segunda-feira, janeiro 02, 2012

Estrela-do-mar

Astropecten brasiliensis Müller & Troschel, 1842 

NOME POPULAR: Estrela-do-mar
SINONÍMIAS: Astropecten riensis Tommasi, 1970
FILO: Echinodermata
CLASSE: Asteroidea
ORDEM/CLADO: Paxillosida
FAMÍLIA: Astropectinidae
STATUS DE AMEAÇA
Brasil (MMA, IN 05/04): Ameaçada
Estados Brasileiros: não consta
CATEGORIAS RECOMENDADAS
Mundial (IUCN, 2007): não consta
Brasil (Biodiversitas, 2002): VU – A3c; D2
  • INFORMAÇÕES GERAIS 
  Astropecten brasiliensis é uma estrela-do-mar com cinco braços longos e estreitos, com o corpo achatado e vários espinhos arredondados nas margens dos braços, que formam uma franja marginal. Possui espinhos proeminentes nas placas marginais superiores e dois
espinhos por placa marginal inferior (franja). Na região próxima aos sulcos dos braços (adambulacrais), há espinhos arredondados. Astropecten brasiliensis habita fundos arenosos, é incapaz de everter o estômago (digestão intra-oral), possui pés ambulacrais sem ventosas, seu trato digestivo é incompleto (sem ânus) e pode viver em profundidades de até 360 m. É predador generalista e se alimenta de organismos da endofauna bentônica, como bivalves e gastrópodes, principalmente, além de crustáceos, equinodermos e poliquetas. Na região do Cabo Frio (RJ), A. brasiliensis estoca nutrientes no outono e inverno (abril a junho), atinge o pico reprodutivo em novembro e libera os gametas na água em dezembro, coincidindo com o período em que a ressurgência de águas subtropicais é mais freqüente. Como todas as espécies do gênero já estudadas, A. brasiliensis deve desenvolver apenas uma fase larvar plactotró¿ca (bipinária), pois possui ovócitos pequenos (com cerca de 150 micrômetros). Em janeiro, estrelas pequenas (recrutas), com cerca de 1 cm de raio (e idade estimada de um mês), são mais freqüentes na região de Cabo Frio. Estima-se que A.brasiliensis inicie o desenvolvimento gonadal a partir de sete meses de vida, quando possui um raio menor que 5 cm. A longevidade relativa estimada é de cerca de cinco anos. Como a espécie se reproduz uma vez ao ano, estima-se que sejam potencialmente capazes de se reproduzir quatro vezes ao longo de suas vidas. Como todas as espécies que habitam o substrato arenoso-lodoso, as populações de A. brasiliensis sofrem grande impacto de coleta, pois são capturadas em redes de pesca de fundo e, freqüentemente, não resistem aos danos sofridos. O papel ecológico desses asteróides predadores é relevante, pois regulam as densidades populacionais de espécies detritívoras, filtradoras e predadoras da endofauna.
  • DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 
  Espécie com distribuição no Atlântico Sul: Antilhas, Brasil, Uruguai e Argentina (Bernasconi, 
1964). 
  • PRESENÇA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 
  Pelos limites de sua distribuição, é possível que esta espécie de asteróide possa ser encontrada em todas as Unidades de Conservação marinhas do país.
  • PRINCIPAIS AMEAÇAS
  Devido ao hábito de viverem em fundos arenosos, as espécies do gênero Astropecten são ameaçadas principalmente pelas redes de arrasto de fundo. Outra ameaça é a destruição do hábitat natural das espécies por eutrofização do ambiente, efeitos poluentes e excesso de turistas e mergulhadores. 
  • ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO
  Realização de pesquisas sobre a taxonomia do grupo, importantes para identificação e obtenção de informações sobre a distribuição geográfica desses animais na costa brasileira. Proteção das Unidades de Conservação. Programas de educação ambiental com pescadores. Aplicação de penas aos infratores de leis ambientais, sobretudo no que diz respeito à coleta predatória.
  • ESPECIALISTAS/NÚCLEOS DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO 
Carlos Renato Rezende Ventura (MNRJ)

Fonte: Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção

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