sexta-feira, outubro 21, 2011

Pardela-de-óculos


Procellaria conspicillata Gould, 1844


NOME POPULAR: Pardela-de-óculos
SINONÍMIAS: Anteriormente considerada um morfo ou subespécie de  
P. aequinoctialis e atualmente reconhecida como espécie plena
FILO: Chordata
CLASSE: Aves
ORDEM: Procellariiformes
FAMÍLIA: Procellariidae
STATUS DE AMEAÇA
Brasil (MMA, IN 03/03): Ameaçada
Estados Brasileiros: RS (EN)


CATEGORIAS RECOMENDADAS
Mundial (IUCN, 2007): VU
Brasil (Biodiversitas, 2002): EN – B1ab(i)

  • INFORMAÇÕES GERAIS 

  Procellaria conspicillata é uma ave marinha de porte médio semelhante a Procellaria aequinoctialis, da qual difere pela presença de uma máscara facial branca e pelo tamanho menor. O peso varia em torno de 1,2 kg. Durante a reprodução são bastante ativos à noite, enquanto estão na colônia. Fazem seus ninhos em grandes tocas sob a vegetação, em solo encharcado ao longo de drenagens e riachos. Põem apenas um ovo, que é incubado por cerca de 60 dias. As posturas são feitas no início de outubro e a maioria dos ovos eclode depois de meados de dezembro. Durante a incubação os adultos se revezam nos ninhos, cuidando do ovo e, mais tarde, do filhote. Após o nascimento, o filhote recebe alimento dos pais até o terceiro mês de vida e é incapaz de sobreviver sob os cuidados de apenas um deles. Os juvenis deixam a colônia entre março e abril e somente retornam para a primeira reprodução após completar seis anos de vida. Obtém alimento, freqüentemente, boiando na superfície da água e mergulhando atrás de  suas presas, a profundidades em torno de 6 m. Capturam principalmente cefalópodes, crustáceos e pequenos peixes, inclusive à noite, além de outros peixes capturados durante o descarte de pescado por barcos de pesca. Visitante meridional em águas oceânicas, é um membro regular da avifauna brasileira que comumente aparece morto em praias do litoral brasileiro. Durante o verão, é a espécie mais comum nos grupos de aves que acompanham espinheleiros de fundo sobre a plataforma continental do  Sul-Sudeste do Brasil. Durante o inverno praticamente desaparece dessas águas, sendo substituída por P. aequinoctialis.

  • DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 

  Apesar de ocorrer em toda a região sub-antártica, representada por indivíduos vagantes, sua área de  ocupação é restrita ao sul do oceano Atlântico, ao norte da Convergência Subtropical, entre 25º e 40º de latitude sul. Aparentemente também ocorria na ilha Amsterdã, o que explica os registros no oceano Índico durante o século XIX. As águas além da plataforma brasileira parecem abrigar a maior concentração da espécie fora de sua área de reprodução, mas também existem concentrações menores fora da plataforma continental do sul da África. Reproduz apenas em um platô da ilha Inaccessible, no arquipélago Tristão da Cunha. Já foi registrada em águas argentinas e angolanas. No Brasil, a espécie já foi registrada nos litorais dos Estados da BA, ES, RJ, SP, SC e RS. 

  • PRESENÇA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 

Desconhecida.
  • PRINCIPAIS AMEAÇAS

  A maior causa do decréscimo populacional pelo qual vem passando a espécie é a mortalidade acidental associada às atividades de pesca com o uso de espinhel, principalmente em suas áreas de invernada. Nota-se grande crescimento da frota dedicada a esta atividade no Brasil, atuando principalmente ao largo da costa de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e, em menor escala, na cadeia submarina de Vitória-Trindade. Procellaria conspicillata é uma espécie bastante vulnerável à mortalidade associada à pesca de espinhel na costa brasileira. Em meados da década de 1990, estima-se que a frota brasileira de espinheleiros que utilizam o método pelágico, operando no Sul-Sudeste do Brasil, capturava anualmente, em média, 568 indivíduos de P. conspicillata, enquanto os que utilizavam o método de espinhel de fundo foram responsáveis pela mortalidade de, aproximadamente, 197 indivíduos de P. conspicillatapor ano, na mesma década. Apesar da mortalidade de aves marinhas associadas à pesca estar historicamente relacionada aos métodos de espinhel, tanto pelágicos como de fundo, outras pescarias como vara e isca viva, redes de emalhe e redes de deriva também têm demonstrado ser potenciais fatores de mortalidade dessas aves. Aparentemente não existem ameaças em suas áreas de reprodução. 
  • ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO

  Devem ser estimuladas as ações mitigadoras que já vêm sendo testadas e implementadas na frota espinheleira nacional e internacional, tais como o cabo com fitas (tori line), que funciona como espantadores das aves durante o lançamento dos cabos com os espinhéis; o lançamento dos anzóis durante a noite, na lateral do barco ou a partir de grandes profundidades; o uso de iscas pigmentadas e o uso de iscas descongeladas e/ou artificiais. Sugere-se a implantação de campanhas educativas junto aos pescadores e às empresas de pesca, visando a interrupção do descarte de restos de peixes no mar, o que acaba atraindo as aves para a proximidade dos barcos.
  • ESPECIALISTAS/NÚCLEOS DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO 

Fábio Olmos (Pesquisador autônomo e CBRO); Tatiana da Silva Neves (Instituto Albatroz); Maria Virgínia Petry (UNISINOS); Carolus M. Vooren (FURG); Jules Soto (UNIVALI).

Fonte: Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção

Um comentário:

  1. olha eu aqui de novo,, pesquisando a pardela-de-óculos, obrigada, www.bethzhalouth.blogspot.com

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