Índios denunciaram que a obra afeta a qualidade da água do rio Xingu.
Máquinas trabalham na construção de ensecadeira na margem do rio.
O Ibama e Agência Nacional de Águas têm dez dias para fazer uma vistoria no canteiro de construção da usina de Belo Monte, no sudoeste do Pará. O pedido foi feito pelo Ministério Público Federal depois que os índios da etnia arara denunciaram que a obra está afetando a qualidade da água do rio Xingu. Desde a semana passada dezenas de máquinas trabalham na construção de ensecadeira na margem esquerda do rio para que as obras da barragem sejam feitas.
Os ribeirinhos e a comunidade indígena arara se sentem prejudicados. Os índios enviaram uma carta ao Ministério Público Federal para reclamar que a atividade das máquinas tem jogado terra e cascalho no rio, cuja água é usada para beber e cozinhar.
O consórcio construtor de Belo Monte informou que não usa qualquer tipo de material industrial e que, devido às chuvas típicas da região, é normal que o volume de terra seja levado para o rio Xingu, o que não afeta a qualidade da água. Mesmo assim, o MPF já solicitou uma vistoria nas obras da hidrelétrica.
“Oficiamos ao Ibama, à ANA, Agência Nacional de Água, à Funai e à própria Norte Energia pedindo todas as informações para que possamos entender o que foi feito para proteger essas comunidades e o que deveria ter sido feito antes das obras iniciais”, diz Ubiratan Cazeta, procurador da República.
Segundo o Ministério Público, a obra começou sem que o programa básico ambiental fosse aprovado. O documento serviria para que o Ibama avaliasse os impactos na natureza, mas só foi apresentado recentemente pela empresa Norte Energia, responsável pelo empreendimento.
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Fonte: Globo Rural
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