quinta-feira, agosto 04, 2011

Sapinho-de-barriga-vermelha

Melanophryniscus dorsalis (Mertens, 1933)

NOME POPULAR: Sapinho-de-barriga-vermelha; Flamenguinho
SINONÍMIAS: Melanophryniscus stelzneri dorsalis
FILO: Chordata
CLASSE: Amphibia
ORDEM: Anura
FAMÍLIA: Bufonidae




STATUS DE AMEAÇA
Brasil (MMA, IN 03/03): Ameaçada 
Estados Brasileiros: RS (VU)
CATEGORIAS RECOMENDADAS
Mundial (IUCN, 2007): VU
Brasil (Biodiversitas, 2002): VU – B2ab(ii)

  • INFORMAÇÕES GERAIS 

  Melanophryniscus dorsalis é uma espécie com ocorrência na planície litorânea localizada entre os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Apesar de ter sido descrita há mais de 70 anos e da existência de diversos exemplares em museus, pouco se sabe sobre sua biologia e, principalmente, sobre sua situação populacional. Recentemente, Kwet et al. (2005) descreveram seu canto e forneceram dados da biologia reprodutiva da espécie, baseados nas populações do município de Torres, RS. Aparentemente, a espécie apresenta reprodução explosiva (grande número de indivíduos em reprodução por curto período), que ocorre em períodos de chuva intensa, entre os meses de setembro e abril. A reprodução ocorre em alagados temporários que se formam sobre a areia de dunas, em depressões ou nas margens de lagoas costeiras. Os ovos são depositados sob a água destes alagados, presos à vegetação. Não há informações sobre o desenvolvimento dos girinos e seu período de recrutamento. A espécie se alimenta, principalmente, de formigas ou cupins. É conhecida desde a praia de Itapirubá, no município de Imbituba (SC), até o município de Cidreira (RS). Sua área de ocorrência é alvo de intensa pressão antrópica devido ao crescimento das áreas de balneário e à conseqüente especulação imobiliária. O rápido crescimento de loteamentos e a construção de estradas litorâneas estão entre as principais ameaças à espécie. Aliada à expansão imobiliária, a falta de conhecimento sobre a biologia e as necessidades ecológicas da espécie são, também, fatores de grande preocupação. 

  • DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 

  A distribuição da espécie está compreendida entre a praia de Itapirubá, município de Imbituba (SC), e o município de Cidreira (RS). É possível que esta distribuição esteja subestimada, principalmente no Estado do Rio Grande do Sul.

  • PRESENÇA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 

  A única Unidade de Conservação presente na área de distribuição da espécie é o PE da Guarita, em Torres (RS).

  • PRINCIPAIS AMEAÇAS

  As maiores ameaças à espécie são: perda, descaracterização e fragmentação de hábitat, promovidas pela expansão imobiliária decorrente do crescimento dos balneários litorâneos na área onde ocorre. A falta de conhecimento da biologia, ecologia e situação populacional da espécie constitui também uma ameaça na medida em que não se pode indicar ações mais concretas para sua conservação. Aliado a isso, está a quase total inexistência de áreas protegidas em sua área de distribuição. 

  • ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO

  As principais estratégias para a conservação da espécie estão relacionadas à pesquisa científica do táxon. É necessário localizar e mapear as populações existentes; identificar a saúde genética destas populações; e identificar áreas com potencial para manutenção das populações saudáveis para instrumentar o poder público na criação de áreas de proteção ambiental eficazes.

  • ESPECIALISTAS/NÚCLEOS DE PESQUISA E CONSERVAÇÃO 

Não há, até o momento, pesquisadores ou grupos de pesquisa envolvidos com a conservação do táxon.

Fonte: Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.

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