sexta-feira, agosto 05, 2011

Codorna-mineira

Nothura minor (Spix, 1825)

NOME POPULAR: Codorna-mineira; Buraqueira; Codorna-buraqueira
FILO: Chordata
CLASSE: Aves
ORDEM: Tinamiformes
FAMÍLIA: Tinamidae
STATUS DE AMEAÇA
Brasil (MMA, IN 03/03): Ameaçada
Estados Brasileiros: MG (VU); SP (CR)
CATEGORIAS RECOMENDADAS
Mundial (IUCN, 2007): VU
Brasil (Biodiversitas, 2002): VU – A2ce + 4c

  • INFORMAÇÕES GERAIS 

  Nothura minor  é uma espécie discreta, endêmica do Cerrado e que habita preferencialmente o campo limpo e o campo sujo, podendo ser sintópica com a codorna-comum (Nothura maculosa). Residente e solitária, procura por grãos e pequenos invertebrados, que constituem a base de sua alimentação. A reprodução ocorre entre outubro e fevereiro. A espécie canta freqüentemente ao amanhecer e ao entardecer e sua vocalização é bastante distinta. Quando estimulados pela reprodução de sua vocalização, indivíduos se aproximam do observador, mas são de difícil visualização. As aves desta espécie podem se abrigar em buracos de tatus ou outras cavidades no solo, o que justifica um dos seus nomes populares. A plumagem lembra à da codorna-comum, sendo conhecidas duas fases, uma cinza e outra ferrugínea. Um espécime atribuído a N. minor está depositado no United States National Museum, Smithsonian Institution, EUA, que fundamenta o registro da codorna-buraqueira para a região do Parque Nacional da serra do Cipó (MG). Em 2002, entretanto, este exemplar foi examinado, constatando-se que, na verdade, se trata de uma codorna-comum (Nothura maculosa). Desta forma, o registro com base neste exemplar para essa Unidade de Conservação deve ser desconsiderado. Embora seja de possível ocorrência na serra do Cipó, há necessidade de maior investimento de campo para se confirmar e documentar a presença da espécie na região.

  • DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 

  Endêmica do Cerrado, habita preferencialmente o campo limpo e o campo sujo. Originalmente encontrada nos Estados de Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Não são conhecidos registros recentes para Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Recentemente, foi registrada para o Paraguai. Foi registrada ainda em diversas localidades nos remanescentes bem conservados de Cerrado nos Estados de Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo.

  • PRESENÇA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 

  Há registros para o PARNA da Chapada dos Guimarães (MT); PARNA de Brasília (DF); PARNA da Serra da Canastra (MG); PARNA das Emas, onde é localmente comum e PARNA da Chapada dos Veadeiros (GO). Foi também registrada na REBIO do Roncador (MT) e na EE de Itirapina (SP).

  • PRINCIPAIS AMEAÇAS

  A codorna-buraqueira é uma espécie bastante sensível às modificações em seu hábitat. Como o Cerrado brasileiro, especialmente os campos limpo e sujo, foi rapidamente e criminosamente destruído para dar lugar a pastagens e culturas agrícolas, a perda acelerada do seu ambiente preferencial foi o principal fator que contribuiu para a diminuição das populações desta codorna e de outras aves endêmicas e ameaçadas desse bioma. Incêndios criminosos e contaminação dos campos por pesticidas também podem ter causado um efeito negativo sobre a espécie.

  • ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO

  Uma ação importante é a procura por novas populações em remanescentes bem conservados de Cerrado nos Estados onde a espécie já foi registrada, utilizando gravações das vocalizações para estimular a resposta das aves. Também deve haver proteção efetiva das Unidades de Conservação onde esta codorna ocorre, principalmente contra os incêndios nos campos. Atualizar o status das populações nessas Unidades e promover pesquisas sobre a história natural e ecologia da espécie são importantes para se definir melhor as exigências de hábitat, que podem ser ferramentas interessantes para refinar as buscas por novas populações.

  • ESPECIALISTAS/NÚCLEOS DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO 

Valter José da Silveira e Roberto Azeredo (Fundação Crax); Luís Fábio Silveira (USP).
 Fonte: Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.

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