segunda-feira, julho 25, 2011

Anêmona-gigante

Condylactis gigantea (Weinland, 1860)

NOME POPULAR: Anêmona-gigante
SINONÍMIAS: Anthea gigantea Weinland, 1860; Condylactis passiflora  Duchassaing & Michelotti, 1864; Bunodes passiflora Andres, 1883; Ilyanthopsis longifilis Hertwig, 1888; Condylactis gigantea Verrill, 1907; Condylactis passiflora Duchassaing & Michelotti, 1864; Bunodes  passiflora Andres, 1883; Ilyanthopsis longifilis Hertwig, 1888
FILO: Cnidaria
CLASSE: Anthozoa
ORDEM/CLADO: Actiniaria
FAMÍLIA: Actiniidae
STATUS DE AMEAÇA
Brasil (MMA, IN 05/04): Ameaçada
Estados Brasileiros: RJ (EN); ES (VU)
CATEGORIAS RECOMENDADAS
Mundial (IUCN, 2007): não consta
Brasil (Biodiversitas, 2002): VU – A2d; C1; D2

  • INFORMAÇÕES GERAIS 

  Condylactis gigantea é uma espécie bentônica solitária e está entre as maiores anêmonas que ocorrem
no Brasil, atingindo comumente cerca de 25 cm de diâmetro. Apresenta a coluna rosada e tentáculos
esbranquiçados, amarelados ou esverdeados. Os tentáculos são longos, com pequenas estrias, e suas
extremidades arredondadas podem ser esbranquiçadas ou de coloração púrpura. Habitam recifes de
coral e ambientes coralíneos, ocorrendo até cerca de 30 m de profundidade. São carnívoras e consomem
presas macroscópicas, além de possuírem zooxantelas em seus tecidos. Abrigam-se normalmente em
pequenas fendas e, desta maneira, sua base e coluna ¿cam protegidas, expondo apenas o disco oral e
tentáculos. Estudos realizados na Flórida indicam que a espécie é dióica e que a proporção sexual entre
machos e fêmeas é de 1:1. As fêmeas produzem ovócitos grandes, de até 1.100 —m de diâmetro, em
pequeno número, que são liberados para fecundação externa. As larvas produzidas são lecitotró¿cas e,
presumivelmente, com poderes de dispersão limitados. A liberação de gametas é praticamente sincrônica dentro de uma mesma população e indivíduos com mais de 4,5 g de peso corporal são potencialmente
reprodutivos. Não há evidências de que a espécie realize reprodução assexuada. A espécie é de grande
importância ecológica nas comunidades em que ocorre. Pequenos peixes e mais comumente crustáceos,
sobretudo camarões, vivem em associação com C. gigantea. Esses organismos são imunes à ação tó-
xica da anêmona e se protegem assim contra predadores. Esta espécie também serve como “estação de
limpeza” de peixes. Existem vários trabalhos sobre as toxinas secretadas pela espécie. Esta anêmona é
explorada pela indústria de aquario¿lia.

  • DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 

  Estados do MA, BA, ES, RJ.

  • PRESENÇA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 

PARNA Marinho de Abrolhos e APA Ponta da Baleia (BA); PE Marinho do Parcel do Manuel Luiz (MA).

  • PRINCIPAIS AMEAÇAS

A espécie vem sendo explorada no Brasil como recurso ornamental há pelo menos duas décadas. Entretanto, não há nenhum dado antes dessa época, de distribuição e/ou abundância, em seus locais de  ocorrência. Belém et al. (1986) registraram que a espécie ocorrera em grande densidade em Arraial do Cabo, RJ, e se encontrava quase extinta na região. As observações foram feitas sobretudo na Praia do Forno, onde foram realizados mergulhos mensais entre junho de 1980 e julho de 1982. Gasparini et al. (2005)  con¿rmaram a superexploração da espécie em Arraial do Cabo. Indicaram que, no início dos anos 90, eram coletados até cerca de 100 indivíduos/dia e que, após o colapso do recurso em Arraial do Cabo, muitos coletores começaram a explorar áreas no Espírito Santo, onde eram coletados até 600 exemplares/dia. Estudo sobre a distribuição de bentos, realizado no ano 2000, em dez localidades de Búzios, RJ, não registrou a presença de C. gigantea, cuja ocorrência era esperada para a região (S. S. Oigman-Pszczol, com. pess.). A espécie consta também da “Lista da Fauna ameaçada de Extinção do Estado do Rio de Janeiro”, tendo sido considerada como “Em Perigo” (Bergallo et al., 2000). No Banco dos Abrolhos, BA, a espécie ainda ocorre em quantidades razoáveis. Condylactis gigantea tem sido um dos invertebrados contabilizados em atividades de monitoramento realizadas pelo “Reef Check Brasil”, realizadas na área (ver www.ReefCheck.org). Em levantamento feito em 2002, no Parcel dos Abrolhos foram contados até quatro indivíduos num único transecto de linha de 20 m. Em 2005, a mesma equipe realizou transectos na área e foram observadas no máximo duas anêmonas por transecto. Apesar de não haver dados quantitativos, foram observados indivíduos pequenos, que demonstram a ocorrência de recrutamento da espécie na área (Pires & Castro, dados não publicados).

  • ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO

  Realização de ações que garantam a proibição imediata de qualquer tipo de uso da espécie, salvo em
pesquisas cientí¿cas que visem manutenção e recuperação de suas populações. Realização de estudos
sobre a biologia reprodutiva da espécie. Realização de mapeamentos de distribuição e abundância.
Dados de presença e quanti¿cação da espécie já vinham sendo obtidos em campanhas de monitoramento do Programa Reef Check, realizadas em diferentes recifes e comunidades coralíneas brasileiras.
Recentemente, C. gigantea foi o¿cialmente incluída entre os invertebrados indicadores de bom estado
de conservação das áreas onde ocorre (B. P. Ferreira, coordenadora do Reef Check Brasil, com. pess.).
Implantação de programas de mobilização social, visando a conscientização geral da importância de se
conservar, proteger e recuperar os recifes de coral e ambientes coralíneos.

  • ESPECIALISTAS/NÚCLEOS DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO 

  Clovis Barreira e Castro e Débora de Oliveira Pires (MNRJ); Erika Schlenz (IBUSP); Paula Braga
Gomes (UFRPE).
Fonte: Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.

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