quarta-feira, julho 20, 2011

Cuíca-de-colete

Caluromysiops irrupta Sanborn, 1951

NOME POPULAR: Cuíca-de-colete
FILO: Mammalia
CLASSE: Mammalia
ORDEM: Didelphimorphia
FAMÍLIA: Didelphidae
STATUS DE AMEAÇA
Brasil (MMA, IN 03/03): Ameaçada
Estados Brasileiros: não consta
CATEGORIAS RECOMENDADAS
Mundial (IUCN, 2007): VU
Brasil (Biodiversitas, 2002): CR – B1ab(iii)

  • INFORMAÇÕES GERAIS 
  Caluromysiops irrupta é uma espécie conhecida apenas por dois exemplares com proveniência comprovada: um depositado no Field Museum of Natural History, em Chicago, EUA, e outro no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (Sanborn, 1951; de Vivo & Gomes, 1989), embora Izor & Pine (1987) tenham apresentado localidades adicionais de espécimes mantidos em parques zoológicos americanos. O registro de um espécime da Colômbia (Simonetta, 1979) é provavelmente espúrio (de Vivo & Gomes, 1989). Caluromysiops irrupta tem hábitos noturnos, vive no dossel, dificilmente desce ao chão da floresta e se alimenta de néctar (Emmons, 1990). Caluromys, gênero próximo, é geralmente onívoro, mas C. philander é basicamente frugívoro (Astua de Morais et al., 2003; Santori et al., 2004). Como habita locais remotos e vive no dossel, pode ser que suas populações sejam maiores do que se supõe, mas apenas estudos voltados para o dossel em sua área de ocorrência poderiam dar indicações mais precisas sobre suas populações e história natural. A distinção sistemática desse gênero com Caluromys tem sido contestada (Nowak, 1999). Hershkovitz (1992) considerou, com base na morfologia molar, que Caluromysiops e Caluromys estariam em tribos completamente separadas. Estudos morfológicos (Sanchez-Lillagra & Wible, 1993) e moleculares (Jansa & Voss, 2000) indicaram que esses dois gêneros formam um grupo monofilético. O consenso atual é que Glironia, Caluromysiops e Caluromys, nesta ordem, são intimamente relacionados e basais entre os Didelphidae (Cardillo et al., 2004). A posição filogenética basal de Caluromysiops, Glironia e Caluromys em relação a todos os demais didelfídeos torna a conservação desses táxons muito importante, uma vez que eles provavelmente detêm o maior número de características biológicas primitivas dentro da família e, portanto, podem ser cruciais para o entendimento de sua evolução.
  • DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 
  O único exemplar brasileiro conhecido foi coletado em julho de 1964, em Rondônia (de Vivo & Gomes, 1989). A distribuição inclui Cuzco e Madre de Dios, no Peru, e o Estado brasileiro de Rondônia. A proximidade das localidades peruanas e brasileiras do Acre sugere que o gênero possa ocorrer igualmente nesse Estado.
  • PRESENÇA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 
  Dada a sua distribuição geográfica, a espécie poderia ocorrer na EE do Rio Acre (AC) e no PARNA de Pacaás Novos (RO) (Graça Couto, 2004). No entanto, não há registro confirmado em nenhuma das duas Unidades. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção
  • PRINCIPAIS AMEAÇAS
  No Brasil, Rondônia é um dos Estados que mais sofreram com o desmatamento, que continua intenso em toda a Amazônia. No Peru, sabe-se que C. irrupta ocorre na região do baixo Urabamba, mas é muito rara e seu status é particularmente preocupante (Solari et al., 2002). O animal parece ter baixas densidades e distribuição restrita, fato que o coloca entre os mais raros mamíferos neotropicais (Dobson & Yu, 1993).
  • ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO
  O principal problema, hoje, é o aumento do desmatamento, que precisa ser detido. O animal é pouquíssimo conhecido e são necessárias mais coletas no dossel, assim como estudos ecológicos e bionômicos, para que uma estratégia possa ser claramente definida. A região de ocorrência da espécie tem poucas Unidades de Conservação de Proteção Integral, sendo necessário o aumento de seu número. A melhor estratégia de conservação, também indicada para outros pequenos mamíferos de dossel, parece ser a conservação das florestas onde vivem.
  • ESPECIALISTAS/NÚCLEOS DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO 
  Dada a sua raridade e localização, no momento não há especialistas estudando o animal.

Fonte: LIVRO VERMELHO DA FAUNA BRASILEIRA AMEAÇADA DE EXTINÇÃO

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