quarta-feira, agosto 03, 2011

Morcego-beija-flor

Lonchophylla bokermanni Sazima, Vizotto & Taddei, 1978

NOME POPULAR: Morcego-beija-flor (MG, RJ)
FILO: Chordata
CLASSE: Mammalia
ORDEM: Chiroptera
FAMÍLIA: Phyllostomidae
STATUS DE AMEAÇA
Brasil (MMA, IN 03/03): Ameaçada
Estados Brasileiros: MG (EN); RJ (VU)
CATEGORIAS RECOMENDADAS
Mundial (IUCN, 2007): VU
Brasil (Biodiversitas, 2002): VU – B2ac(ii)

  • INFORMAÇÕES GERAIS 

  Lonchophylla bokermanni ocorre em campos rupestres de Minas Gerais, em altitudes de 900 a 1.250 m, e na Mata Atlântica do Rio de Janeiro, em altitudes de cerca de 10 m (Sazima et al., 1978; Taddei et al., 1988). Abriga-se em pequenas grutas e em construções abandonadas, onde forma colônias com dois a cerca de 10 indivíduos. Fêmeas em adiantado estágio de gestação foram encontradas em dezembro (Taddei  et al., 1988). A espécie realiza migrações locais, provavelmente relacionadas à distribuição e abundância sazonal dos recursos alimentares (Sazima et al., 1989; Taddei et al., 1988). Alimenta-se principalmente de néctar e pólen de flores, além de insetos de pequeno porte apanhados nas flores (Sazima et al., 1978, 1989). Forrageia solitária e visita as plantas floridas em rondas regulares, usando abrigos temporários na vegetação, durante os intervalos entre as visitas às flores (Sazima  et al., 1989). É um importante polinizador de certas espécies de bromélias, nas áreas abertas de campos rupestres, particularmente as do gênero Encholirium, das quais parece ser visitante exclusivo (Sazima et al., 1989).  Lonchophylla bokermanni também foi registrado como polinizador da unha-de-vaca (Bauhinia rufa), juntamente com Anoura caudifera e A. geoffroyi, nas matas ciliares, em cerrados de altitude (Sazima et al., 1978). 

  • DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 

A espécie foi descrita por exemplares coletados na serra do Cipó, município de Jaboticatubas, em região de campos rupestres no bioma de Cerrado, em Minas Gerais (Sazima et al., 1978). Dez anos depois, foi registrada na ilha Grande, município do Rio de Janeiro, RJ (Taddei et al., 1988). Ocorre em campos de altitude ou em campos rupestres (Cerrado) na cadeia do Espinhaço, em Minas Gerais, e na mata de baixada (Mata Atlântica) em ilha Grande, no Rio de Janeiro. Há registros adicionais para a Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro; Reserva Florestal do Grajaú, segundo registros fornecidos por Marcelo Nogueira e Adriano Peracchi; Parque Estadual da Pedra Branca (Dias et al., 2002); Reserva Biológica de Poço das Antas (Brito et al., 2004). Há um registro equivocado para L. bokermanni na Caatinga, que se refere a Xeronycteris (ver número do exemplar em Gregorin & Ditchfield, 2005). 

  • PRESENÇA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 

PARNA da Serra do Cipó (MG): não há registro atualizado, porém a espécie provavelmente permanece na região. PE da Pedra Branca e REBIO Poço das Antas (RJ). 

  • PRINCIPAIS AMEAÇAS 

Perda, descaracterização e fragmentação de habitats (Marinho-Filho & Sazima, 1998). 

  • ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO

  Proteção e recuperação de habitats; fiscalização; educação ambiental; pesquisa científica visando caracterizar o tamanho populacional nos campos rupestres e na Mata Atlântica (Marinho-Filho & Sazima, 1998). É urgente a necessidade de estudos sobre a ecologia da espécie, incluindo a necessidade de hábitat e tamanho mínimo de população, principalmente na serra do Cipó, que é a localidade-tipo e única área de registro da espécie no Cerrado. Embora seja uma Unidade de Conservação, ainda existem pressões sobre a espécie, tendo em vista a dificuldade de implementação da Unidade de Conservação. 

  • ESPECIALISTAS/NÚCLEOS DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO 

  Ivan Sazima (UNICAMP); Marcelo Nogueira e Adriano Lúcio Peracchi (UFRRJ).
Fonte: Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.

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