segunda-feira, agosto 15, 2011

Anêmona-de-tubo


Cerianthomorphe brasiliensis Carlgren, 1931


NOME POPULAR: Anêmona-de-tubo
SINONÍMIAS: Cerianthromorphe brasiliensis Hedgpeth, 1954
FILO: Cnidaria
CLASSE: Anthozoa
ORDEM/CLADO: Ceriantharia
FAMÍLIA: Cerianthidae
STATUS DE AMEAÇA
Brasil (MMA, IN 05/04): Ameaçada
Estados Brasileiros: não consta
CATEGORIAS RECOMENDADAS
Mundial (IUCN, 2007): não consta
Brasil (Biodiversitas, 2002): EN – A1a





  • INFORMAÇÕES GERAIS 

  Ceriantheomorphe brasiliensis é uma anêmona bentônica e solitária. Esta espécie, assim como os demais membros da ordem, é semi-séssil, e jamais se ¿xa solidamente ao fundo, já que, no estágio adulto, vive dentro de tubos, que se enterram em substratos lodosos. Estes tubos são secretados pelos pólipos e são resultantes da explosão de uma enorme quantidade de um tipo especial de cnidócito – os pticocistos. Estes são organelas celulares especializadas, caracterizadas por serem constituídas de uma cápsula e um filamento bastante longo. Os filamentos, quando evertidos e entrelaçados, formam em conjunto uma grande teia viscosa, que agrega o sedimento do fundo, formando os tubos onde vivem estes animais. Os ceriantários são capazes de secretar, em minutos, novos tubos, quando deles se dissociam por alguma razão. Medidas realizadas em espécimes  fixados de C. brasiliensis mostram que o comprimento da coluna varia de 15 a 21 cm e a largura, de 2,5 a 4,0 cm (Carlgren, 1931; Carlgren & Hedgpeth, 1952). Possuem muitos tentáculos, dispostos em duas ordens, uma oral (próximo à boca) e uma marginal (próximo à margem). O número de tentáculos marginais varia de 170 a 180 em espécimes maiores e 150 em espécimes menores, e atingem cerca de 4,5 cm de comprimento. A coluna de exemplares preservados  em álcool é acinzentada. Outro exemplar, também preservado, apresentou a coluna e a actinofaringe marrom-esverdeadas, o disco oral marrom-amarelado. Este mesmo espécime, quando recém-coletado, possuía a coluna de cor marrom-sépia e faixas marrons nas áreas externas dos tentáculos. Os lados internos dos tentáculos eram de cor salmão vivo. A espécie é hermafrodita e apresenta gônadas masculinas e femininas em todos os mesentérios, exceto nos diretivos. Há um enorme desconhecimento das espécies do grupo que ocorrem no Brasil. Há somente algumas poucas publicações/dados sobre a ocorrência de ceriantários no Brasil, que, entretanto, só fornecem imagens (ver Hetzel & Castro, 1994, e.g.) ou dados de presença/ausência da ordem Ceriantharia (Pires et al., dados não publicados), sem conter identificação em qualquer nível sub-ordinal. Na lista de cnidários do Brasil, de Migotto et al. (2000), consta a espécie Cerianthus sp. para São Paulo, referindo-se ao trabalho de Luederwaldt (1929). Entretanto, consta, na descrição original de C. brasiliensis, que os espécimes examinados por Carlgren eram provenientes de São Sebastião, SP, e foram doados por Luederwaldt em 1925. As anêmonas-tubo são alvos freqüentes de exploração pela indústria de aquario¿lia. 

  • DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 

  No Brasil é registrada para São Sebastião (SP), sendo citada ainda para os Estados de AL, BA, CE, ES, PB, PE, RJ, RN, SE, SP, em Machado et al. (2005), que teve como base as informações do Workshop de Revisão da Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. 

  • PRESENÇA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 

  Desconhecida.

  • PRINCIPAIS AMEAÇAS

  Devido a sua grande beleza, as anêmonas-tubo são exploradas como recurso ornamental em várias partes do mundo.

  • ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO

  Realização de estudos taxonômicos,  mapeamentos de distribuição e abundância das espécies de Ceriantários que ocorrem no Brasil. Implantação de programas de mobilização social, visando a conscientização geral da importância de se conservar, proteger e recuperar os recifes de coral, comunidades coralíneas e ambientes associados.

  • ESPECIALISTAS/NÚCLEOS DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO 

  Não há especialistas e/ou núcleos de pesquisa no Brasil trabalhando com o grupo.

Fonte: Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.

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