NOME POPULAR: Jaó-do-litoral; Jaó-do-sul; Jaó
FILO: Chordata
CLASSE: Aves
ORDEM: Tinamiformes
FAMÍLIA: Tinamidae
STATUS DE AMEAÇA
Brasil (MMA, IN 03/03): Ameaçada
Estados Brasileiros: RJ (PEx); PR (EN); SP (CR);
ES (CR); MG (CR); RS (PEx)
CATEGORIAS RECOMENDADAS
Mundial (IUCN, 2007): não consta
Brasil (Biodiversitas, 2002): VU – A4cd; B1ab(i); D2
- INFORMAÇÕES GERAIS
Crypturellus noctivagus noctivagus é uma das maiores formas do gênero, com cerca de 32 cm de comprimento e pesando mais de meio quilo. Possui um colorido vivo, com a parte anterior do pescoço e o peito cinza-chumbo, ventre avermelhado, garganta amarela, uropígio castanho e demais partes amareladas, barradas de negro. Endêmica da Mata Atlântica brasileira, vive no chão das florestas de baixada, em áreas bem preservadas, até 500 m de altitude, sendo muito mais ouvida do que vista. Do fim do verão até o fim do inverno, praticamente não vocaliza, podendo passar despercebida do mais atento observador, mesmo em áreas onde é localmente comum (e.g. Reserva Natural Salto Morato, PR). O sudeste de São Paulo e o leste do Paraná são tidos como os principais redutos da espécie. Tal qual os
demais tinamídeos, o jaó-do-litoral é muito apreciado como caça.
- DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Originalmente, o jaó-do-litoral era encontrado nas áreas de Mata Atlântica de baixada do sul da Bahia e leste de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul. Atualmente, é considerado extinto no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul. O limite sul de distribuição da espécie conhecido atualmente é o vale do Itajaí, em Santa Catarina.
- PRESENÇA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Parque Botânico do Morro do Baú, REBIO Estadual do Sassafrás, RPPN Volta Velha (SC); APA de Guaratuba, PARNA do Superagüi (PR); PE da Ilha do Cardoso, PE Intervales, PE Carlos Botelho, EE Juréia-Itatins, PE da Serra do Mar/Núcleos São Sebastião e Cubatão (SP); Estação Biológica de Caratinga, PE do Rio Doce (MG); REBIO de Sooretama (ES).
- PRINCIPAIS AMEAÇAS
A principal causa do declínio populacional desta espécie é a perda de hábitat pelo desmatamento. Uma grande porcentagem das áreas florestais da baixada litorânea foi transformada em áreas de agricultura e empreendimentos turísticos, especialmente no litoral dos Estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Uma das três únicas localidades com registro recente da espécie em Santa Catarina, o município de Itapoá (litoral norte) apresentou o maior crescimento demográfico do Estado no período 1991-2000, o que é uma preocupação para esta e outras espécies de baixada litorânea (e. g. Hemitriccus kaempferi, Phylloscartes kronei). Tal situação repete-se em muitos outros pontos da faixa
litorânea do Brasil, cenário que é ainda agravado pela grande pressão de caça existente, originada já nos tempos de colonização, em Estados como Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Como resultado, a espécie está extinta em muitas das suas áreas originais de ocorrência (RS, RJ, presumivelmente sul de SC).
- ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO
É imprescindível a proteção dos remanescentes de Mata Atlântica nos quais a espécie ainda ocorre, bem como fiscalização adequada contra a caça, que pode ser complementada com ações de educação ambiental. Em áreas com grande fragmentação, é ainda recomendada a restauração de áreas degradadas que permita uma conectividade entre as matas e reduza, por conseguinte, o isolamento das populações do jaó-do-litoral. A criação em cativeiro com a finalidade de reintrodução em áreas protegidas é outra estratégia importante. Experimentos nesse sentido vêm sendo conduzidos pela Fundação Crax, em Minas Gerais.
- ESPECIALISTAS/NÚCLEOS DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO
Fonte: Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção
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