quanto mais garrafas utilizar maior será a sua árvore de natal. 

  Observe: Na foto foi usada uma garrafa PET cortada ao meio e pintada com tinta spray dourada, onde foi passado um cano de ferro enchendo no interior da PET de argamassa, fixando junto com o fundo do vaso. Em seguida, decore ao redor da base onde foi fixado o cano com festão.


  Para encaixar as garrafas, cortadas e passada na vela. Vá encaixando uma a uma no cano. DICA: No final da árvore (ou melhor no ápice da sua árvore corte garrafas menores de 1,00 litro para ir diminuindo o tamanho e dando forma a sua árvore PET. Em seguida, aplique os enfeites de natal que desejar.(bolas, pisca-pisca, fitas, laços, cabelo de anjo, etc..)

segunda-feira, novembro 28, 2011

Porta lápis de garrafa PET- Passo a passo



  Materiais: 3 garrafas pet (verde) de 2l; 2 garrafas de pet (branca) de 2l ;régua; pincel atômico azul; tesoura; barra redonda para perfuração com 2,5 cm de diâmetro e chapa de metal com espessura de 1 cm, de 17 x 17 cm.
  • Execução:
1 – Retire os rótulos de todas as garrafas. Em uma das garrafas verdes, marque, com a régua, 10 cm de comprimento a partir do gargalo. Marque também o fundo, acima da marca da parte inferior. Recorte-os;

2 – No fundo recortado da garrafa, use a técnica One Deck para fazer o acabamento parcial. 

3 – Faça o acabamento total do bico e marque-o, com o pincel atômico, dividindo-o em quatro partes. Esquente a barra e faça um furo no centro de cada linha marcada. Se preferir, faça os furos com a tesoura;


4 – Recorte os gargalos das garrafas restantes. Aqueça a chapa e utilize a técnica One Deck para dar acabamento;

5 – Para montar o porta-lápis, primeiro coloque os gargalos no bico pela parte de baixo e os lacres pela parte de cima;

6 – Encaixe o bico no fundo para compor a peça.

Caixa de garrafa PET- Passo a passo



1. Você vai precisar de:
tesoura
alicate
fita crepe 
quatro garrafas PET cortadas em tiras de 2 cm de largura
elásticos e um molde de 10 x 10 x 10 cm. 
2. Corte uma tira em um comprimento que permita cobrir dois lados mais o fundo da caixa, deixando ainda 4 cm de sobra em cada ponta.


3. Ajuste a fita ao molde, cobrindo dois lados e o fundo. Vinque as sobras de 4 cm para facilitar o trabalho. 

4. Passe elásticos em torno do molde a fim de fixar melhor as fitas.

5. Corte mais quatro fitas e ajuste-as ao molde como explicado nos passos 2 e 3.

6. Corte mais cinco fitas para cobrir os dois outros lados do molde.

7. Quando for passar a primeira fita dessa segunda etapa, será necessário entrelaçá-la, na parte de baixo, com as fitas que já estão fixas. Para isso, basta realizar tecelagem simples, passando a fita ora por baixo, ora por cima das fitas já dispostas.

8. Faça o mesmo com as demais fitas da segunda etapa. Lembre-se de que, ao fazer o entrelaçamento, onde a fita anterior passou por baixo da trama, a fita atual deve passar por cima e vice-versa. A etapa seguinte será fazer as laterais da caixa. Para isso, corte cinco fitas em comprimento suficiente para cobrir quatro lados e deixar uma sobra de cerca de 10 cm.

9. Quando for entrelaçar a primeira fita, cuide para que ela fique desencontrada com a fita paralela a ela no fundo da caixa. Isto é, onde a fita do fundo passa por baixo da trama, a fita da lateral deve passar por cima e vice-versa. Comece tecendo da direita para a esquerda, parando a ponta da fita na última posição em que ela fique por cima da trama. Segure a fita nessa posição, pegue a outra extremidade e comece a tecer da esquerda para a direita, avançando para o lado seguinte.

10. Entrelace a fita em volta de toda a caixa.

11. Quando chegar a hora de arrematar, sobreponha a sobra de fita ao trecho já tramado. A extremidade da fita deve ficar por baixo da trama.

12. Repita, com outras três fitas, o procedimento descrito nos passos de 9 a 11. Não utilize, por enquanto, a quinta fita.

13. Pegue a fita restante e corte-a no meio no sentido do comprimento.

14. Passe as fitas finas pela trama normalmente, seguindo o mesmo procedimento utilizado para as demais.

15. Agora é necessário arrematar as sobras na parte de cima da caixa. Para as fitas verticais que estiverem por baixo das horizontais, dobre a sobra para fora, rente à borda da caixa. 

16. Corte as sobras na altura da terceira fita de cima para baixo. Arremate as pontas encaixando-as na terceira fita.
Dobre as demais sobras para fora e corte-as na altura da terceira fita. Retire a caixa do molde e arremate estas últimas sobras para dentro, encaixando-as na terceira fita.

17. Reforce os vincos. Utilize o alicate para vincar bem as bordas (protegendo a peça com um pedaço de fita de PET dobrada).

18. Pronto! A caixa de fitas de PET que você acabou de confeccionar é ideal para guardar miudezas, ou, mesmo, embalar presentes. Utilizando a técnica mostrada aqui, você pode montar caixas no tamanho que quiser.

Fonte :www.mulhercriativa.com

sábado, novembro 26, 2011

Orquídea Lélia branca

Orquídea Laelia Lobata


Nome Técnico: Laelia lobata
Nomes Populares : Lélia branca
Família : Família Orchidaceae
Origem: Nativa do Brasil, região do Rio de Janeiro.




  • Descrição:
  Planta herbácea perene, epífita, tipo de crescimento simpodial, folhas grandes e rígidas com pseudobulbos grandes. Altura da planta é de 37 cm e da haste 20 cm. As flores são grandes, cerca de 10 x 10 cm, pétalas totalmente brancas sem máculas amarelas e duram cerca de 20 dias , conforme as condições de temperatura e umidade da região. Costumam surgir entre 3 e 4 flores por haste, no final da primavera a verão.
  • Modo de Cultivo :
  Esta Laelia é de fácil cultivo, necessitando de ambiente com sombreamento de 50% e desenvolve-se bem em temperaturas que vão dos 10 aos 35º C, praticamente todos os lugares do país. Regue sua planta regularmente e adube uns tres meses antes da floração com adubo granulado tipo NPK fórmula 4-14-8 para propiciar melhores flores.
  Durante seu período de crescimento pode ser trocado pela fórmula 10-10-10 para incentivar o crescimento vegetativo. A propagação pode ser feita pela técnica de estaquia, cortando a muda com pelo menos dois pseudobulbos.  O replantio deve ser feito em vaso de plástico ou cerâmica cozida, com substrato de pedaços de casca de coco, fixando a muda a um tutor de arame ou bambu. 
  • Paisagismo:
É uma das jóias entre as orquídeas, enfeitando nossa casa e jardim. Quando estiver florida traga para perto de você, aprecie sua beleza, sinta o perfume de suas flores, mas não deixe de regar regularmente.

Fonte: fazfacil.com

sexta-feira, novembro 25, 2011

Cattleya leopoldii

Cattleya leopoldii

Nome botânico:
Cattleya leopoldi Lindl.
Sin.: Cattleya tigrina A.Rich
Família :
Família Orchidaceae
Origem:
Brasil
  • Descrição:
  Orquídea de altura em torno de 60 cm, com haste floral de quase 1,0 metro de comprimento.
Flores dispostas na extremidade desta haste, com o formato característico de sépalas e pétalas coloridas semelhantes, sendo a pétala diferenciada em rosa carmim.
  Floresce no verão e pode ser cultivada em regiões de inverno ameno com temperatura de 10 oC até regiões de verões quentes até 30°C.
  • Modo de Cultivo :
  Em local protegido do sol, sob ripados com sombra de 50% ou em ramos de árvores sob a copa.O substrato adequado é o mesmo para as demais orquídeas, composto de argila expandida ou isopor no fundo do vaso e casca de coco ou sfagno para parte intermediária. Acomodar a planta no vaso, fixar um tutor e amarrar de leve para não danificar a planta.  O substrato deverá estar úmido. Colocar uma camada bem esparsa de sfagno sobre as raízes ajuda a manter esta umidade.

Adubação e Propagação da Cattleya :

  As adubações para esta orquídea são feitas no final do verão após a floração com adubo NPK 10-10-10, usando uma colher de sopa para 1 litro de água dissolvendo bem. Regar o substrato com 2 copos da mistura. Na primavera poderá realizar outra semelhante.
 Também o uso de adubo animal curtido é interessante, colocando uma porção dentro de um recipiente com água e mexendo bem.  Coar e regar o substrato com um copo da mistura. Isto adiciona elementos orgânicos para a planta. A propagação da muda é feita por divisão da planta, podendo fazer esta tarefa após a floração.

  • Paisagismo:

  Uma orquídea de grande efeito visual. Ideal para ornamentar o canto preferido para lazer.
  Pode ser colocada em árvores, como qualquer orquídea mas sua haste floral é muito grande, então melhor cultivar em vaso e trazer a muda florescida para cima de um móvel onde poderá ser apreciada em todo o seu esplendor.

quinta-feira, novembro 24, 2011

Orquídea Phalenopsis










Nome Botânico: Phalenopsis
Nomes Populares : Falenópolis
Família : Família Orchidaceae
Origem: Sri Lanka, Austrália, China







  • Descrição:

  
  Orquídea epífita, com altura de 15 a 40 cm de altura, flores grandes, de 2 x 2 cm até 7 x 7 cm, folhas largas e rígidas.
   A haste floral difere de 4 a 32 cm.  Uma haste pode apresentar de 10 até mais que o dobro deste número em flores.  As flores têm diversas cores e tamanhos, podemos encontrar nas cores branca, rosa, carmim e variegadas destes tons, muito ornamentais.
  Têm longa duração, no clima brasileiro chega a permanecer quase 3 meses em perfeitas condições. Pode ser cultivada em todo o país. 
  O nome Phalenopsis significa aparência de borboleta em grego (phalaina= borboleta e opsis=aparência). São classificadas cerca de 46 espécies nos países de origem.



  • Modo de Cultivo :
  Orquídea de simples cultivo. Pode ser mantida em interiores desde que possa receber luz direta do sol uma parte do dia.
  O sol forte tende a queimar as folhas, então o melhor será colocar uma cortina se a exposição for oeste, evitando o sol muito forte até às 15 horas.
  A temperatura ideal de cultivo fica entre 15 e 35 ºC e não suporta ventos frios nem mudanças bruscas de clima. Isto pode ocasionar a queda dos botões ou o murchamento das flores.

Substrato:

  O substrato deve ser poroso e garantir boa drenagem, como fibra de coco, casca de pinos, cascalho, musgo seco, etc. 
  O fundo do vaso deve ser preenchido com pedaços de isopor onde será cravada a estaca de apoio para a planta e para a haste floral. O restante preencher com o substrato acima, acomodando a planta e amarrando à estaca com arame coberto ou cordão de algodão.
  A falenópolis é uma orquídea epífita, então poderemos usar placas de fibra de coco, ramos secos de árvores ou placas de madeira de demolição.  Amarrá-la com cordão para que se fixe à placa e deixá-la em cultivo protegido.
  Alguns cultivadores a penduram de cabeça para baixo para evitar que a água de rega fique na junção das folhas.  Mas, quando regar esta orquídea, procure não umedecer esta parte que não haverá problemas com fungos.

Adubação:

  Para adubar poderá fazer pelo substrato ou pelas folhas. Existem adubos foliares formulados especialmente para orquídeas e deverão ser aplicados conforme a recomendação da embalagem, misturados à água na temperatura ambiente. Também poderemos usar o adubo NPK formulação 4-14-8 dois meses antes da floração ou 10-10-10 após a floração para estimular o crescimento vegetativo. Para evitar toxidez para as orquídeas, evitar excesso de adubo ou adubações muito frequentes, pois necessitam de muito pouco para se desenvolver e florescer.
  No seu habitat de origem estas plantas se beneficiam do excremento dos pássaros e animais silvestres, folhas decompostas e detritos que lhes fornecem a matéria orgânica para desenvolvimento.

Fonte: fazfacil.com

quarta-feira, novembro 23, 2011

Espinheira santa

Maytenus ilicifolia

  • O cultivo da cancorosa ou espinheira santa
Nome Técnico:
Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss.
Nomes Populares :
Espinheira-santa, cancorosa, erva-cancerosa, erva-santa
Família :
Angiospermae – Família Celastraceae
Origem:
Originária provavelmente do Brasil.
  • Descrição:

  Árvore ou arbusto de grande porte, com ramos a partir da base do tronco, que pode atingir de 4 até 5,0 m de altura.
  Folhas pecioladas, coriáceas, elípticas, margens com espinhos distribuídos na borda, mais numerosas da metade para a ponta.
  As flores são pequenas, brancas e sem expressão.  Encontramos a mesma espécie com folhas variegadas. 
  Na base da flor existe um disco nectarífero que atrai vespas e formigas, que realizam a polinização.
  • Modo de cultivo:
  O solo ideal de cultivo é aquele com bom teor de matéria orgânica, argilosos e bem drenados. 
  Usar na cova de plantio cerca de 3 kg de adubo animal de curral bem curtido e composto orgânico. 
  Tutorar a muda para que se desenvolva ereta. Regar após o plantio e nos próximos dias, depois espaçar as regas.
  A propagação também poderá ser feita por sementes, colocando-as em substrato preparado de areia e terra, já nos sacos de cultivo. 
  Semear, regar e cobrir com plástico até a emergência. Deixar em viveiro protegido. 
  Após a emergência colocar composto orgânico misturado a adubo animal bem curtido. 
Regar.
  A melhor temperatura para a germinação fica em torno de 20 a 30ºC. O peso de sementes de espinheira santa é de 99,1 g para 1000 unidades.
  Semear na primavera e somente levar para canteiro com 4 meses.  O espaçamento recomendado é de 1,0 x 2,50 m, para bom desenvolvimento da copa. A adubação de reposição deverá ser feita anualmente no inverno.
 As regas devem ser regulares e frequentes até os 2 primeiros anos, depois somente em épocas de estiagem.
 A cobertura vegetal com ervas aromática ou leguminosa pode ser praticada numa consorciação rentável e que diminui a incidência de inços.
  • Paisagismo:
  Planta encontrada em estado natural dentro de matas em altitudes até 1 200 m. 
Regiões de clima temperado a subtropical, portanto, quase todo o Brasil pode cultivá-la.
  É uma planta considerada medicinal, usada para diversos males na forma de chás.

Fonte: fazfacil.com

terça-feira, novembro 22, 2011

Suçuarana


Puma concolor capricornensis Goldman, 1946

NOME POPULAR: Onça-parda; Parda (RS, SP, PR, MS, MG); Puma; Suçuarana (RS, SC, SP, PR, MS, MG, RJ, ES); Leão-baio (RS);  Leãozinho-baio e Leãozinho-da-cara-suja (PR); Onça-vermelha (MS)
SINONÍMIAS: Felis concolor (Linnaeus,1771); Hershkovitz (1959) propõe que as subespécies Felis concolor greeni e F. c capricornensis são  sinonímias de F. c. concolor; Culver et al. (2000) agruparam Puma  concolor greeni, P. c. acrocodia e P. c. borbensis com P. c capricornensis
FILO: Chordata
CLASSE: Mammalia
ORDEM: Carnivora
FAMÍLIA: Felidae
STATUS DE AMEAÇA
Brasil (MMA, IN 03/03): Ameaçada
Estados Brasileiros: RS (EN); PR (VU); SP (VU); RJ (VU);  
ES (EN); MG (CR)
Anexos da CITES: Anexo II
CATEGORIAS RECOMENDADAS
Mundial (IUCN, 2007): não consta
Brasil (Biodiversitas, 2002): VU – A4c

  • INFORMAÇÕES GERAIS 

  Puma concolor capricornensis, assim como as demais subespécies de  Puma concolor, é um felino de grande porte, com coloração variando do marrom-acinzentado mais claro ao marrom-avermelhado mais escuro, com a ponta da cauda preta, podendo também apresentar uma linha escura na extremidade dorsal. Os filhotes nascem com manchas pretas, adquirindo, quando adultos, uma coloração uniforme, sempre com a porção ventral mais clara. Em toda a área de ocorrência de P. concolor, foram reconhecidas 32 subespécies (Cabrera, 1961b; Jackson, 1955; Young & Goldman, 1946), com base em critérios geográficos e morfométricos. Pode haver, porém, grande variação individual entre animais que vivem na mesma região. No alto rio Paraná (MS), o comprimento total para P. c. capricornensis varia de 1,65 a 2,10 m (n=12), sendo que a cauda mede cerca de 35% desse total. A média de peso é de 37 kg para fêmeas (n=5) e 56,5 kg para machos (n=6), segundo D. Sana (dados não publicados). O tamanho corporal pode variar de uma região para outra, de acordo com a disponibilidade de presas e a  simpatria com outros carnívoros (Iriarte  et al., 1990). Sendo um dos carnívoros mais generalistas,  P. concolor apresenta uma dieta variada, predando desde répteis, aves, pequenos roedores, marsupiais, tatus (Euphractus sexcinctus, Dasypus spp.) e cutias (Dasyprocta spp.), até presas maiores, como capivaras (Hydrochaeris hydrochaeris), tamanduás (Myrmecophaga tridactyla, Tamandua tetradactyla), porcos-do-mato (Tayassu pecari, Pecari tajacu) e cervídeos (Mazama spp., Ozotoceros bezoarticus, Blastocerus dichotomus), além de animais domésticos, como gado eqüino, ovino, bovino e suíno. (D. Sana, dados não publicados; Iriarte et al., 1990; Mazzolli et al., 2002; Oliveira, 1994; Polisar et al., 2003). A espécie tem hábito preferencialmente crepuscular-noturno, mas pode ter atividade durante o dia, nas áreas com menor interferência antrópica (Crawshaw & Quigley, 1984; Silveira, 2004: D. Sana, obs. pess.). No Novo México, EUA, a área de vida média para a espécie foi de 193,4 km2 para machos (n=24) e 69,9 km2 para fêmeas (n=30), mas o tamanho da área pode variar de acordo com o ambiente, disponibilidade de presa e competição intraespecífica (Logan & Sweanor, 2001). A densidade total de pumas no mesmo local variou de 1,72 a 3,90 ind./100 km2, em sete anos, baseada no monitoramento de 42 a 82 indivíduos (Logan & Sweanor, 2001). No Pantanal, Crawshaw & Quigley (1984), baseados em dois indivíduos, estimaram densidade de 4,4 ind./km2. Estudos estão sendo realizados para estimativas populacionais da subespécie na região do alto rio Paraná pelo Instituto Pró-carnívoros e Instituto de Pesquisas Ecológicas. Nesta região, a área de vida encontrada para uma fêmea foi de 225 km2 e a média para dois machos foi de 248 km2, em paisagem transformada pela agropecuária (D. Sana, dados não publicados). Com gestação de 82 a 98 dias, a média de filhotes varia de dois a três por ninhada (Anderson, 1983; Currier, 1983; Logan & Sweanor, 2001). No alto rio Paraná, a média encontrada de filhotes já acompanhando a mãe é de 1,5 (n=6) (D. Sana, obs. pess.). A espécie ocorre em grande diversidade de biomas, de áridos desertos a florestas tropicais, do nível do mar até 5.800 m de altitude (Eisenberg & Redford, 1999). No Brasil, é encontrada em todos os grandes biomas (Silva,1994), sendo que a subespécie Puma concolor capricornensis ocupa diversos ambientes do Cerrado e principalmente da Mata Atlântica, do nível do mar até próximo de 2.900 m de altitude.

  • DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 

  A onça-parda tem a maior distribuição natural entre os mamíferos do hemisfério oeste, estendendo-se cerca de 110° de latitude, do oeste do Canadá e Alaska ao extremo sul das Américas (Nowell & Jackson, 1996). Segundo Cabrera (1957), P. c. capricornensis ocorria nos Estados do Sul e Sudeste do Brasil e nas áreas limítrofes com a Argentina, Uruguai e Paraguai, entre os paralelos 21° e 34° de latitude sul. Os mapas de distribuição das subespécies por Goldman (1946) e Cabrera (1957) deixaram um grande vazio no Brasil Central, provavelmente pela falta de material disponível na época, pois a espécie ocorria em todo o território nacional. No Brasil, a subespécie ocorre nos Estados do Sul e do Sudeste, mas com abundância reduzida, tendo em vista a destruição do hábitat: do Espírito Santo e Rio de Janeiro até o leste do Mato Grosso do Sul, nas proximidades do rio Paraná; da metade norte do Rio Grande do Sul (Indrusiak & Eizirik, 2003) ao norte de Minas Gerais, não havendo informações do limite de distribuição entre esta e a P. c. greeni, nas áreas deCerrado. Os limites seguem os Estados definidos pela “Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção” (Machado et al., 2005), maspossivelmente a ocorrência estende-se ao sul e sudeste de Goiás (Parque Nacional das Emas). Estudos genéticos de Culver  et al. (2000) com DNA mitocondrial e microsatélites determinaram apenas seis grupos filogeográficos ou subespécies, incluindo em um mesmo grupo as duas subespécies ameaçadas que constam na lista (P. c. greeni e P. c. capricornensis), juntamente com P. c. acrocodia e P. c. borbensis. Este grupo, reconhecido como P. c. capricornensis, distribui-se do sul do rio Amazonas pelo leste da América do Sul, incluindo Brasil e Paraguai.

  • PRESENÇA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

  Inúmeras Unidades de Conservação têm ocorrência da subespécie, porém serão citadas as áreas de proteção integral mais relevantes, com mais de 10 mil ha. PARNA Aparados da Serra e PE Turvo (RS); PARNA Serra Geral (RS/SC); PARNA São Joaquim e PARNA Serra do Itajaí (SC); PARNA Ilha Grande, PARNA Superagüi, PARNA Saint Hilaire-Lange e PARNA Iguaçu (PR); PARNA Serra do Cipó, PARNA Serra da Canastra, PARNA Grande Sertão Veredas, PARNA Cavernas do Peruaçu, PARNA Sempre-Vivas, PE Rio Doce e REBIO Mata Escura (MG); PARNA Caparaó (MG/ES); PARNA Itatiaia (RJ/MG); PARNA Serra dos Órgãos, PARNA Serra da Bocaina e REBIO Tinguá (RJ); PARNA Pontões Capixabas e REBIO de Sooretama (ES); PE Serra do Mar, PE Morro do Diabo e PE Aguapeí (SP); PE Várzeas do Rio Ivinhema (MS).

  • PRINCIPAIS AMEAÇAS

  A maior ameaça à conservação da onça-parda está na destruição de hábitat e suas conseqüências, mesmo sendo mais adaptável à degradação ambiental do que a onça-pintada (Panthera onca). Apesar da grande área de distribuição, a subespécie Puma concolor capricornensis encontra-se na região com maior influência antrópica do país. A ocupação da terra pela agropecuária restringiu a ocorrência dos animais aos fragmentos de vegetação original. Em algumas regiões, isso pode causar isolamento de populações e maior conflito com o homem, pela falta de refúgios e predação de animais domésticos. Da Mata Atlântica, onde tem sua maior distribuição, resta entre 7 e 8% da área original, sendo provavelmente o ambiente mais ameaçado do mundo (Galindo-Leal & Câmara, 2005). Também a caça, tanto de suas presas naturais quanto da própria espécie, é uma grande ameaça às populações remanescentes.

  • ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO

  A curto e médio prazos, a manutenção de áreas preservadas, a regularização das Unidades de Conservação e a fiscalização para evitar a caça auxiliarão na conservação da espécie. Técnicas para evitar o conflito entre homem e predador, resultante da predação de animais domésticos, devem ser aprimoradas e implementadas nas áreas de ocorrência, juntamente com programas educativos. Estudos genéticos e taxonômicos devem ser aprofundados para elucidar as questões referentes às subespécies e à diversidade intraespecífica. Esforços devem ser feitos para manter a variabilidade das populações nos diferentes biomas. A longo prazo, conexões deverão ser estabelecidas entre áreas de populações isoladas.

  • ESPECIALISTAS/NÚCLEOS DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO 

Instituto Pró-Carnívoros; IPÊ; AMC; CENAP/IBAMA; Peter G. Crawshaw Jr  e Júnio Augusto Silva (IBAMA); Marcelo Mazzoli (UFRGS / Projeto Puma) e Luiz Guilherme Marins de Sá (ISCN).

Fonte: Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção

segunda-feira, novembro 21, 2011

Gato-maracajá


Leopardus tigrinus Schreber, 1775

NOME POPULAR: Gato-do-mato; Gato-macambira; Pintadinho;  
Mumuninha; Maracajá-i; Gato-maracajá
SINONÍMIAS: Felis tigrina, Oncifelis tigrinus
FILO: Chordata
CLASSE: Mammalia
ORDEM: Carnivora
FAMÍLIA: Felidae
STATUS DE AMEAÇA
Brasil (MMA, IN 03/03): Ameaçada
Estados Brasileiros: MG (EN); ES (VU); PR (VU); SP (VU); RS (VU) Anexos da CITES: Anexo I

CATEGORIAS RECOMENDADAS
Mundial (IUCN, 2007): não consta
Brasil (Biodiversitas, 2002): VU – A4c

  • INFORMAÇÕES GERAIS 

  Leopardus tigrinus é a menor espécie de felino encontrada no Brasil e também uma das menos conhecidas. Tem porte semelhante ao do gato doméstico comum no país. O tamanho médio da cabeça e do corpo é de 49,1 cm (40 a 50,9 cm); a cauda, longa, tem de 20,4 a 32 cm, enquanto o peso médio é de 2,4 kg (1,5 a 3,5 kg). A coloração de fundo varia entre o amarelo-claro e o castanho-amarelado, sendo que o melanismo não é nada incomum. As rosetas tendem a ser pequenas, abertas e numerosas, sendo encontradas grandes variações em suas formas e tamanhos, assim como na coloração de fundo (Oliveira & Cassaro, 2005). Os filhotes nascem após uma gestação de 73 a 78 dias, normalmente um, podendo chegar a até três e raramente a quatro. Na natureza, o potencial máximo de uma fêmea deixar descendentes, ao longo de seu período de vida, seria de apenas cinco, resultante do baixo potencial reprodutivo, o que torna a capacidade de recuperação das populações da espécie bem mais lenta do que a daquelas de porte equivalente ou maior de outras regiões zoogeográficas (Oliveira, 1994). Ocorre numa variedade de habitats que inclui florestas ombrófilas, deciduais, semideciduais e mistas de araucária, tropicais e subtropicais, tanto de baixa altitude quanto montanas e pré-montanas. Também ocorre nas diversas fisionomias do Cerrado, Caatinga e Pantanal, estando ausente dos Pampas. Pode ser encontrada tanto em áreas primitivas quanto em algumas áreas alteradas, incluindo áreas próximas a plantações de café, soja, cana e alguns fragmentos de mata secundária. Ocorre desde o nível do mar a até 3.353 m de altitude (Oliveira in press, a). Embora chegue a ser encontrada em ambientes alterados, não aparenta ser abundante (comum) em nenhum lugar, sendo extremamente rara na região amazônica, onde pode ter distribuição disjunta. Nas áreas onde Leopardus pardalis é a espécie de felino de pequeno-médio porte dominante, L. tigrinus tende a ser bem rara ou ausente (Oliveira, 2004). O padrão de atividades, apesar de ser, aparentemente, mais noturno-crepuscular, também inclui considerável nível de atividade diurna (ca. 30%, Tortato & Oliveira, 2005). A área de vida conhecida para uma fêmea e um macho translocados em ambiente de Cerrado foi de 1 e 17,4 km2, enquanto em mosaico de mata decidual secundária e áreas agrícolas foi de 6,1 a 18,1 km2(Rodrigues & Marinho-Filho, 1999; Oliveira et al., 2006). A alimentação é variada, incluindo, predominantemente, pequenos mamíferos (51% da dieta), aves (23%) e lagartos (25%), podendo incluir, ocasionalmente, animais de maior porte, com mais de 500 g (2%), como o tapiti (Sylvilagus brasiliensis). O peso médio das presas, entretanto, é menor que 90 g (Wang, 2002; Oliveira, in press). 

  • DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 

  A espécie ocorre da Costa Rica ao sul do Brasil e norte da Argentina (províncias de Salta, Corrientes e Entre Rios). O limite de ocorrência sul situa-se na faixa dos 30 graus. Aparenta ser extremamente rarana bacia Amazônica, onde talvez possa apresentar distribuição disjunta. Pode ter desaparecido das áreas de extenso uso antrópico, como áreas urbanas, pastagens e extensos campos agrícolas. 

  • PRESENÇA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 

  PARNA Serra da Capivara (PI); PARNA Itatiaia (RJ); PARNA Serra da Canastra (MG); PARNA Iguaçu e EE Guaraqueçaba (PR); FLONA Ipanema e PE Serra do Mar (SP); REBIO Gurupi, PARNA Lençóis Maranhenses e PE Mirador (MA); EE Maracá (RR); EE Santa Luzia, REBIO de Sooretama e REBIO Córrego do Veado (ES); APA Palmas (TO); PARNA Chapada dos Veadeiros (GO); PARNA Ubajara (CE); PARNA Chapada Diamantina (BA); FLONA São Francisco de Paula  e PE Turvo (RS); PARNA Serra da Bocaina (RJ/SP); PARNA Caparão (MG/ES); REBIO Guaribas (PB); PE Serra do Tabuleiro (SC).

  • PRINCIPAIS AMEAÇAS

  As maiores ameaças à sobrevivência da espécie são a perda, a fragmentação e a conversão dos habitats. A captura de exemplares para animal de criação, tanto em escala local quanto para o tráfico, também constitui ameaça a este pequeno felino. 

  • ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO

  Medidas conservacionistas para Leopardus tigrinus devem incluir a proteção e fiscalização tanto das Unidades de Conservação quanto dos ecossistemas naturais. Como os conhecimentos acerca da sua biologia/ecologia são extremamente limitados, pesquisas científicas nessa área tornam-se prementes para melhor conhecer a espécie e, dessa forma, traçar estratégias de ação mais eficazes. O monitoramento das populações naturais também é importante.

  • ESPECIALISTAS/NÚCLEOS DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO 

  O Projeto Gatos do Mato – Brasil, do Instituto Pró-Carnívoros, com a participação de nove outras Instituições, sob a coordenação de Tadeu G. de Oliveira e os integrantes Marcos A. Tortato, Rosane Vera Marques, Carlos Benhur Kasper, Rita Bianchi, Rogério C. de Paula, Katia Cassaro, Mara C. Marques, Fábio Mazim, José Bonifácio Soares, Rodrigo Nobre, Júlia Feldens, Odgley Quixaba Vieira, Eduardo Eizirik, Tatiane Trigo, Cláudia Filoni, José Luis Catão Dias, Mauro Galetti e Sandro Bonatto, desenvolve pesquisas em diversos aspectos relativos à biologia e conservação da espécie, em todo território nacional. Ellen Wang e Eduardo Nakano Oliveira (UNICAMP); Katia Facure (UFU); Fabiana Rocha Mendes (UNESP) e Fábio Olmos (Pesquisador autônomo e CBRO) já realizaram trabalhos sobre os hábitos alimentares da espécie.

Fonte: Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção

domingo, novembro 20, 2011

Cachorro-do-mato-vinagre


Speothos venaticus (Lund, 1842)

NOME POPULAR: Cachorro-do-mato-vinagre; Cachorro-vinagre;  
Cachorro-do-mato 
FILO: Chordata
CLASSE: Mammalia
ORDEM: Carnivora
FAMÍLIA: Canidae
STATUS DE AMEAÇA
Brasil (MMA, IN 03/03): Ameaçada
Estados Brasileiros: MG (PEx); PR (CR); SP (CR)
Anexos da CITES: Anexo I

CATEGORIAS RECOMENDADAS
Mundial (IUCN, 2007): VU
Brasil (Biodiversitas, 2002): VU – A4c

  • INFORMAÇÕES GERAIS 

  Speothos venaticus é um canídeo com corpo atarracado, orelhas, pernas e cauda bem curtas. O comprimento médio da cabeça e do corpo é de 74,3 cm (57 a 76 cm), o da cauda tem em média 12,3 cm e o peso fica entre 5 e 7 kg. A coloração varia entre o marrom claro e o escuro, tendo tonalidade mais clara na cabeça e no pescoço (Sheldon, 1992, Eisenberg & Redford, 1999). O período reprodutivo não parece apresentar sazonalidade, sendo a gestação de aproximadamente 67 dias, após a qual nascem em média 3,8 filhotes (1 a 6). É uma espécie altamente social, aparentemente, até mesmo com caçada grupal, com um rico repertório de vocalizações, vivendo em grupos familiares pequenos (de quatro a sete indivíduos, podendo chegar a 12), nos quais apenas o casal dominante reproduz. O tamanho médio dos grupos observados na Amazônia brasileira foi de 4,5 animais (variação de 2 a 8 indivíduos), enquanto na serra das Araras (Mato Grosso) a média foi de 2,6 indivíduos (variação de 1 a 3). No Pantanal de Barão de Melgaço, no Mato Grosso, foi estimado um tamanho médio de grupo de 2,75 indivíduos (variação de 1 a 5 indivíduos) (Lima & Dalponte, dados não publicados). Indivíduos solitários também são encontrados (Peres, 1991; Sheldon, 1992; Dalponte, 1995; Macdonald, 1996; Eisenberg & Redford, 1999). Aparentemente, o número de indivíduos no grupo parece mudar com certa freqüência, tendo em vista a dispersão de jovens por volta dos nove meses de idade e a mortalidade de filhotes e adultos (E. Lima, com. pess.). A espécie é encontrada em áreas de florestas pluviais, deciduais, semideciduais e pré-montana, no Pantanal e nas áreas secas das savanas (Cerrado stricto sensu), mas não na Caatinga, do nível do mar a até 1.500 m de altitude. Recentemente, foi registrada em ambientes alterados na porção meio-norte do Brasil, sugerindo maior flexibilidade ecológica do que se supunha previamente. Na Reserva Natural Mbaracayú, no Paraguai,  Speothos venaticus apresentou maior associação com as  florestas altas do que com as médias e baixas ou com o Cerrado. Apesar da ampla distribuição geográfica, aparenta ser rara em todas as áreas onde ocorre (Bisbal, 1989; Sheldon, 1992; Zuercher  et al., 2005; Oliveira, in press a; b). No Mato Grosso, a espécie é encontrada nas planícies de inundação, como os pantanais do rio Paraguai, Guaporé e Mortes-Araguaia, no Cerrado e nas florestas ombrófilas. Na porção leste desse Estado, S. venaticus utiliza floresta de galeria e diferentes fisionomias savânicas, embora se aproxime de assentamentos humanos. Os hábitos de S. venaticus na natureza começaram a ser conhecidos apenas recentemente. O padrão de atividades aparenta ser tipicamente diurno, mas movimentos noturnos parecem ser muito freqüentes (E. Lima, com. pess.). Buracos de tatu (Dasypusspp. e Priodontes maximus) e ocos de árvores são usados como abrigo. A dieta é altamente carnívora, tendo como itens principais animais de porte considerável para o tamanho da espécie, como os grandes roedores caviomorfos (paca e cutia), tatus e, possivelmente, até mesmo veados (Mazama sp.). Inclui também pequenos roedores, aves, répteis e, esporadicamente, alguns frutos. No Mato Grosso, um estudo consistente de carcaças de presas e fezes indica que a dieta é quase que exclusivamente à base de tatusgalinha (Dasypus novemcinctus). No Paraguai, pacas e cutias representaram 91% da biomassa consumida pela espécie, sendo o peso médio das presas consumidas de 2,2 kg, ou seja, 39% do peso do canídeo na região. Isso talvez possa ser possível pela estratégia de caçadas grupais (Peres, 1991; Zuercher et al., 2005; Oliveira in press, b; Lima & Dalponte, obs. pess.). Estimativas preliminares de radiotelemetria sugerem que a área de vida de uma matilha seja de pelo menos 100 km2, aparentemente não dividida com outras matilhas (Lima & Dalponte obs. pess.). Usando uma estimativa de área de vida de 20 km2(Silveira et al., 1998), calcula-se que pelo menos oito matilhas ocupavam uma área de 106.000 ha no Pantanal de Barão de Melgaço, no Mato Grosso (Lima & Dalponte, dados não publicados). 

  • DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 

  A espécie ocorre do oeste do Panamá ao leste dos Andes da Colômbia, Equador, Peru, Venezuela e Guianas, até o leste da Bolívia e do Paraguai e extremo nordeste da Argentina. No Brasil, ocorre da região Amazônica, até o leste do Maranhão, e do Brasil Central até Santa Catarina. A abrangência da distribuição geográfica atual foi reduzida nas regiões Sul e Sudeste, assim como nas áreas mais densamente povoadas, de onde a espécie praticamente desapareceu. Nas demais áreas, não deve ser muito diferente da original. 





  • PRESENÇA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 

  REBIO Gurupi e PE Mirador (MA); PARNA Amazônia (PA/MA); PARNA Emas (GO); EE IBGE (DF); PARNA Cavernas do Peruaçu e PARNA Grande Sertão Veredas (MG); EE Maracá (RR); PARNA Araguaia, PE Cantão e APA Palmas (TO); PARNA Iguaçu (PR); PARNA Nascentes do Rio Parnaíba (MA/PI/TO).

  • PRINCIPAIS AMEAÇAS 

  Speothos venaticus é uma espécie naturalmente rara ao longo de toda a sua área de distribuição. As principais ameaças à espécie são o desmatamento, tanto das áreas florestadas quanto do Cerrado, e a fragmentação e alteração de habitats. Doenças transmitidas por animais domésticos também representam uma ameaça considerável a algumas populações, pois a espécie aparenta ser bastante sensível a uma série de doenças. Como sua dieta é altamente carnívora e concentrada em animais de porte, como pacas e cutias, que também são espécies favorecidas pelos seres humanos, a caça das mesmas representaria uma redução (ou perda) da fonte alimentar, o que impactaria negativamente este canídeo raro. 

  • ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO

  As medidas para a conservação da espécie implicariam maior proteção aos seus habitats naturais, não apenas dentro de Unidades de Conservação. Dadas as características biológicas da espécie, ela necessita de áreas muito grandes (mega-reservas) para manter populações geneticamente viáveis. Dessa forma, a conectividade entre as áreas protegidas (incluindo Reservas Indígenas) é vital. Como os conhecimentos biológicos sobre S. venaticus são praticamente desconhecidos em vida livre, pesquisas científicas sobre a sua biologia e ecologia básica, assim como a sua distribuição geográfica, são também importantes.  A fiscalização das áreas protegidas representa mais uma medida estratégica à sua conservação.

  • ESPECIALISTAS/NÚCLEOS DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO 

  Édson Lima (Instituto Pró-Carnívoros); Júlio Cesar Dalponte (UNEMAT e Instituto Pró-Carnívoros) e equipe desenvolvem pesquisas de campo da espécie com radiotelemetria. Tadeu G. de Oliveira (UEMA e Instituto Pró-Carnívoros) também atua nos aspectos ecológicos e conservacionistas e relativos à distribuição da espécie no Norte do Brasil. Gerald Zuercher (University of Kansas, EUA) tem trabalhado com a ecologia da espécie na RF de Mbaracayú, no Paraguai. Karen De Mateo (Saint Louis Zoo, EUA) também trabalha com a espécie, especialmente em cativeiro. Cleide Chiaregatto (Zoológico de São Bernardo do Campo/SP) coordena o studbook brasileiro da espécie

Fonte: Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção

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