sexta-feira, agosto 12, 2011


Galeorhinus galeus Linnaeus, 1758)

NOME POPULAR: Cação-bico-doce
SINONÍMIAS: Galeorhinus vitaminicus Buen, 1950
FILO: Chordata
CLASSE: Chondrichthtyes
ORDEM: Carcharhiformes
FAMÍLIA: Triakidae
STATUS DE AMEAÇA
Brasil (MMA, IN 05/04): Ameaçada
Estados Brasileiros: não consta
CATEGORIAS RECOMENDADAS
Mundial (IUCN, 2007): VU
Brasil (Biodiversitas, 2002): CR – A2bd

  • INFORMAÇÕES GERAIS 

  Galeorhinus galeus é uma espécie caracterizada pelo pequeno tamanho da segunda nadadeira dorsal, bem menor que a primeira e semelhante ao da nadadeira anal, e pelos dentes fortemente serrilhados na margem externa. Tem hábito pelágico costeiro, com distribuição global em águas temperadas (Compagno, 1984). Seu ciclo de vida é longo, as fêmeas maturando aos 11 anos de idade e com longevidade estimada de até 33 anos. Atinge comprimento máximo de 175 cm (machos) e 195 cm (fêmeas); nascem com 30 a 40 cm de comprimento (Compagno, 1984). Sua estratégia reprodutiva é vivípara aplacentária, com fecundidade média de 20 a 35 embriões, e período de gestação de 12 meses (Last & Stevens, 1994). Esta espécie apresenta uma longa história de exploração em diversos países, para aproveitamento da carne e do óleo. No Atlântico Sul Ocidental, existe uma população regional distribuída desde o Rio Grande do Sul até a costa norte da Patagônia. A população migra para a Plataforma Sul no inverno, quando é alvo da pesca industrial com redes de arrasto e de emalhe. A Captura por Unidade de Esforço (CPUE) anual, do arrasto de portas e do arrasto de parelha da frota do rio Grande nos invernos dos anos de 1985 a 1997 é evidência de que a abundância de G. galeus na plataforma Sul diminuiu em cerca de 85% (Peres & 
Vooren, 1991; Miranda & Vooren, 2003; Lucifora et al., 2004; SBEEL, 2005); todavia a pesca continua sem qualquer restrição. A migração sazonal entre as áreas invernais no Brasil e no Uruguai, e estivais na Argentina, onde estão as áreas de parto e berçário, expõe a população a uma pesca intensa e dirigida de fêmeas grávidas. A espécie permanece no Sul do Brasil de abril a novembro, ao sul de 33ºS, sobre fundos lamosos em profundidades de 40 a 330 m (Vooren, 1997). Fêmeas grávidas concentram-se durante a fase final da gestação e fêmeas não-grávidas copulam na área superior do talude continental no Brasil (Peres & Vooren, 1991; Ferreira & Vooren, 1991); entretanto, o nascimento não ocorre no Sul do Brasil. Os declínios populacionais têm sido mais marcados no Brasil e no Uruguai, onde a Captura por Unidade de Esforço caiu para níveis próximos de zero. O relatório do grupo de especialistas em tubarões (SSG) da IUCN (SSG, 2004) aponta que esta espécie apresenta colapso de seus estoques no Pacífico Oriental e no Brasil, enquadrando-a como espécie globalmente ameaçada (Vulnerável), segundo os critérios IUCN (VU A1bd + 2d), mantida na avaliação da IUCN de 2005. 

  • DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 

  Galeorhinus galeus apresenta distribuição global em águas temperadas costeiras, com exceção do Atlântico Norte Ocidental e do Pacífico Norte Ocidental. No Atlântico Sul Ocidental, ocorre do Rio Grande do Sul até o sul da Patagônia. 

  • PRESENÇA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 

Desconhecida.

  • PRINCIPAIS AMEAÇAS

  A espécie é alvo da pesca industrial com redes de arrasto e de emalhe ao migrar para a plataforma sul no inverno. Além da pesca, a espécie sofre com a degradação de seu hábitat, em função de intensas atividades de arrasto em áreas de parto e berçário, comprometendo o recrutamento. Os declínios populacionais mais marcados têm ocorrido no Brasil e no Uruguai, onde a Captura por Unidade de Esforço caiu para níveis próximos de zero. 

  • ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO

  Atualmente não há medidas de conservação ou manejo estabelecidas no Brasil. A proibição da captura de G. galeus é recomendada em nível regional, envolvendo Brasil, Uruguai e Argentina. Essa medida está de acordo com o status de conservação da espécie segundo a IUCN e com a IN 05 (21/05/2004), onde a espécie é listada como ameaçada.

  • ESPECIALISTAS/NÚCLEOS DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO 

Carolus M. Vooren (FURG); Monica Brick Perez (IBAMA).

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