quinta-feira, setembro 29, 2011

Albatroz-de-nariz-amarelo


Thalassarche chlororhynchos (Gmelin, 1789)

NOME POPULAR: 
Albatroz-de-nariz-amarelo
SINONÍMIAS: 
Diomedea chlororhynchos
FILO: 
Chordata
CLASSE: 
Aves
ORDEM: 
Procellariiformes
FAMÍLIA: 
Diomedeidae
STATUS DE AMEAÇA
Brasil (MMA, IN 03/03): Ameaçada
Estados Brasileiros: RS (VU); PR (VU)
CATEGORIAS RECOMENDADAS
Mundial (IUCN, 2007): EN
Brasil (Biodiversitas, 2002): VU – A1ad + 2b; B1ab(i)
  • INFORMAÇÕES GERAIS 

  Thalassarche chlororhynchos é uma ave cuja característica principal é a faixa amarela ao longo da face dorsal da maxila, terminando em um desenho arredondado, que é pontiagudo na espécie-irmã T. carteri, do oceano Índico. Thalassarche chlororhynchos apresenta a cabeça e o pescoço acinzentados, sendo esse mais claro no vértice, enquanto T. carteri tem a cabeça branca, exceto por uma sombra cinza na face. É um dos menores albatrozes: a envergadura de quatro exemplares variou entre 1,98 a 2,07 m. Os machos parecem ser maiores, como em outros albatrozes. Exemplares da ilha de Gough pesam entre 1,78 e 2,84 kg. As primeiras aves chegam às áreas de nidificação em meados de agosto. Em Nightingale, a maioria dos ovos é posta entre 10 e 20 de setembro, eclodindo no início de dezembro, após cerca de 78 dias de incubação. Em Gough, as posturas são feitas em setembro-outubro, os primeiros filhotes surgem no final de novembro e no início de dezembro 75% dos ovos eclodem. No final de dezembro, a maioria dos filhotes está grande o suficiente para ser deixada sozinha. Em Tristão da Cunha e Gough, os jovens deixam a colônia no final de abril e início de maio. A espécie nidifica anualmente. A expectativa anual de sobrevivência de adultos em Inaccessible e Nightingale fica em torno de 84%, enquanto que para os juvenis em Inaccessible é de 82%. A dieta e ecologia da espécie são mal conhecidas, mas cefalópodos estavam presentes em todos os conteúdos estomacais de exemplares coletados em Gough, enquanto peixes e anfípodos ocorreram em algumas amostras.
  • DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 

  A espécie ainda nidifica em todas as ilhas onde foi registrada historicamente. Atualmente, nidifica nas ilhas do grupo de Tristão da Cunha (Tristan, Nightingale, Inaccessible, Middle e Stotenholf) e em Gough, do Atlântico Sul. As maiores populações estão em Tristão da Cunha e Gough. Thalassarche chlororhynchos parece preferir águas mais quentes que outros albatrozes. Na América do Sul, há poucos registros ao sul da Convergência Subtropical, embora centenas tenham sido registrados fora do rio da Prata. A espécie é comum fora da costa sul e sudeste do Brasil (incluindo o Rio de Janeiro) e há vários registros no Nordeste, até Alagoas. No sul da África, ocorre fora do sistema da Corrente de Benguela, novamente preferindo as águas oceânicas mais tépidas. O número de exemplares em ambas as regiões aumenta muito durante o inverno, quando as aves deixam as áreas de reprodução. Exemplares anilhados em Gough, Inaccessible e Tristão da Cunha têm sido recapturados, principalmente no sul da África, mas há recapturas feitas em São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, incluindo aves mortas por espinheleiros. Há registros dessa espécie na Nova Zelândia e sul da Austrália, embora seja muito menos comum que T. carteri.
  • PRESENÇA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Desconhecida.

  • PRINCIPAIS AMEAÇAS

  Centenas de indivíduos da espécie são capturados incidentalmente por barcos espinheleiros que atuam no Sul do Brasil, especialmente na região da Convergência Subtropical, e também em águas internacionais, fora da plataforma continental, especialmente na região da elevação do rio Grande. Esses barcos visam sobretudo a captura de espadartes, tubarões e atuns. Em 1972-1973, estimava-se que a população de Tristão da Cunha era de cerca de 20 mil pares e a de Gough de 7.500. Em 1982, havia 1.100 pares em Inaccessible. Há evidências de que todas as populações diminuíram sensivelmente desde a década de 1980. Em Gough, estimou-se que havia 5.250 casais na temporada 2000/2001 e a população de Tristão da Cunha foi estimada de 21.600 a 35.600 pares na década de 1980. Dados demográficos têm sido coletados por 20 anos em duas colônias em Gough e Tristão da Cunha. Durante o período de estudo, as populações declinaram de 1,1 a 1,2% por ano. Entretanto, modelos populacionais prevêem taxas anuais de declínio entre 1,5 e 2,8% em Gough e 5,5% em Tristão da Cunha. Tais declínios indicam uma redução de 58% ao longo de três gerações da espécie (71 anos). 
  • ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO

  A principal estratégia para a conservação da espécie no Brasil é a adoção, pela frota espinheleira, de medidas mitigatórias que impeçam ou minimizem a captura de aves marinhas, desencorajando ou impedindo o acesso das aves aos anzóis iscados, incluindo o lançamento noturno, uso de linhas espanta-aves (tori lines), lançamento submerso, iscas tingidas de azul e lastros mais pesados nas linhas secundárias. Um Plano Nacional de Conservação de Albatrozes e Petréis (PLANACAP) foi aprovado pelo IBAMA/Ministério do Meio Ambiente e deve ser implementado.
  • ESPECIALISTAS/NÚCLEOS DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO 

  Tatiana Neves e Fabiano Peppes (Instituto Albatroz) e Fábio Olmos (Pesquisador autônomo e CBRO) têm trabalhado com a questão da captura incidental de aves marinhas pela frota brasileira, incluindo T. chlororhynchos, e são autores do PLANACAP. Leandro Bugoni e Carolus M. Vooren (FURG) e Jules Soto (UNIVALI) têm estudado a ecologia e distribuição das aves oceânicas do extremo-sul brasileiro, incluindo a sua interação com a pesca. 
Fonte: Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.

Um comentário:

  1. Nossa que legal o nome, os detalhes da espécie é pena que não tenha evidências dele em áreas de proteção ambiental, mas se Deus quiser vão encontrar e preservar esta maravilhosa espécie.

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