Hyla izecksohni Jim & Caramaschi, 1979 |
Bokermannohyla izecksohni |
NOME ATUAL: Bokermannohyla izecksohni
NOME POPULAR: Perereca
FILO: Chordata
CLASSE: Amphibia
ORDEM: Anura
FAMÍLIA: Hylidae
STATUS DE AMEAÇA
Brasil (MMA, IN 03/03): Ameaçada
Estados Brasileiros: SP (EN)
CATEGORIAS RECOMENDADAS
Mundial (IUCN, 2007): CR
Brasil (Biodiversitas, 2002): CR – B1ac(i)
- INFORMAÇÕES GERAIS
Bokermannohyla izecksohni é registrada durante quase todo o ano, mas em número muito reduzido
de indivíduos. A época de reprodução ocorre entre outubro e fevereiro, sendo encontradas tanto desovas como imagos no período de dezembro a fevereiro. Os machos não vocalizam e o modo de atra-
ção da fêmea pelo macho durante o acasalamento é desconhecido (Jim et al., 1994; Spirandeli-Cruz
et al., 1994; Spirandeli-Cruz, 2004). Quanto a seu hábitat, os adultos são encontrados no chão ou trepados na vegetação herbácea e arbórea, a alturas variáveis de até 3 m, às margens de córregos no interior
da mata, em áreas de floresta estacional semidecidual (mata mesófila). As desovas são feitas em pequenas “panelas” forradas de folhedo e detritos, nas margens do riacho, durante as chuvas; os girinos permanecem no local durante certo tempo, sendo carreados para dentro do riacho pelas chuvas seguintes,
onde completam seu desenvolvimento (Jim et al., 1994; Spirandeli-Cruz et al., 1994; Spirandeli-Cruz,
2004). Os adultos desta espécie de hilídeo, alocada no grupo circundata, apresentam tamanho médio
(comprimento total entre 34,3 e 50,8 mm), diferindo das outras espécies do grupo pelo porte robusto,
pelo grande tamanho do tímpano e pela ausência de saco e fendas bucais; a coloração geral vai do
cinza-claro ao castanho-rosado, com faixas transversais escuras. Os girinos têm corpo elíptico, cauda bastante longa, com nadadeiras baixas, e são castanho-escuros, apresentando a porção terminal do
espiráculo transparente e sistema da linha lateral muito evidente. O nome correto deste táxon hoje é
Bokermannohyla izecksohni.
- DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Esta espécie foi registrada até o momento em uma única área remanescente de mata mesófila, em altitude de cerca de 900 m, no distrito de Rubião Júnior, município de Botucatu, SP. Essa área, com 36,36
ha, abrange a localidade-tipo (aprox. 22º58’S; 48º30’W), cortada por um córrego de leito pedregoso,
e outra localidade (Morro da Igreja de Santo Antônio) distante cerca de 800 m da primeira e cortada
pelo córrego da Cascatinha, de leito arenoso (Jim & Caramaschi, 1979; Spirandeli-Cruz et al., 1994;
Spirandeli-Cruz, 2004). | 301 |
Anfíbios
- PRESENÇA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Desconhecida.
- PRINCIPAIS AMEAÇAS
A área de registro da espécie é cortada pela estrada que liga Botucatu a Rubião Júnior. Uma das partes
(localidade-tipo) é tomada por um condomínio urbano e por chácaras, e sofre destruição e/ou alteração
do hábitat original, inclusive com represamento do riacho e formação de lago, com possível introdução
de espécies exóticas invasoras, tanto vegetais quanto animais. A outra parte abrange várias propriedades
rurais, onde é constante a destruição da mata por fogo e desmatamento clandestinos, além do assoreamento do riacho. O último registro da espécie foi feito em 2001. A situação atual da espécie na área é
desconhecida.
- ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO
Proteção imediata do que resta da área que engloba as duas localidades onde a espécie foi registrada,
através da proposição de Unidade de Conservação compatível, seguida de plano de recuperação dos
riachos e áreas florestadas. Desenvolvimento de pesquisas que objetivem investigar outras possíveis
áreas de ocorrência da espécie e monitorar a população conhecida para fins de conservação e educação
ambiental na região.
- ESPECIALISTAS/NÚCLEOS DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO
Jorge Jim e Elieth Spirandeli Cruz (UNESP - Botucatu).
Fonte: LIVRO VERMELHO DA FAUNA BRASILEIRA AMEAÇADA DE EXTINÇÃO
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